Mudanças no processo industrial após a "Revolução Dupla"

Até o cenário da Dupla Revolução, o trabalho tinha como pagamento as condições mínimas de sobrevivência que o senhor feudal oferecia ao servo. A religião comandava e se vivia em um estado de irracionalidade.

A produção era manual e artesanal, com o emprego de poucas e raras máquinas. Normalmente um mesmo artesão cuidava de todo o processo de produção, desde a matéria prima até o produto final.

Com a revolução industrial, os artesãos perderam o controle sobre a produção e passaram a serem responsáveis por operar as máquinas e participar de uma só etapa da produção. Perde-se a ideia de único e especial que existia antes quando, por exemplo, um alfaiate produzia um terno que não seria igual a um segundo terno produzido pelo mesmo alfaiate.

As necessidades de mudanças no cenário social motivam o surgimento e consolidação da burguesia como classe social. A burguesia combinando o uso da razão com as ideias iluministas promovem as revoluções e consequentemente as mudanças na vida social.

Na Revolução Industrial acontece uma grande inovação tecnológica na Inglaterra. O diferencial inglês para os outros países foi a capacidade do acumulo de capital. Durante o período da revolução, temos anualmente uma revolução tecnológica. A revolução também permite o desenvolvimento das ferrovias, a revolução da indústria têxtil e a inovação das máquinas já existentes e das novas que passaram a ser desenvolvidas.

A Revolução Francesa tem como marco a tomada da Bastilha e a revolta dos camponeses que invadiam as igrejas em busca das escrituras das terras que era a riqueza da época. A fim de controlar essas revoltas camponesas, a burguesia divulga a Declaração de Direitos dos Homens e do Cidadão, que também tinha como objetivo proteger a propriedade privada para evitar os saques que estavam acontecendo na época.

Após a dupla revolução aparece o caráter de classe e o cenário é voltado para atender os interesses da burguesia. Existem as inovações tecnológicas, e a produção passa a ser feita em linha e tem como resultado produtos em grandes quantidades.

Como apresentado no filme Daens, essa industrialização tem como reflexo uma grande exploração da força de trabalho com longas jornadas e preferencia para mulheres e crianças que eram mão-de-obra com menor custo. As condições de trabalho eram precárias e o pagamento deste trabalho mal era suficiente para a sobrevivência.

Diversas correntes de pensamento começam a surgir e a confrontar esse mundo moderno voltado somente para os interesses e desenvolvimento da burguesia, e a classe operária começa a se voltar contra essa “configuração” de ordem social.

Com o Manifesto do Partido Comunista, em 1848, a razão passa a ser usada pela classe operária para entender a vida social. Com o movimento cartista, surgem pela primeira vez as leis trabalhistas. A classe operária industrial surge como força politica e a revolução de 1848 foi o movimento que consolidou a burguesia e a classe operária como opositores.

A sociologia surge para tentar explicar e entender os fenômenos sociais, as classes sociais e os movimentos sociais que se instalaram no mundo após a dupla-revolução. Buscava entender o comportamento do individuo de forma individual e as consequências deste comportamento na sociedade. A sociologia procura dar respostas racionais aos