O Papel Do Professor, Do Aluno E Da Universidade No século 21
Artigos Científicos: O Papel Do Professor, Do Aluno E Da Universidade No século 21. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Luanarlls • 26/5/2014 • 1.276 Palavras (6 Páginas) • 606 Visualizações
O papel do professor, do aluno e da universidade no século 21
Fernando Vieira Machado
Professor
Há na prática de todo professor, ainda que de forma inconsciente, uma concepção de
ensino e aprendizagem que de certo modo determina sua compreensão de seu próprio papel e
do aluno, da metodologia, da função social da universidade e dos conteúdos a serem
trabalhados. Daí, quando esses temas são discutidos no âmbito acadêmico, torna-se importante
que também sejam deixados claros quais são os pressupostos pedagógicos que subjazem à
atividade de ensino, na busca de coerência entre o que se pensa estar fazendo e o que
realmente se faz.
Ao fazer esta consideração, tenho como pressuposto que é a partir das concepções
educativas e da trajetória profissional do professor, aí incluídas suas próprias atividades
acadêmicas, suas experiências de vida, a ideologia compartilhada com seu grupo social e as
práticas de ensino que lhe são contemporâneas, que irão emergir as linhas pedagógicas que
vem sendo colocadas em prática nas universidades brasileiras, sejam elas públicas ou privadas.
A observação das experiências pedagógicas vistas em grande parte das universidades mostra
que essas linhas não aparecem de forma pura, mas, de forma mesclada, porém com a
predominância de uma, criando singularidades.
Este breve ensaio visa fazer uma análise dessas linhas pedagógicas no Brasil. Parto do
princípio que essas linhas nasceram talhadas nos principais movimentos educacionais
espalhados pelo mundo, e que foram, posteriormente, introduzidas nas universidades e
contextualizadas segundo a história social, política e cultural brasileira. Assim, com base numa
revisão bibliográfica feita neste tema, foi possível identificar, na prática pedagógica das
universidades brasileiras, a presença de quatro grandes linhas: a tradicional, a renovada, a
tecnicista e a social e política. Apresento essas linhas aqui de uma forma resumida, porém, com
destaque para os aspectos centrais de cada uma de suas propostas.
Primeiramente, a “pedagogia tradicional” é uma proposta de educação onde o professor é
o centro. Nesta linha, o professor tem as funções de ensinar e corrigir os conteúdos com os seus
alunos, bem como de aconselhá-los e vigiá-los. Por causa disso, a metodologia decorrente de tal
concepção está fundamentada na exposição oral dos conteúdos, numa seqüência
predeterminada e fixa, independentemente do contexto acadêmico. Há uma ênfase na
necessidade de que os alunos executem exercícios repetidos para garantir a memorização dos
conteúdos.
Cabe prioritariamente à Universidade, dentro deste modelo, transmitir um conjunto de
conhecimentos disciplinares para que se dê a formação geral do aluno. Há, portanto, a crença
de que debaixo desta formação, o aluno irá se inserir na sociedade de forma qualificada e com
uma profissão escolhida e valorizada.
Os conteúdos de ensino correspondem aos conhecimentos e valores sociais acumulados
pelas gerações passadas como verdades de difícil refutação, e, embora a universidade vise à
preparação para a vida em sociedade, na maioria das vezes não busca estabelecer relação
entre os conteúdos que são ensinados e os interesses dos alunos, tampouco entre esses e os
problemas reais e cotidianos que os afetam.
Nessas universidades a prática pedagógica se caracteriza por sobrecarga de informações
que são veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição de conhecimento, para os
alunos, muitas vezes burocratizado e destituído de significação. No ensino dos conteúdos, o que
orienta é a organização lógica das disciplinas, o aprendizado moral, disciplinado e esforçado.
Finalmente, nesse modelo, a universidade se caracteriza pela postura conservadora. O
professor é visto como a autoridade máxima, um organizador dos conteúdos e estratégias de
ensino e, portanto, o guia exclusivo do processo educativo.
A segunda linha é a “pedagogia renovada” como sendo uma concepção que inclui várias
correntes que, de uma forma ou de outra, buscam uma universidade nova e mais ativa. Tais
correntes, muitas vezes divergentes, têm como objetivo central a valorização do indivíduo como 1
ser livre, ativo e social. O centro da atividade acadêmica não é o professor, tampouco os
conteúdos disciplinares, mas sim o aluno, como um ser ativo e inquiridor. O mais importante,
portanto, nesta linha, não é o ensino, mas o processo de aprendizagem.
De forma oposta à “pedagogia tradicional”, a “pedagogia renovada” valoriza o princípio da
aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude de aprendizagem parte do interesse
dos
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