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O Conceito social de gênero

Por:   •  15/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  862 Palavras (4 Páginas)  •  142 Visualizações

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As questões de gênero se estabelecem em um primeiro momento pelas diferenças biológicas, mediante as quais, muitas vezes são constituídas as inúmeras formas de desigualdade social que colocam a mulher e a figura feminina vulnerável à exclusão social, ou seja, não somente a mulher está exposta a isso mas a figura do feminino como um todo. A exclusão social enquanto uma condição sócio-política-econômica remonta a tempos muito mais antigos do que os de hoje. As mulheres sempre foram equiparadas às piores condições de ineptas às práticas políticas. Platão em A Republica acreditava que a mulher era reencarnação de homens fracos, injustos e covardes, Aristóteles afirmava ainda que a mulher era fruto de má formação e de ausência se calor durante a gravidez, Rousseau não diferente do pensamento de hoje acreditava que a mulher nascia destinada ao casamento e a maternidade e Kant a considerava pouco dotada intelectualmente e moralmente fraca. Vale ressaltar então, que todo esse pensamento acerca do feminino se tornou hegemônico num mundo patriarcal heteroerótico e que veio a ser contestado somente com o advento do feminismo, de maneira ainda muito singela.

A exclusão social é multifacetada e multidimensional também que se apresenta em vários aspectos na sociedade contemporânea. As crises econômicas também levaram ao crescimento impar dos grupos excluídos, uma vez que, aqueles que se encontram fora do círculo de desenvolvimento são os mais susceptíveis às situações de exclusão social. Alguns pesquisadores tratam a exclusão como um fenômeno dialético, sendo que a exclusão demanda, ao mesmo tempo, um processo de inclusão. Para que uma população seja excluída de determinado grupo, ela precisa necessariamente se enquadrar em outro, dado essa incessante necessidade de normatização existente nas sociedades contemporâneas.

Voltando ao fato de que a exclusão do feminino é secular e abastecida pelas reações de poder estabelecidas por uma sociedade patriarcal, entende-se que o crescimento da ação feminina num mundo de homens sempre será barrado e qualquer sinal de melhora será resultado de muita luta e resistência. Se isso não fosse real, o movimento feminista já teria encerrado sua história. A inserção da mulher no mercado de trabalho se deu mais por uma necessidade do crescente capitalismo do que por acreditar que a mulher é realmente capaz de se inserir nesse meio. Prova disso é o fato de que sua inserção nesses espaços não a libertaram da duplicação de tarefas, uma vez que, as atividades do lar ainda eram “coisa de mulher”. Ao homem reserva-se o papel de provedor da família, sem que ao ceder esse lugar para a mulher, por exemplo, ele abra mão do seu domínio em relação a ela. Assim, tratar essas questões como cultura ou como naturalmente estabelecidas impossibilitam superar essas contradições que são oriundas de uma visão bem dicotômica da identidade.

O conceito de gênero nasce do movimento feminista e do olhar que começa a se voltar para a condição da mulher, tentando de alguma forma construir um conceito de gênero desvinculado do sexo biológico. O gênero é uma construção social de masculino e feminino e não uma condição natural de macho ou fêmea imposto pelas genitálias, é então um conceito que ilustra as diferenças entre homens e mulheres e a cadeia de desigualdades socialmente construídas a partir delas.

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