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Surgimento Da Fisioterapia No Brasil

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Por:   •  7/9/2014  •  1.136 Palavras (5 Páginas)  •  2.463 Visualizações

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O desenvolvimento da Fisioterapia no Brasil

A vinda dos portugueses contribuiu para o desenvolvimento da fisioterapia no Brasil, onde começam a surgir as primeiras escolas médicas e alguns recursos fisioterápicos como a eletricidade e a hidroterapia.

Em 1884, no Rio de Janeiro, o médico Arthur Silva realiza o primeiro trabalho de fisioterapia da América do sul, enquanto em São Paulo Raphael Penteado de Barros funda o departamento de eletricidade médica.

São Paulo e Rio de Janeiro passam então a possuir técnicas utilizada por médicos que ousavam experimentar em seus pacientes para ajudar em sua reabilitação na qual pudessem voltar a conviver em sociedade e realizar suas funções anteriores. Com a preocupação de um tratamento mais produtivo, esses médicos foram chamados de “médicos de reabilitação”.

Era de suma importância ter um conhecimento aprofundado, prático e teórico sobre a fisiologia humana e o emprego sobre recursos hídricos, elétricos e térmicos que poderiam ser aplicados no paciente. Pessoas com deficiências física, sensórias e mentais passaram a ter uma atenção especial. Durante esse tempo tornou-se possível recuperar pacientes que antes eles não tinham a esperança de melhoras em suas incapacidades.

Com a entrada do Brasil na 2ª guerra mundial, aumentou-se a procura pelos serviços de fisioterapia que se espalhou não somente no Rio de Janeiro e São Paulo mais também em outras capitais do país. Com a modernização desses serviços o ensino da fisioterapia também deveria ser transmitido aos paramédicos.

Em 1951, na USP em São Paulo é concretizado o primeiro curso de técnicos em fisioterapia, em período integral, com a duração de um ano. Em 1954 é criada a Associação Beneficente de Reabilitação (ABBR).

Algumas entidades como a AACD (Associação de assistências à criança defeituosa), começam a adquirir essa nova ideia de atendimento diferenciado. Os médicos prescreviam as massagens, o uso do calor, exercícios eletroterápicos, para a recuperação.

No Brasil diferentemente da Europa era tudo sob prescrição médica, os profissionais não aprendiam a manusear os aparelhos. Os auxiliares do médico foram os primeiros profissionais, mais não podiam diagnosticar por não terem conhecimento apropriado.

Em 1959, com a criação da INAR ( instituto nacional de reabilitação), na USP o curso foi estendido para 2 anos, em 1964 criam-se os cursos superiores de fisioterapia e terapia ocupacional.

O conselho federal de educação, emite no parecer 388/63, a primeira definição de fisioterapeuta: o auxiliar do médico que faz parte de uma equipe de reabilitação e que realiza métodos terapêuticos, não podendo avaliar o paciente, ele só executa seus serviços sob uma prescrição médica.

De acordo com o parecer em 1962, a equipe de reabilitação será chefiada pelo médico na qual estão incluídos: o médico, o psicólogo, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional e o assistente social.

Segundo a comissão, os paramédicos passam a ser chamados de técnicos em fisioterapia e para ter essa formação era necessário ter o conhecimento em algumas matérias simples e específicas como: fundamentos de fisioterapia e terapia ocupacional, ética, história, fisioterapia geral e aplicada então o curso passou a durar três anos.

Em 19 de agosto de 1959, foi fundada a associação dos fisioterapistas do Estado de São Paulo, que atualmente é a ABF (Associação Brasileira de Fisioterapia), transforma o curso de técnico para superior. Em 1969 a junta militar assinou a lei nº. 938 que foi um salto para o reconhecimento da profissão, que em uma época onde era desrespeitado os direitos humanos, os pacientes de fisioterapia puderam ser mais respeitados.

Ainda em 1969, a OMS e a WCPT realizam no México, o primeiro mestrado em fisioterapia. Em 28 de fevereiro de 1983 o conselho federal de educação concretizou a duração de 4 anos para o curso de fisioterapia. O profissional fisioterapeuta passa a ser maioridade afirmada pela justiça e reconhecida nos currículos. Em 1962 aconteceu a primeira conferência da ABF que foi um fator importante para a filiação com a WCPT, realizada por fisioterapeutas, a partir disso prevalece os CBF ( congressos brasileiros de fisioterapia).

Os congressos atualmente são fundamentais para o desenvolvimento da ciência fisioterapêutica, onde discutem sobre novos métodos e técnicas. Com a formação de novas sociedades e em destaque temos a SOBRAFIR (Sociedade Brasileira de Fisioterapia respiratória e intensiva). Com o passar dos anos, os congressos tornaram-se essencial para o desenvolvimento da ciência fisioterapêutica, pois por meio deles poderiam assimilar novas técnicas. Um dos destaques das sociedades de estudos que também realizavam esses congressos é a SOBRAFIR (Sociedade brasileira de fisioterapia respiratória intensiva).

A necessidade de expandir sua autonomia aumenta e a fisioterapia começa a conquistar seu espaço e o parecer 388/63 e a portaria ministerial 511/64 são aposentados.

Com a criação do COFFITO- conselho federal de fisioterapia e terapia ocupacional e dos CREFFITOS, a fisioterapia passou a ter uma organização mais centrada tanto administrativa quanto associativa, crescendo junto com a sociedade cientificamente em sua profissão.

Segundo o congresso nacional de fisioterapia, um dos mais importantes artigos está no artigo 1° e nos incisos II e III do artigo 5°, que diz respeito que o profissional deverá cumprir as leis dentro de seu campo de atuação e executar a função que cabe a ele realizar.

Em 12 de agosto de 1980, a “Associação Profissional dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais” do estado de São Paulo ganha o reconhecimento do Ministério do Trabalho.

De acordo com o artigo 10° do decreto da lei 938, o termo “auxiliar” deveria ser incluído na denominação do sindicato para aqueles que exercem a prática fisioterápica sem habilitação profissional e terão a denominação de auxiliar de fisioterapia e auxiliar de terapia ocupacional.

Através de cursos ilegais da profissão, que se espalhou pelo país e produziu o enganoso “auxiliar”, alguns ainda levando o visto de órgãos oficiais, ficam em confronto com as leis que deveriam ser seguidas.

Em 1982 o Conselho Federal, para amenizar a situação do auxiliar de fisioterapia criou a COFFITO-30, que decide oferecer inscrição de auxiliar de fisioterapia para os que passassem no exame de suficiências e antes do dia 13 de outubro de 1969 afirmassem o exercício profissional.

Para aqueles que concluíram o 1° e 2° graus, foi proibido o uso do termo “auxiliar de fisioterapia” e a denominação “Fisioterapeuta” ou “Fisioterapia” para aqueles que não preencherem os quesitos do decreto lei 938, mas como não houve interessados na realização do exame de suficiência nem indicações de instituições do Ministério da Educação e cultura, ninguém foi aprovado, em suma não existe legalmente auxiliar de fisioterapia no Brasil.

Nos dias atuais apesar de ainda haver discriminação, a fisioterapia vem cada dia se expandindo, e seu desenvolvimento profissional ajudou na descoberta de novos procedimentos promissores, que no processo saúde-doença garante a qualidade de vida da sociedade.

Os cursos de graduação em fisioterapia passam a ter uma preparação especial, para poder atuar no SUS (sistema único e saúde) com uma equipe multifuncional e ganha seu espaço em hospitais, clínica particulares, associações técnicas entre outros, onde passou a ter seu reconhecimento dentre as outras profissões da área da saúde.

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