“O 18 Brumário de Luís Bonaparte”
Por: Kelly Kajihara • 12/4/2016 • Resenha • 648 Palavras (3 Páginas) • 902 Visualizações
A obra “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” foi escrito para ser publicado em um jornal e, dessa forma, não é um texto de difícil leitura. Marx tentou mostrar nesse livro a viabilidade da Teoria da História, formulada no livro A Ideologia Alemã.
O livro se concentra num período no qual se cristalizam importantes determinações que ajudam a compreender como se articulam revoluções no mundo moderno. É uma narração que parte de uma distinção entre revolução política e revolução social.
O autor procura justificar porque duas revoluções de participação popular que se consolidaram em uma revolta generalizada contra o governo resultaram em ditaduras, que foram guiadas por dois homens da mesma família (Napoleão Bonaparte e Luís Bonaparte)
O autor tentou entender como duas revoluções que pediam mais participação do povo e consolidaram uma revolta generalizada contra o governo resultaram em ditaduras. E mais, ditaduras guiadas por dois homens da mesma família. Marx explica como o governo manobrou a população para que ela se rebelasse contra um instrumento constitucional que a representava.
Para Marx, as revoluções na França mudaram a forma de governo, mas deixaram intocadas as estruturas sociais. O golpe de estado dado por Luís Bonaparte na França é uma repetição, sendo a primeira vez (Napoleão) como tragédia e a segunda vez como uma farsa.
Marx sustenta que a única coisa que permite a compreensão desses acontecimentos é a premissa de que a história é sempre a história da luta de classes, que é resultado do conflito entre burguesia e proletariado. Dessa forma, as revoluções do futuro seriam sociais (do proletariado).
A sucessão dos acontecimentos históricos pode ser explicada a partir das jornadas de junho de 1948. Mesmo depois da derrota do proletariado, a revolução social vai ser o elemento central dos desdobramentos históricos. Já não sob forma de uma ação potencialmente forte do proletariado, mas ainda como ação. Isso pauta as ações da burguesia, que entrega seu poder a um terceiro (Bonapartismo). Ou seja, a ameaça de uma revolução social altera a configuração do próprio capitalismo.
Uma das novidades desse texto consiste na atenção que Marx vai dar à ação política das outras classes. Ele não vai falar mais de uma forma homogênea e uniforme. A burguesia é constituída de várias facções (industrial, latifundiária, aristocracia francesa). Essas facções estarão na base dos grupos monárquicos.
Para além da burguesia, Marx apresenta ações de outras classes: a pequena burguesia e o campesinato. A primeira assume o comando de oposição durante a Assembleia Nacional.
A consciência se desloca dos interesses materiais e se aliena e isso constitui uma força política, base da ação política das próprias classes. A consciência parece uma máscara, uma representação. “Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram.” (Capítulo I). Para Marx, os atos individuais não movem a história, sendo as lutas entre as classes sociais responsáveis pelas grandes transformações.
Ou seja, na Revolução de 1848 os homens pensavam imitar a Revolução de 1789.
Existe
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