Lideranca Organizacional
Trabalho Universitário: Lideranca Organizacional. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 12/1/2015 • 1.527 Palavras (7 Páginas) • 612 Visualizações
CULTURA ORGANIZACIONAL,
ESTILOS DE LIDERANÇA E A
COMUNICAÇÃO INTERPESSO
AL NAS ORGANIZAÇÕES
Felipe Zilles Castiglia
1
Orientadora: Prof. Dra. Nancy Malschitzky
2
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo, através de um estudo de caso realizado em uma grande
organização da área de saúde, na região de Curitiba, apontar, analisar e interrelacionar a
influência (1) da cultura organizacional e suas sub-culturas, e (2) dos estilos de liderança e
suas características no processo comunicacional no interior desta organização.
Palavras-chave
: comunicação, estilos de liderança, cultura organizacional, problemas de
comunicação.
1
Aluno do 3.º ano de Administração da FAE – Business School e do 4.º ano de Psicologia da Universidade
Federal do Paraná.
2
Doutora em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina e Professora da FAE –
Business School.
INTRODUÇÃO
Os sentimentos, os comportamentos, as ações, os pensamentos, os desejos, a
cultura, têm em comum a necessidade de expressão para se tornarem “reais” e com esse
fim recorrem à comunicação.
No interior das organizações é muito difícil e encontrar uma tarefa que não tenha
qualquer ligação com a comunicação. Ordens são transmitidas, memorandos escritos,
palestras assistidas, missões, metas e objeti
vos desenvolvidos e avaliações feitas com
bases na comunicação.
Assim, um trabalho cujo foco está na comunicação organizacional, revela-se com
grande importância prática, pois um melhor
entendimento dos influenciadores do processo
comunicacional no interior das empresas me
lhora o entendimento, eleva a eficiência,
aumenta a satisfação e gera aumento na qualidade de todas as relações interpessoais.
Ademais uma pesquisa assim centrada ganha importância, não só para as organizações,
mas para toda a sociedade, visto que os problemas comunicacionais presentes nas
organizações refletem e são reflexos da sociedade.
Com intuito de fazer uma análise da influência dos estilos de liderança e da
cultura organizacional no processo de comunicação interpessoal no interior da organização,
a metodologia utilizada para a elaboração do projeto de pesquisa foi dividida em três fases
distintas, a primeira refere-se a busca dos conceitos essenciais à luz de vários autores,
sendo feita através de uma pesquisa bibliográf
ica. Uma segunda fase, teve como objetivo a
identificação dos traços culturais influenciadores e determinantes para a comunicação
interpessoal no interior da organização,
utilizou-se um questionário voltado ao exame da
cultura e dos ambientes presentes em uma instituição de saúde, onde foi aplicado aos
gerentes e as coordenadoras de enfermagem, buscando a comparação entre esses dois
níveis hierárquicos. E em uma terceira fase, foi feita a identificação e descrição dos estilos
gerenciais utilizados pelos líderes com a descrição do processo comunicativo, fazendo a
relação entre essas duas variáveis (estilo gerencial e ação comunicativa).
Através dessa metodologia foram selecionados 3 ambientes para o estudo da
comunicação: o de recursos humanos, o de enfermagem e o de higiene hospitalar, que
apresentaram respectivamente caracter
ísticas predominantemente: autoritárias,
democráticas e uma mescla das anteriores, sendo chamado de ambiente
democrático/autoritário.
1 CULTURA ORGANIZACIONAL
O estudo da cultura organizacional teve como pioneiro Edgar Schein e de sua
definição de cultura organizacional muitos outros estudiosos desenvolveram seus conceitos
e construtos teóricos sobre o assunto. Schein propõe a cultura organizacional como sendo:
Um padrão de suposições básicas – inventadas, descobertas ou
desenvolvidas para lidar com os problemas de adaptação externa e
integração interna – que funcionam com eficácia suficiente para serem
consideradas válidas e, em seguida, ensinadas aos novos membros como a
maneira correta de perceber, pensar e sentir esses problemas (SCHEIN,
1985, p. 9 – Organizational Culture and Leadership).
Mesmo divergindo em alguns aspectos as definições de cultura organizacional
apresentam como característica comum a pos
ição subjetiva, ou seja, a sua singularidade
para cada organização, trazendo à tona o que a empresa tem como valores, regras, crenças
aparecendo através dos rituais, ritos, histórias, heróis, na linguagem, no processo
comunicacional, nos símbolos e nas interações entre seus participantes.
A cultura organizacional vai estar presente de maneira explícita através da
missão, objetivos, visão da empresa, por exem
plo, ou de forma implícita no modo de vestir,
na maneira de comunicar-se, no layout dos escritórios, etc.
Wagner III (2000) aponta 4 importantes funções da cultura organizacional: dar aos
membros uma identidade organizacional, facilitar o compromisso coletivo, promover a
estabilidade organizacional e moldar o comportamento ao ajudar os membros a dar sentido
a seus ambientes. Assim a cultura organizacional irá determinar grande parte dos
comportamentos intraorganizacionais como: as
relações interpessoais, a comunicação, o
processo produtivo, a busca da qualidade, entre outros e passando a exercer a função de
“manter, resguardar e engrandecer a organização” (FISCHER, 1996 pp. 68) que Fischer
considera essencial para qualquer organização.
Um aspecto interessante da cultura é que esta pode apresentar características
diferentes de ambiente para ambiente organizacional levando ao surgimento de sub-culturas no
interior da organização. Essas surgem refe
rendadas pelos líderes da organização, que
apresentam um certo nível de poder e assim mol
dam suas equipes de acordo com seus ideais,
valores, crenças e objetivos. Elas estão sempre permeadas pela cultura “geral” da organização,
mas podem adquirir características específicas e maneiras diversas de funcionamento na:
comunicação, autonomia dos funcionários, necessidade de autorização e clima. Normalmente
essas características vão depender do modelo de gestão adotados pelo chefe do grupo que vão
reverberar nos outros participantes e se autoreproduzirem através da transmissão aos novos
participantes.
2 LIDERANÇA E SEUS ESTILOS
O primeiro cuidado ao se falar em lideran
ça deve ser a desconstrução do conceito
de liderança como sendo apenas ligado a postura hierárquica superior. A conceituação de
líder, está diretamente relacionada a capacidade de influenciação de uma pessoa sobre
outras, não necessariamente estando aquela que
influencia em uma posição hierárquica
superior.
A liderança sempre foi um assunto de extrema relevância, Sun Tzu, através de
seu livro A Arte da Guerra, escrito há mais de 2500 anos e Maquiavel são talvez os autores
mais conhecidos e lidos sobre o assunto. Mas quando trata-se da liderança no contexto
organizacional outros se destacam com suas definições e classificações de liderança.
Historicamente os primeiros estudos s
obre liderança norteavam-se pelos traços
de personalidade dos líderes, sendo por isso conhecida como teoria dos traços. Como um
segundo momento no estudo sobre a liderança os estudiosos passaram a tentar identificar
“conjuntos de comportamentos que pudessem configurar aquilo que passa a ser chamado
de habilidade de liderança” (BERGAMINI, 1994), com base nesses conjuntos de
comportamentos os líderes puderam ser agr
upados em diferentes estilos de liderança.
Likert, procurando estabelecer relações entre o comportamento de liderança e sua eficácia,
indicou como base para a classificação dois
guide-lines
: o estilo democrático e o estilo
autocrático. Estes, de acordo com Bergamini, “dirigem suas ações mais no sentido de
conseguirem ‘que o trabalho saia’, ocupando-se prioritariamente com assuntos tais como
planejamento, formulação de procedimentos e estabelecimento de padrões de
produtividade” (BERGAMINI, 1994), enquanto aqueles, gerenciavam voltados aos seus
subordinados e suas respectivas necessidades, procurando apóia-los e criar um clima mais
aberto e “familiar”.
Com o aprofundamento dos estudos sobre a teoria contingencial nas
organizações, surge o enfoque da liderança situacional, sendo aqui representada pela
Teoria do Caminho-objetivo (Path-Goal). Essa teoria está fundamentada no processo
motivacional apresentado pelo líder aos seguidores e utiliza como referencial teórico o
modelo desenvolvido por Vroom, chamado de Teoria da Expectativa ou VIE, devido aos três
conceitos essenciais, utilizados por ele: va
lência, instrumentalidade e expectativa. O
primeiro de acordo com Wagner III (2000) é: “uma medida da atração que um determinado
resultado exerce sobre um indivíduo ou a satisfação que ele prevê receber de um
determinado resultado”. O conceito de instrumentalidade também recebe o nome
expectativa desempenho-resultado e diz respeito à relação entre a execução de uma ação e
a experimentação do resultado. Expectativa, por
sua vez, é a convicção entre uma relação
de causa-efeito, ou seja, referente ao vínculo entre esforçar-se e realmente desempenhar-se
bem (WAGNER III, 2000). Sobre o assunto
Vroom (1964) escreve: “sempre que um
indivíduo escolhe entre alternativas que envolvem resultados incertos, torna-se claro que
seu comportamento é afetado não só por suas preferências entre esses resultados, mas
também pelo grau em que ele acredita que eles são prováveis”. Portanto, através da
utilização da teoria de Vroom podemos dizer que a vontade para uma ação só surge quando
a instrumentalidade e a valência estão altas e a ação só ocorre quando se eleva a
expectativa e mantêm-se altas a valência e a instrumentalidade.
A teoria do Caminho-objetivo apoiada na teoria de Vroom, vai apontar que o
trabalho de liderança envolve a manutenção dos três conceitos de VIE de modo desejável.
O líder passa a ter três responsabilidades: manipular as valências dos seguidores,
manusear a instrumentalidade dos mesmos, certificando-se que o desempenho elevado
gerará resultados satisfatórios e promover o
controle das expectativas dos seguidores por
meio da redução de barreiras frustrantes do desempenho.
A teoria situacional, ainda aponta
que as características da situação devem abarcar a estrutura da tarefa e o poder de posição
do líder, para conseguir determinar o tipo de liderança mais eficaz.
2.1 DEFININDO LIDERANÇA
Hersey e Blanchhard definem liderança como “o processo de influenciar as
atividades de um individuo ou de um grupo par
a a consecução de um objetivo numa dada
situação”. Por sua vez, Katz e Kahn (1967) consideram “a essência da liderança
organizacional como o incremento influencial sobre e acima do cumprimento mecânico das
diretivas rotineiras da organização” (KATZ & KAHN, 1967).
Bergamini (1994 aponta dois aspectos comuns às definições de liderança
usualmente utilizadas: "Em primeiro lugar,
elas conservam o denominador comum de que a
liderança esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolve duas ou mais pessoas. Em
segundo lugar, fica evidente tratar-se de um
processo de influenciação exercido de forma
intencional por parte dos líderes sobre seus seguidores".
Retomando as definições de liderança e suas relações com a motivação
aproximamos o conceito de liderança como sendo: a capacidade de acionar e manter a
motivação dos trabalhadores para o alcance dos objetivos propostos pela organização.
3 A AÇÃO COMUNICATIVA
A comunicação em sentido
lato
abrange não somente a verbalização, mas
qualquer forma de transmissão de informação, como a escrita, o silêncio, a música, a arte, a
pintura, os gestos, a postura, entre outros.
Aristóteles quando ensinava sobre a retórica apontava a necessidade de
olharmos para três dimensões da comunicação: quem fala, o discurso e a audiência. Os
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