O problema da desigualdade social

HUMILHAÇÃO SOCIAL

Vivemos rodeados de problemas sociais, dentre eles a desigualdade social faz parte. Sendo este um problema que gera vários outros para o indivíduo, como sentimento de inferioridade, humilhação e de desrespeito para com sua maneira de viver. Um dos muitos desafios no combate à desigualdade está na transformação social do indivíduo que sofre que está associado á maneira pelo qual ele se relaciona consigo mesmo e com o mundo a que pertence. Assim como a violência o preconceito, as relações comunitárias, a desigualdade social é considerada um fenômeno social. Ficando o sentimento da dignidade humano quase desfeito. Deixando de ser espontâneo. É preciso muito esforço e atenção para conservá-lo. Um esforço nem sempre eficaz para o humilhado.

A humilhação social é, sem dúvida, um fenômeno histórico. A humilhação crônica, longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais, é feita da desigualdade política, indica a exclusão recorrente de uma classe inteira de homens para fora do direito á casa, direito ao trabalho e direito á cidade. Mas é também de dentro que, no humilhado, a humilhação vem atacar. A humilhação assume internamente, como um impulso angustiante, o corpo, o gesto, a imaginação e a voz do humilhado. A humilhação social é fenômeno ao mesmo tempo político e psicológico, caracteriza assiduamente a psicologia do oprimido: desencadeia afetos embriagantes ou paralisadores.

Os pobres sofrem frequentemente o impacto dos maus tratos. Psicologicamente, sofrem continuamente o impacto de uma mensagem: ‘ vocês são inferiores’. E, o que é profundamente grave: a mensagem passa ser esperada. Para os pobres, a humilhação ou é uma realidade em ato ou é frequentemente sentida como uma realidade eminente, sempre a espreitar-lhe, onde quer que estejam com quer que estejam. O sentimento de não possuírem direitos, de parecerem desprezíveis, se torna compulsivo: movem-se e falam, quando falam, como seres que ninguém vê.

A humilhação social corresponde a um caso particularmente doloroso de angústia: um afeto mórbido derivado da exposição do homem pobre a mensagem de inferioridade social. Mensagens que lhe são assiduamente dirigidas pelos outros e pela cidade. Mensagens verbais e também mensagens mudas: são palavras ou circunstâncias públicas que lhe parecem como perpétuo lembrete de que não estão em casa.

Segue urgente a tarefa de superação politica e psicológica da humilhação social, tarefa que é de todos nós: tarefa a que se dedicam os cidadãos pobres, pessoal ou coletivamente, consciente ou inconscientemente, reagindo isoladamente ou em grupos organizados.

“O melhor indicador do caráter de uma pessoa é como ela trata as pessoas que não podem lhe trazer beneficio algum.” (Abigail Van Buren).