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Marilena Chaui

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Por:   •  18/9/2013  •  780 Palavras (4 Páginas)  •  1.185 Visualizações

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No capítulo seguinte, a autora discute a questão da nação como semióforo (p.11-29). O conceito semióforo não é de uso cotidiano, apesar de seu significado ser imediatamente dedutível dos termos gregos originários. O significado do conceito é expresso pela autora da seguinte forma: “um signo trazido à frente ou empunhado para indicar algo que significa alguma outra coisa e cujo valor não é medido por sua materialidade e sim por sua força simbólica” (p.12). Neste sentido, um semióforo permite celebrar

“algo comum a todos e que conserva e assegura os sentimen to de comunhão e unidade” (p.12). Nasequência, a autora faz uma rápida digressão sobre a imp

ossibilidade de produção de semióforos nasociedade capitalista justamente por sua tendência inata d e reduzir tudo à mercantilidade. Um semióforo necessita resguardar singularidade e, assim, a despeito da mercantilização das relações, na sociedade um semióforo é possível por trazer consigo também a idéia

de poder e prestígio. Indica também que, em tempos antigos, chefias religiosas ou igrejas eram det entoras iniciais de semióforos. Em contraposição a isso, também o poder econômico busca deter tais prerrogativas, mas a grandeza que, na sociedade moderna, ocupa o papel de semióforo principal é o pode

r político, pois “os semióforos religiosos são particulares a cada crença, os semióforos da riqueza são propriedade privada, mas o patrimônio histórico-

geográfico e artístico é nacional” (p.14). Neste sentido, o semióforo-matriz ou fundamental, como lugar e guardião dos semióforos públicos, é a nação

.

Sobre nação, a autora afirma tratar-se de uma invenção histórica recente, cujo nascimento pode ser datado por volta de 1830. Discutindo dimensões filo

lógicas e semânticas do conceito nação, a autora argumenta com o historiador inglês Eric Hobsbawn para afirmar que na construção do semióforo nação pode-se indicar a existência de três fases distintas: de 18 30 a 1880 fala-se de ‘princípio de nacionalidade’, de 1880 a 1918, de ‘idéia nacional’ e de 1918 a 1950 -60, de ‘questão nacional’ (p.16). A primeira etapa vincula nação e território, a segunda articula nação com língua, religião e raça, e a terceira enfatiza a consciência nacional, defendida por um conjunto de lealda

des políticas. A idéia de nação surgiu, segundo a autora, como solução de problemas do liberali smo político que precisa solucionar o problema da inclusão de “todos os habitantes do território na esfera da administração” e “obter a lealdade dos habitantes ao sistema dirigente” (p.17). Na primeira

fase, “dimensão de território, densidade populacional e expansão de fronteiras tornaram-se os princípios def inidores da nação como Estado” (p.17), o qual

necessitada de um processo de desenvolvimento, ao qual se deu o nome de ‘progresso’. Na segunda fase, de 1880 a 1918, será criada uma ‘religião cívica’,

o ‘patriotismo’, que se transforma em nacionalismo, reforçado “com entimentos e símbolos de uma comunidade imaginária cuja tradição começava a ser inventada” (p.18). A partir de então, a “nação passou a ser vista como algo que sempre teria existido, desde tempos imemoriais, porque suas raízes deitam-se no próprio povo que a constitui”

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