O Grupo Indígena

Iniciou-se no dia 25 de Abril, às 14h00, a palestra sobre o Grupo de Estudos e Pesquisas Indígenas na Amazônia na sala de videoconferência da Universidade Estadual do Pará, onde por intermédio da Prof. Vanja Bezerra foi explicado seu objetivo e importância social de sua linha de pesquisa.

O Grupo, conhecido como GEIA, é um projeto de dentro da UEPA que busca principalmente adentrar no mundo dos saberes, práticas e políticas públicas da educação e saúde dos indígenas dentro da Amazônia. Juntamente com o Prof. Petrônio Lisboa, a Prof Vanja seguiu objetificando seu trabalho, mostrando que a pesquisa visa a saúde como qualidade de vida e relação integral, qualificando e quantificando. Isso se torna possível através do estudo das práticas medicinais nativas dos indígenas juntamente com as ações que o Estado promove por meio de políticas públicas.

Vale ressaltar a relação entre as práticas medicinais indígenas e a religiosidade dos mesmos, ambas estão intrinsecamente ligadas. Devido esse fato, torna-se indispensável uma busca por soluções alternativas que visem a aceitação do indígena perante um medicamento desconhecido. Nesse contexto entra o Prof. Pedro McDowell com sua explicação acerca da abordagem utilizada para proporcionar saúde às comunidades indígenas.

O Prof. Pedro, servidor do MS locado no DSEI, iniciou o tema “Distrito Sanitário e Saúde Indígena: Dificuldades e Perspectivas na Pesquisa com o Tema da ‘Saúde’ Entre Povos Indígenas”, distrito esse que está ligado ao Sistema Único de Saúde, assim atendendo apenas os povos locados em terras de demarcação indígena. Ele mostrou que acima de tudo, o diálogo é o ponto principal ao abordar esse tipo de grupo em qualquer situação, seja ela pesquisa ou não, enfatizando também a necessidade de uma metodologia de abordagem. Infelizmente as localidades de difícil acesso e os poucos recursos que são disponibilizados aos DSEIs acabam sendo os principais obstáculos desse trabalho, visto que, como o próprio Prof. Pedro expôs, os indígenas acabam tendo uma grande aceitação acerca dos medicamentos imunizantes e de tratamento.

Aproximando-se a parte final da apresentação, o Prof. Pedro falou sobre a ética na saúde e pesquisa indígena, pois antigamente a questão ética não era um ponto importante na discussão antropológica, causando situações desconfortáveis ao povo estudado. Hoje em dia essa questão é muito importante pois as práticas de pesquisa visam sempre manter a integridade do indígena, destacando que todas ações devem ser benéficas tanto para o pesquisador quanto para o indígena. O Prof. Pedro ressaltou nesse momento a relevância desse trabalho pois o índio, ao se sentir respeitado, abre portas para a propagação de sua cultura e também oferece mais abertura para as políticas públicas o auxiliarem. Após responder algumas perguntas feitas por alunos, o Prof. Pedro encerrou suas atividades, dando espaço para o Prof. Petrônio que após ressaltar o belo trabalho do palestrante, deu fim à apresentação do grupo às 16h20.