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MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL

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Por:   •  8/5/2014  •  1.838 Palavras (8 Páginas)  •  445 Visualizações

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Os movimentos sociais consistiram em um dos fenômenos mais estudados nas Ciências Sociais de meados da década de 1970 até o início da década de 1990. Até o começo do século XX, a categoria movimentos sociais designava o movimento operário, dizendo respeito às organizações da classe operária em suas mobilizações, sindicatos e partidos (DOIMO, 1995; GOSS e PRUDÊNCIO, 2004). Doimo (1995) explica que, até os anos 1960, falar de movimentos sociais era sinônimo de falar da classe operária, sendo que a organização em sindicatos e partidos seria sua forma mais acabada de organização racional. Devido a esse foco, outras formas de reivindicação (de grupos de natureza e propostas diferentes) eram excluídas das narrativas sobre os movimentos sociais.

Entretanto, o cenário de hoje é muito diverso do de então, marcado pelo movimento pelos direitos civis americanos, pelos movimentos feminista e ambientalista da década de 1970; e, pensando o Brasil, do cenário de efervescência das décadas de 1970 e 1980, quando lutas populares se erigiam contra a ditadura militar, a pobreza e a repressão (CARDOSO, 2004).

No Brasil, a pobreza decorre em grande parte, de um quadro de extrema desigualdade, marcado por profunda concentração de renda. Essa situação coloca o Brasil entre os países de maior concentração de renda do mundo (YAZBEK, 2012), assim, os movimentos sociais demonstram as inquietações dos cidadãos com as contradições econômicas e sociais existentes no Brasil.

Há registros de movimentos sociais no Brasil desde o primeiro século da colonização até nossos dias. Esses movimentos demonstram que os que viviam e os que vivem no Brasil nunca foram passivos e sempre procuraram, de uma forma ou de outra lutar em defesa de suas idéias, interesses e direitos. Neste contexto, as manifestações representam maneiras de a sociedade reivindicar direitos e revidar contra situações sociais indevidas (SANTOS, 2011).

2 DESENVOLVIMENTO

No Brasil já ocorrem vários movimentos populares. Recentemente, no primeiro semestre de 2013, uma série de movimentos populares ocorreu nas ruas de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial aos atos também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para garantir os direitos de livre manifestação. E tudo isso bem registrado e informado a todo o mundo, através da ferramenta tecnológica chamada internet.

O fenômeno das redes sociais trouxe às manifestações populares um poder maior de engajamento e articulação. Com muitos usuários, o compartilhamento de informações e opiniões levou às grandes massas uma força de organização e maior contato para agregar ideais e interesses e sair às ruas por eles.

As manifestações na região do Oriente Médio e Arábia, conhecidas como “Primavera Árabe”, foram as primeiras mobilizações populares de impacto articuladas por redes sociais. O resultado foi a queda do presidente egípicio Hosni Mubarak e do regime de Muamar Kadafi, na Líbia, que já durava 50 anos.

Em sequência, esse poder das novas mídias pôde ser verificado em diversos lugares do mundo. Manifestações e protestos populares que foram realizados na Colômbia e Paquistão. As primeiras informações sobre ataques terroristas em Mumbai, na Índia, e sobre o golpe de estado em Madagascar, foram reveladas por meio de ferramentas das mídias sociais.

O caso mais recente são as manifestações pelo Brasil. A organização dos grandes atos, realizados pelo Movimento Passe Livre, foi feita em eventos no Facebook. Esses eventos, com uma adesão cada vez maior, eram compartilhados em sequência, atingindo milhões de usuários da rede social. No dia 17 de junho, por exemplo, ele chegou a ter cerca de 250 mil pessoas confirmadas para os protestos.

No Twitter e também no Facebook, depois da implementação das hashtags, era possível acompanhar, em tempo real, o que estava acontecendo nas ruas e os locais. O Instagram e o YouTube permitiam compartilhar, em tempo real, registros de pessoas que presenciavam os movimentos.

Assim, por meio da internet, as redes sociais podem ser consideradas instrumentos de mobilização social, pois com apenas alguns cliques, as pessoas podem se inteirar dos acontecimentos em tempo real em qualquer lugar do país e do mundo, sendo influenciadas a também tornar públicas suas indignações e contribuírem para o crescimento do número de pessoas que vão ás ruas reivindicar seus direitos. Já é antiga a manifestação da sociedade demonstrando suas indignações, porém nem tão antiga assim, sua liberdade para fazê-la.

A história das manifestações é marcada por três grandes movimentos. No Regime Ditatorial (1964 – 1985), O Golpe Militar de 1964 deu início ao período ditatorial no Brasil. Em 19 de março, foi organizada uma manifestação contra as intenções de João Goulart, presidente do país na época. Essa manifestação foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.

Durante o governo de Goulart, o clima de crise e as tensões sociais apenas aumentavam a cada dia. Em 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas e, para evitar uma guerra civil, João Goulart deixou o país. Os militares tomaram o poder e, em 9 de abril, foi decretado o Ato Institucional N°1 (AI-1). Este ato cassou mandatos políticos de opositores ao regime militar e tirou a estabilidade de funcionários públicos.

Jovens estudantes e intelectuais começaram a se manifestar contra o regime ditatorial. Essas manifestações, porém, eram violentamente reprimidas. Em março de 1968, estudantes reclamavam em um restaurante sobre os preços elevados das refeições. Para conter o conflito, o comandante Aloísio Raposo atirou no jovem de 17 anos Edson Luís de Lima Souto.

Em 26 de junho de 1968, os militares permitiram uma passeata popular no bairro central do Rio de Janeiro. No decorrer da manifestação, 100.000 pessoas lutavam contra a repressão ditatorial do regime militar. Após esse acontecimento, o então presidente Arthur Costa e Silva reuniu-se com os líderes estudantis Franklin Martins e Marcos Medeiros. Esses estudantes pediram o fim da ditadura e a anistia aos jovens presos nas manifestações. Costa e Silva ignorou os pedidos e, para conter esses atos, aprovou o Ato Institucional N° 5 (AI-5), que proibia movimentos sociais e o direito a habeas corpus.

O segundo movimentos foi o Diretas Já que ocorreu em 1983 a 1984. Em 1979,

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