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O SER HUMANO E A SOCIEDADE COMPLEXA

Por:   •  23/11/2016  •  Seminário  •  3.599 Palavras (15 Páginas)  •  419 Visualizações

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O SER HUMANO E A SOCIEDADE COMPLEXA

por Silvana Suaiden

  1. O grande paradigma

A modernidade apresenta-se como o mais recente e dinâmico movimento da cultura humana, configurando-se como a origem da maior mudança de paradigmas de todos os tempos conhecidos pelo pensamento atual. Com ela tivemos não apenas uma mudança de paradigmas, mas um paradigma de mudança. Em linhas gerais, podemos apontar as principais características e valores defendidos pela modernidade em oposição às características e valores que predominavam no mundo pré-moderno.

Predomínio de um novo ser (modo de ser) no mundo:

SOCS.  PRÉ-MODERNAS

SOCIEDADES MODERNAS

hierarquias insuperáveis e sacralizadas

des-sacralização dos poderes e das instituições tradicionais

visão imutável e estática do mundo

visão de mundo: dinâmica intrínseca de tranformações

olhar contemplativo e visão teocêntrica do universo

olhar racional e visão antropocêntrica do universo

  • submisso a uma ordem pré-existente na natureza
  • o ser humano como artífice de si mesmo e da história
  • o mundo visto como acabado

 o mundo em construção /

relações de dependência

inter-dependência

visão religiosa e ordem única coisas e da natureza

secularização e novos métodos, idéias,  conceitos,  tecnologias

papéis estáveis e previsíveis

intercâmbio papéis / pluralismo  

visão cíclica da história

visão linear da história

o ser humano como mistério e o mundo encantado

o antropos / cosmos  (homem/mundo) decodificáveis

Valores

Valores

dependência / submissão ao coletivo

liberdade individual / realização pessoal

a obediência incontestável

resgate da subjetividade

estruturas hierárquicas

democracia

autoridade e representação

autonomia

estabilidade e harmonia

a mudança pela mudança

previsibilidade e eternidade

a velocidade, a imediatez, o instante

o direito abstrato e sagrado (da ordem dominante)

direitos humanos individuais e coletivos

a autoridade é responsável

    maior responsabilidade pepessoal

o belo

a mecanicidade

a representação

a criatividade

  1. Contínua mudança de paradigmas. Será?

Vimos que o ser humano é um ser inacabado, seja como indivíduo ou como coletividade (humanidade), também porque é um ser social, político, histórico e construtor de mundos. A modernidade é, talvez, o maior movimento de transformação da cultura humana que conferiu grande intensidade à complexidade humana. Quase todos os paradigmas (modelos) presentes na sociedade contemporânea são originários da ruptura causada com o advento da sociedade moderna (com sua ciência, tecnologia e valores...) ou das contradições do próprio processo da modernidade.

        
Nos tempos atuais é possível fazer uma avaliação do processo moderno. Enquanto a modernidade foi sendo cada vez mais cooptada pelo mercado e sistema capitalista, sustentando racionalmente esse modo de produção e, muitas vezes, refém de um poder econômico e político aparentemente moderno, suas características foram cedendo passo às suas próprias contradições (que alguns chamam de “pós-modernidade”).

A Pós-modernidade será, portanto, a síntese do deslocamento de características modernas para o âmbito privado e de outras para um sistema globalizado, sempre determinado pela ordem capitalista ou pelo sistema neoliberal (nas últimas décadas).

O “ideal moderno” – com suas inegáveis conquistas humanas e avanços no plano científico e do conhecimento – no entanto, foi se perdendo diante da avalanche centralizadora das novas tecnologias  e de suas rápidas transformações, do reducionismo dos valores modernos ao âmbito privado e da contínua perda de valores éticos e significados, sendo estes últimos, agora, determinados pela sociedade de consumo.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman analisou a vida nas grandes metrópoles globalizadas como o resultado da “modernidade líquida", onde o papel das grandes e tradicionais instituições foi sendo diluído. Para ele, estas cidades se apresentam hoje como “verdadeiros campos de batalhas, onde poderes globais se chocam com identidades locais, abandonadas pela desintegração da solidariedade social.” Segundo sua análise, o produto desse encontro não poderia dar em outra coisa que a violência e a insegurança generalizadas. Isso também se explica pelos desdobramentos da modernidade em suas contradições.

FRAGMENTAÇÃO DOS SENTIDOS

                - O mercado: expositor e produtor de novos sentidos

                - Excessiva sensibilidade aos interesses privados

- Crise de sentido e de motivação de vida

A PERDA DO ETHOS / PERDA DE VALORES

  • cultura profundamente individualista
  • perda paulatina da solidariedade

- precariedade ética / fracasso na causa dos direitos humanos

- comunicação pessoal / qualidade de relações

                        - psicopatias coletivas

  • fim da esperança e das utopias
  • novas manipulações das consciências

- novas manipulações do desejo

A SOCIEDADE DE CONSUMO

  • Melhor expressão do mundo globalizado capitalista
  • contínua produção e contínuo consumo
  • caráter sagrado da mercadoria
  • origem da maior atividade depredatória da natureza
  • confusão entre desejos e necessidades
  • 20% do planeta consome e detêm 80% dos bens
  • abismo social
  • violência estrutural

Sugestão de vídeos:

História das coisas (dublado):  

  1. Obsolescência programada - Comprar, jogar fora, comprar (2011) vídeo completo de 52’ no youtube, em espanhol sem legendas):

https://www.youtube.com/watch?v=0w5T5RoCjBg

Chicken a la carte (6’): http://www.cultureunplugged.com/play/1081/Chicken-a-la-Carte

*Surplus (51’): https://www.youtube.com/watch?v=lqeXYsv1Wyw

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