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Interação entre tela e rua

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Por:   •  7/10/2014  •  Artigo  •  370 Palavras (2 Páginas)  •  147 Visualizações

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A interação entre a tela e a rua marcou a intensidade deste retorno da escolha

direta do presidente da República. Essa interação existente entre tela e rua, no

entanto, não impediu que, em razoável medida, os acontecimentos políticos

gerados na tela não fossem apenas coberturas e amplificações daqueles

acontecidos nas ruas. Em suma: não só a tela ganhou centralidade na

campanha em relação à rua, como também passou a ser um espaço social

(ainda que eletrônico) de produção de fatos político-eleitorais essenciais para

a campanha e autonomizados frente aos acontecimentos da rua (Rubim: 2000,

p.172).

Na televisão, além da cobertura jornalística diária, os debates promovidos pelas

emissoras foram importantes meios difusores da imagem que o candidato tentava

construir. Em 1989, a televisão ganhara uma dimensão que jamais havia obtido em uma

campanha política. A mídia, aliada às pesquisas de opinião, foi muito mais influente,

promovendo alterações no contexto psicológico da campanha.

Fernando Collor de Mello, que utilizou uma assessoria de marketing político mais

profissionalizada, obtinha os melhores resultados nas pesquisas de intenção de voto e era

retratado como uma espécie de mito em determinados veículos de comunicação. A

construção de sua candidatura começou em 1987, quando, durante o horário eleitoral do

PJ, Collor apresentou uma proposta moralizante, pregava a reconstrução nacional e

mostrava um contraste com a política de José Sarney. Sua juventude, sua boa aparência,

sua personalidade despojada e seu discurso modernizante e moralista foram lapidados pela

sua equipe de marqueteiros, que transformaram essas características em votos. Os

candidatos com maiores chances de competir contra Collor, Leonel Brizola e Luiz Inácio

Lula da Silva, por sua vez, utilizaram ferramentas mais rudimentares de marketing

político, apostando mais no carisma e no discurso ideológico e radicalizante.

O pleito também trouxe de volta à tona a classe artística, que, devido às

perseguições do regime militar, havia diminuído sua participação política. A possibilidade

de uma disputa entre esquerda e direita sem cerceamento às liberdades políticas colocou

de novo as “estrelas pop” nas campanhas. O ator José Mayer, em entrevista ao jornal

Folha de

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