Movimento Estudantil

MOVIMENTO ESTUDANTIL.

A força do movimento estudantil universitário no Brasil, teve seu auge de intervenção nas décadas de 60 e 70. Contando com a capacidade de mobilizar expressivos contingentes de estudantes para participar ativamente da vida política do país.Num país em desenvolvimento, o acesso ao ensino superior passou a ser condição fundamental para acelerar o processo de modernização, ao mesmo tempo que abria novos caminhos para a mobilidade e ascensão social. Esse movimento com suas reivindicações, protestos e manifestações, influenciou significativamente os rumos da política nacional. O movimento estudantil contou com inúmeras organizações representativas de âmbito universitário (DCEs - Diretórios Centrais Estudantis), UEEs (União Estadual dos estudantes), e UNE (união nacional dos Estudantes). A expansão do movimento resultou num aumento progressivo da oferta de vagas. As matrículas cresceram a uma taxa de 12,5% ao ano. Comparado ao ano de 1945 quando as universidades contava, com 27.253 estudantes; em 1962, esse número aumentou para 107.299. Em 1968 eram 214 mil estudantes universitários.

Ideologia Política

A década de 60 foi marcada por grandes mobilizações em defesa de reivindicações de caráter educacional. Alcançando como resultado a “Reforma da Universidade” que consistiu na mais importante luta do movimento estudantil. Isso gerou o surgimento de novas correntes políticas ligadas à esquerda marxista (ou seja, um projeto socialista de transformação da ordem social).

Golpe de 1964

A influência das correntes políticas de esquerda, levou as autoridades militares a reprimirem as lideranças estudantis e desarticularem as principais organizações representativas (UNE, UEEs, DCEs) durante a ditadura militar de 1964. O ápice da radicalização dos grupos estudantis ocorreu em 1968.

De 1969 a 1973 o movimento estudantil foi completamente desarticulado. A maior parte dos militantes e líderes estudantis ingressou em organizações de luta armada para tentar derrubar o governo. Somente em 1974 surge os primeiros sinais da recuperação do movimento estudantil, com a responsabilidade de reconstruir as organizações estudantis; massacrados pela ditadura.

A retomada

O ano de 1977 foi marcado pela saída dos estudantes às ruas. A grande força motivacional a mobilizar os estudantes foram as reivindicações de caráter político (defesa das liberdades democráticas, fim das prisões e torturas, anistia ampla, geral e irrestrita). No final da década de 70, o movimento estudantil havia perdido sua força e prestigio político. Apesar das organizações estarem em pleno funcionamento.

- Diretas Já

Em 1984 o Brasil retoma os movimentos sociais populares e estudantis, movimento este, que apoiava a emenda do deputado Dante de Oliveira que restabeleceria as eleições diretas para presidente da República no Brasil.

Votação e decepção popular

Em 25 de abril de 1984, a emenda constitucional das eleições diretas colocada em votação, mas, não foiaprovada.

Eleições indiretas

Em 15 de janeiro de 1985, ocorreram eleições indiretas e Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil. Mas faleceu antes de assumir o cargo. José Sarney, o vice-presidente, tornou-se o primeiro presidente civil após o regime de Ditadura Militar (1964-1985). As eleições diretas para presidente do Brasil só ocorreriam em 1989, após ser estabelecida na Constituição de 1988.

Em 1992 surge o movimento social nacional de oposição ao presidente Fernando Collor de Mello que contou novamente com o movimento estudantil, pautado na reivindicação popular pelo impeachment.

Breve resumo dos principais movimentos estudantis no Brasil.

1710 - Quando mais de mil soldados franceses invadiram o Rio de Janeiro, uma multidão de jovens estudantes de conventos e colégios religiosos enfrentou os invasores, vencendo-os e expulsando-os.

1786 - Doze estudantes brasileiros residentes no exterior fundaram um clube secreto para lutar pela Independência do Brasil. Alguns estudantes desempenharam papel fundamental para o acontecimento da Inconfidência Mineira.

1827 - Foi fundada a primeira faculdade brasileira, a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Este foi o primeiro passo para o desenvolvimento do movimento estudantil, que logo integrou as campanhas pela Abolição da Escravatura e pela Proclamação da República.

1897 - Estudantes da Faculdade de Direito da Bahia divulgaram, através de um documento escrito, as atrocidades ocorridas em Canudos (BA).

1901 - Fundação da Federação de Estudantes Brasileiros, que iniciou o processo de organização dos estudantes em entidades representativas.

1914 - Estudantes tiveram participação significativa na Campanha Civilista de Rui Barbosa, ocorrida em meados