Maria Clara
Artigos Científicos: Maria Clara. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: anevcbdvd • 17/9/2014 • 836 Palavras (4 Páginas) • 328 Visualizações
Maria Clara
43 3441-1788
43 9184-2382
43 9980-8191
ORÇAMENTO PARA JANTAR FORMATURA
Cardápio:
· Aperitivos
o Patê com Torradas
o Batidas de Vinho
o Batidas de Pêssego
· Entradas
o Salada à Brasileira (repolho com abacaxi e manga)
o Salada Verde com frutas
· Acompanhamentos:
o Arroz Branco
o Arroz à Grega
o Salpicão de Frango
· Carnes
o Costela Recheada
o Pernil à California
· Pratos Quentes
o Creme de Milho
22,00 por pessoa
ue gostava de brincar, disse-lhe: “Pois não! Mas você antes tem de me dizer uns versos.” Ora, o nosso homem não se fez de rogado e saiu-se com esta décima lapidar, cujo primeiro ver so, estropiado, mostra que a estrofe não era de sua autoria:
Tive uma choça, se ardeu-se, Tinha um só dente, caiu. Tive uma arara, morreu. Um papagaio, fugiu. Dois tostões tinha de meu: Tentou-me o diabo, joguei-os. E fiquei sem ter mais meios De sustentar os meus brios. Tinha uns chinelos... Vendi-os. Tinha uns amores.. . Deixei-os.
Assim, na companhia paterna ia-me eu embebendo dessa idéia que a poesia está em tudo — tanto nos amores como nos chinelos, tanto nas coisas lógicas como nas disparatadas. O próprio meu pai era um grande improvisador de nonsenses líricos, o seu jeito de dar expansão ao gosto verbal nos momentos de bom humor. Spen- der falou-nos certa vez da atração que sobre nós exercem certas palavras. “Bragadoccio”, por exemplo. Quando li essa coisa no inglês, fiquei estupefato, pois a palavra “bragadoccio” sempre me invocara e um mês antes eu a introduzira num poeminha onomás tico feito para Master Anthony Roberí Derham. Meu pai volta e meia se sentia invocado por uma palavra assim. Uma delas pude aproveitar num de meus poemas: “protonotária”. Se eu tivesse algum gênio poético, certo poderia, partindo dessas brincadeiras que meu pai chamava “óperas”, ter lançado o surréalisme antes de Breton e seus companheiros. Procuro me lembrar de outras impressões poéticas da primeira in fância e eis que me acodem os primeiros livros de imagens: João Felpudo, Simplício Olha pro Ar, Viagem à Roda do Mundo Numa Casquinha de Noz. Sobretudo este último teve influência muito forte em mim; por ele adquiri a noção de haver uma realidade mais bela, diferente da realidade cotidiana, e a página do macaco tirando cocos para os meninos despertou o meu primeiro desejo de evasão.
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