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O restabelecimento da ordem (maio de 1848-junho de 1849)

Por:   •  19/4/2017  •  Resenha  •  3.187 Palavras (13 Páginas)  •  237 Visualizações

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AGULHON, Maurice. O reestabelecimento da ordem (maio de 1848-junho de 1849). In: _____. 1848, o aprendizado da república. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. p.65-100.

        Ao introduzir o capítulo (1§) o autor justifica a escolha do período de maio de 1848 a junho de 1849 para o capítulo. Em maio de 1848 é o fim do período revolucionário, pois há a formação da constituinte; já junho de 1849 é data da última tentativa para resultados políticos positivos por parte da oposição de esquerda. Este para o autor é o período de “reestabelecimento da ordem”.

        Esse período é por ele dividido em três partes (2§). A primeira parte se dá no período em que a constituinte está com o poder executivo, que é chamado de comissão executiva. Na segunda parte a constituinte se mantém com o poder executivo, que passa a ser exercido por Cavaignac. Já a terceira parte abarca o período em que a constituição já está estabelecida e há o “início do governo presidencial” (p.66).

        Após essa introdução, o autor passa a tratar da primeira parte, que vai de 5 de maio a junho de 1848. Essa parte é introduzida (3§) com o estabelecimento da tarefa da assembleia após a proclamação da república, que era de organizar e racionalizar o poder.

        O poder foi organizado em uma comissão executiva e nos ministérios (4§ 5§ 6§).  A comissão executiva era formada de 5 membros, cuja escolha era importante e foi feita a partir do governo provisório. Os cinco escolhidos foram Lamartine, de grande importância na época, Arago, Ledru-Rollin, Garnier-Pagès e Marie. Armand Marrast ocupava a prefeitura de Paris e Buchez a presidência da assembleia.

        O autor ressalta que nessa organização havia grande presença do grupo Le National, o que significava um “revanchismo anti-operário” (p.67). Essa grande presença se faz visível na composição dos ministérios, onde todos eram membros desse grupo e considerados anti-socialistas, posição que crescia naquele contexto.  A composição dos ministérios foi essa: Bastide em relações exteriores, Recurt na pasta do interior, Trélat em obras públicas e Cavaignac com o ministério da guerra.

        Agulhon então apresenta o “15 de maio e seus problemas” (p.68) (7§ a 14§). Ele começa apresentando que um dos significados dessa nova composição do governo é a derrota dos revolucionários nas eleições de 23 de abril e que uma das suas possíveis consequências foi o surgimento da manifestação do dia 15 de maio.

        O autor então apresenta a manifestação (8§) do dia 15 de maio - uma manifestação a favor da Polônia - e as ações das pessoas de extrema esquerda, que defendiam a Polônia e dos governantes em relação ao que lá acontecia. Lamartine tentava ajudar, mas Bastide se mostrava reticente. Para ele o objetivo dessa manifestação (9§) era “opor-se ao curso retrógrado assumido pela política de maio, e promover retorno às aspirações de fevereiro” (p.68).

        Essa mobilização se deu (10§ e 11§) com a ida de uma grande multidão para a assembleia e com uma tentativa, pelos manifestantes, de iniciar uma revolução quando estavam dentro da assembleia. Tendo em vista essa tentativa os manifestantes foram expulsos pelas “forças da ordem” (p.69).

        Agulhon, então, apresenta as diferenças de 16 de abril para o 15 de maio (12§), diferenças relativas a reação da polícia comparada a força da manifestação. No dia 15 de maio a reação policial foi pequena se comparada a força da manifestação. Feito isso, ele tenta explicar a intenção dos manifestantes (13§), que não queriam fazer um golpe e a reação policial, que pode ter sido como foi pela subestimação, por parte do governantes, do perigo da manifestação ou pode ter sido dessa forma devido a uma articulação entre a polícia e os manifestantes.

        Para resumir (14§), então, o autor fala de duas possíveis explicações para a manifestação, sendo ela uma improvisação ou provocação e de seu único resultado, que foi a decapitação da extrema esquerda, o que motivou grupos anti-revolucionários e anti-socialistas e, ultimamente, levou ao fim das oficinas nacionais.

        Antes de abordar a questão das oficinas, o autor se detém na opinião pública (15§). Maio de 1848 levou a uma polarização de opiniões, que se evidenciou com a saída de algumas pessoas do governo e com a eleição, no dia 4 de junho de revolucionários como Caussidière, Pierre Leroux e Proudhon.

        Agulhon também apresenta novas figuras políticas que apareceram nessas eleições do dia 4 de junho (16§ e 17§), sendo eles Luís Napoleão Bonaparte, que, como diz o autor, representava a inquietação da opinião pública ao buscar algo diferente; e Vitor Hugo, considerado republicano. Tendo sido Bonaparte eleito nesse dia o autor apresenta a reação a essa eleição. Houve uma tentativa de impedir que ele assumisse, o que não deu certo, mas o próprio renunciou a posição.

        Maurice Agulhon passa a tratar, depois disso, da questão das oficinas. Ele aborda o papel das oficinas de teoricamente evitar a mobilização dos operários (18§), o que não ocorria de fato. Também fala da importância que tiveram para a vitória de Bonaparte (19§).

        Em seguida, o autor aborda a ligação das oficinas com as ferrovias (20§). Essa ligação se dá principalmente devido a Lamartine, que viu uma possível catástrofe na tentativa de acabar com as oficinas. Para tentar salvá-las pensa em empregar os trabalhadores desempregados das oficinas na construção das ferrovias que passariam a ser da iniciativa pública. Esse projeto conseguiu alguns apoiadores, mas ainda tinham pessoas que queriam acabar com as oficinas.

        Esse fim ocorreu definitivamente e gerou uma revolta operária, tema abordado do parágrafo 22 ao 26. A tramitação do fim das oficinas não passou pela comissão, que dificilmente conseguia unanimidade. Passou, ao invés disso apenas pelos interessados em seu fim, que se deu no dia 21 de junho. A resposta dos operários a essa decisão foi uma concentração, liderada por Pujol, na praça da Bastilha no dia 23, com o objetivo de erguer barricadas nas ruas. Esse movimento ficou conhecido como as jornadas de junho.

        As jornadas de junho tiveram como característico a não presença de grandes dirigentes políticos e uma espontaneidade. Elas “representaram na história da França a batalha de classes em estado puro” (p.74). Essas características também foram observadas por Marx e Engels, que acompanharam a manifestação. Outra característica marcante dela foi a violência que a seguiu.

          O autor então trata da opinião pública sobre as jornadas de junho (27§ a 30§). Para ele havia uma polarização, em que ambas as partes possuíam determinações, o que gerou a grande violência nas manifestações, mas também gerava a dúvida sobre como agir. Para o autor, a determinação dos operários era a recepção que tiveram do fim das oficinas similar a recepção de um golpe de estado, já os burgueses tinham ideais tão fortes quanto os operários. Entre os dias 23 e 35 tiveram grandes lutas entre o proletariado, burguesia e o exército, assim tendo Cavaignac (ministro da guerra) grande atuação nesse episódio.

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