O Histórico do surgimento da Psicopatologia
Por: niziaemilce • 25/2/2018 • Trabalho acadêmico • 937 Palavras (4 Páginas) • 230 Visualizações
Introdução
A psicopatologia segundo é uma preocupação muito antiga do pensamento, que se confunde com a reflexão do homem sobre a estranheza dos seus semelhantes, e que remete para certa abordagem do enigmático, seja esta encarnada pelos deuses, pelo mal, pela sexualidade ou até pela ciência
Por séculos tentou-se entender a doença mental em diferentes contextos sócio-ambientais a identificação das causas das psicopatologias exigiu um período bastante extenso. Antes da era da indagação científica, todas as manifestações boas e más de poder além do controle da humanidade eram tidas como sobrenaturais, assim como, o comportamento aparentemente além do controle individual.
Contexto histórico do surgimento da Psicopatologia
- Demonologia Antiga
A demonologia é uma palavra usada para referir-se a uma doutrina que acredita que um ser maligno, como o demônio, poderia tomar posse de uma pessoa, ou de sua mente e de seu corpo. Nesta época era atribuída a Cristo a cura de um homem possuído por um espírito imundo, que se chamava Legião, ao expulsar os espíritos que nele habitavam e os lançar a uma manada de porcos.
De acordo com a crença segundo a qual o comportamento anormal era causado por processão, o tratamento envolvia frequentemente exorcismo, ou expulsão de espíritos malignos com o uso de cantos ritualísticos tortura.
- Somatogenese
Hipócrates (4607-377? a.C.)
- considerado em geral pai da medicina moderna, separou a medicina da religião, da magia e da superstição.
- Insistiu que as doenças físicas graves e transtornos mentais tinham causas naturais e que, portanto, deveriam ser tratados como outras doenças mais comuns e não doenças diabólicas como dizia a crença grega.
- Hipócrates classificou os transtornos mentais em três grupos: mania, melancolia e frenite. Graças a seus ensinamentos, o fenômeno do comportamento anormal tornou-se um campo de atuação de médicos e não mais de sacerdotes.
Aristóteles (384 a.C.)
- Atribuiu os males da mente à paixão, um elemento inerente ao ser humano. O homem deveria saber dosá-las para encontrar equilíbrio entre paixão e razão. Aristóteles não considerava a paixão um mal que leva a agir contra a vontade do indivíduo, mas sim, como uma força que justifica o agir desse indivíduo .
Platão (427-348 a.C.)
- destacou no arcabouço teórico da Psicopatologia, na obra “Timeu”, Platão concebeu a psique (alma) como sendo constituída por três partes: racional, afetivo-espiritual e apetitiva. Platão considerava que a loucura era proveniente da desarmonia entre as três partes do sistema psíquico, o que provocava o desvio na racionalidade de seguir as leis lógicas
- A idade média e a demonologia
Galeno (130-200 a.C.)
- Assinalou o início da idade média para a medicina ocidental europeia e para o tratamento e estudo do comportamento anormal. Após vários séculos de decadência, desapareceram as civilizações grega e romana. Mosteiros cristãos, através de trabalho missionário e educacional, substituíram os médicos no papel de curadores e autoridades em distúrbio mental.
- O aparecimento dos asilos
Philip Pinel (1745-1826)
- Defendia que a observação demorada da conduta dos pacientes era o método mais eficiente para diagnosticar, ordenar e catalogar os sintomas e os distúrbios mentais.
- A semiologia psicopatológica encontrada nos estudos de Pinel tratou dos distúrbios das faculdades do entendimento, como: sensibilidade ou sensação, percepção, emoções e afecções morais, imaginação, pensamento,
- Pinel foi nomeado diretor de um asilo de Paris chamado La Bicetre ele tirou as correntes dos internados em La Bicetre e começou a trata-los como seres humanos doentes, não como animais. Muitos deles, considerados absolutamente incontroláveis tornaram-se calmas e fáceis de tratar. Quartos com boa iluminação e ventilados substituíram os calabouços. Pacientes que haviam Estado encarcerados durante anos recuperaram a saúde e, por fim, receberam alta.
- Os primórdios cm pensamento contemporâneo
Thomas Sydenham (1624-1689)
- Obteve grande sucesso ao defender a abordagem empírica na classificação e no diagnóstico de doenças que, mais tarde, influenciaria os interessados em transtornos mentais.
Emil Kraepelim (1856-1926)
- Identificou entre os transtornos mentais a tendência de certo grupo de sintomas, denominado síndrome, de aparecer com uma regularidade suficiente para ser considerada como tendo uma causa física subjacente.
- Sugeriu que havia dois grandes grupos de doenças mentais graves: a demência precoce, o nome antigo da esquizofrenia, e a psicose maníaco depressiva.
- O esquema de Kraepelin para classificar as doenças mentais tornou-se a base das atuais categorias de diagnóstico.
Jaspers (1883-1969)
- fez uma crítica ao método empírico tradicional científico e propôs o método fenomenológico.
- Em 1913, com o intuito de discutir questões relativas às doenças mentais, publicou Psicopatologia Geral. Jaspers compreendia a psicopatologia como ciência cuja função seria observar e descrever os fenômenos psíquicos patológicos, diferentemente da psiquiatria que tem por objetivo diagnosticá-los e tratá-los.
Dalgalarrondo (2000)
- Refletiu com base na conceituação de Jaspers que “não se pode compreender ou explicar tudo o que existe em um homem por meio de conceitos psicopatológicos, ao se diagnosticar Van Gogh e fazer uma análise psicopatológica de sua biografia, não se explicará totalmente a vida e a obra desse artista” e completa “sempre resta algo que transcende à psicopatologia, e, mesmo, à ciência, e que permanece no domínio do mistério”.
- Herdeiro dos filósofos alemães do espírito e neurologista, Freud (1856-1939) situou-se na confluência de uma ciência médica preocupada com a classificação e de uma filosofia do tratamento moral da loucura .
A história do percurso psicanalítico de Freud desde Breuer, passando por Charcot, Liébault, Bernheim e Fliess, chegando a Jung, Bleuler, Adler, Rank, Ferenczi, entre outros, foi e ainda nos dias atuais são difundidas. A psicanálise apareceu como uma teoria e uma nova técnica de tratamento de doenças mentais, a fim de preencher uma lacuna científica no âmbito da psicologia e da psicopatologia, ligando a medicina à filosofia da mente e à epistemologia da neurociência e da Psicopatologia.
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