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NA PRATICA A TEORIA E OUTRA

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Por:   •  6/2/2014  •  3.226 Palavras (13 Páginas)  •  558 Visualizações

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Na prática a teoria é outra?"

Valeria Farei

Yalanda Guerra'

INTRODUÇÃO

Diferentemente de exigências restritas ao padrão técnico-instrumental, o que o assistente social enfrenta nas duas esferas da vida profissional requerem ações abalizadas, intelectualmente responsáveis e fecundas, analíticas e críticas, capazes de lhe proporcionar compreensão suficiente para urna ação efetiva e qualificada na realidade social. Para isso, é imprescindível compreensão substancial da economia - da atual crise do capitalismo -,da cultura, da política, dos movimentos sociais, das instituições jurídico-políticos, das organizações sociais e da dinâmica das relações grupais e interpessoais. Ou seja, é imprescindível uma compreensão da realidade social que viabilize uma atuação profissional responsável consequente. Faz-se necessária urna teoria que nos permita perceber como os principais dilemas contemporâneos se traduzem nas peculiaridades; do Serviço Social e se expressam nas requisições e competência socioprofissionais e na cultura profissional. Aqui subjaz a premissa de que a complexidade da realidade exige profissionais do Serviço Social que não pretendam apenas responder de modo tradicional e imediatista às demandas que lhes são dirigidas, mas que entendam que respostas profissionais pressupõem compreensão dos significados sociais de tais demandas e intervenções que lhes possam atribuir outros. Assim, na nossa linha de raciocínio, o desafio consiste em formar profissionais capazes de atuar na realidade, por meio da identificação e da apropriação crítica de suas demandas e das demandas a eles dirigidas, reconfigurando as e enfrentando-as de maneira eficaz e eficiente - ou seja, em consonância com o sentido mais profundo da expressão trabalho profissional

Entendemos que só assim estarão dadas aos assistentes sociais as possibilidades

de construírem estratégias sociopolíticas e profissionais para responderem às

reais demandas e aos requisitos da profissão.

Nesse contexto, o profissional que tencione atender aos requisitos do mercado de trabalho não se limitando a eles, cabe uma sólida formação teórica (ético-política) e metodológica, ou seja, capacitação suficientemente qualificada em termos de conhecimentos teóricos e possibilidades interventivas. Apenas a teoria não é capaz de trazer mudanças necessárias sendo assim pratica também é necessária, e que ambas seja associados para que aja transformação.

Na pratica a teoria é outra ela, sobre essa questão, partimos do pressuposto de que ela se trata de um dos profissionais do assistente social. Isso porque, para nos, é evidente que ao profissional no pode limitar-se ao sendo comum, tem que supor todos os fundamentos não permitindo de influenciar, por isso é falso denominar que na pratica a teoria é outra.

O profissional tem que problematizar de forma critica e rigorosa. Lembramos então de Lukács ao mencionar que "sem descobrir os fundamentos reais da situação histórico-social, não há análise cientifica possível" (Lukács, 1976, p. 15).

DESTACANDO ALGUNS FUNDAMENTOS DA FRAGMENTAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

Em primeiro lugar, cabe esclarecer que a ideia de que "na prática a teoria é outra" se sustenta, basicamente, na concepção de que a teoria tem a possibilidade de ser implantada na realidade social e/ou tem a capacidade de dar respostas imediatas para suas questões. Em outros termos, é a ideia que se alimenta de uma concepção que considera possível a aplicação da teoria na prática, captando as Teorias Sociais como um conjunto de regras, modelos, procedimentos e referências instrumentais precisas, capazes de serem diretamente aplicáveis na realidade, produzindo imediatamente o efeito ou produto previsto e/ou desejado. É como se a validade da teoria repousasse na dócil submissão à necessidade de respostas práticas imediatas para os problemas. Isso nos traz à lembrança um pensamento cuja origem e difusão encontramos especialmente nos Estados Unidos, no final do século XIX e inicio do século XX, alicerçando a expansão do espírito empresarial - o pragmatismo, vertente irracionalista do pensamento, consoante com a perspectiva de mercantilização da vida social e, dessa maneira, adversa às vertentes filosóficas investigativas e de cunho ontológico - um modo de pensamento que eleva as atividades prático-utilitárias e o valor das normas e princípios que tenham como verdade o útil e o êxito individual.

Essa concepção de prática "implica não mais uma atividade útil, mas também utilitária em seu sentido mais estreito e sórdido" (V AZQUEZ, 2007, p. 105).

Apenas a teoria não se pode ser aplicada na vida social, não podemos responder as demandas de forma isolada. Através das demandas e experiências que se coloca em pratica os fundamentos teóricos.

A teoria quando aplicada de forma isolada fica subordinada a utilidade, se torna uma ação individual e não transformadora.

A teoria apenas sem se contextualizar é produto do sistema capitalista, pois desconsidera emancipatórias e o contexto histórico do momento.

O pensamento burguês transforma-se numa justificação teoria do existente.

Decerto, essa determinação histórica da inversão do pensamento burguês só tem valor operatório quando vista sob ângulo universal. Ligadas àquele progresso técnico que o capitalismo é obrigado a promover, surgem nos países altamente capitalistas novas e originais investigações científicas, mas tais investigações se limitam a domínios particulares sem desempenharem o menor papel positivo na construção e uma concepção do mundo científica. (1972, p. 22-23).

Apreciando com atenção o trecho citado, parecem claras as implicações ideológicas. E elas podem ser sintetizadas na tendência a considerar inúteis, inoperantes e impotentes os pressupostos teóricos que não sirvam para justificar o existente e/ou não viabilizem respostas imediatas às exigências práticas da sociedade, acepção que não é fenômeno novo e que esclarece os motivos de a teoria vir, ao longo dos anos, sendo rechaçada, negligenciada ou negada

em suas possibilidades mais elementares. Porém, uma indagação: compete a nós apreender para que e para quem serve essa desqualificação da teoria?

Não é demais ratificarmos que a cisão entre a teoria e a prática

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