O valor do Project Expert Agent (PAE)
Pesquisas Acadêmicas: O valor do Project Expert Agent (PAE). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ailta • 15/9/2013 • Pesquisas Acadêmicas • 1.065 Palavras (5 Páginas) • 295 Visualizações
5.
Considerações Finais
Nosso estudo revelou que o Projeto Agente Experiente (PAE) tem uma
grande importância, mas este tem uma abrangência limitada e está colocado em
segundo plano no que se refere à parceria entre a Secretaria Extraordinária de
Qualidade de Vida (SEQV) e a Secretaria Municipal de Assistência Social
(SMAS). Aliás, não apenas ele como todos os outros projetos desenvolvidos pela
Diretoria de Serviço Social (DSS) da SEQV. Entendemos que a existência de uma
secretaria voltada para o segmento idoso, aparentemente, significa um avanço em
relação a afirmação dos direitos dessa camada da população. No entanto, devemos
sinalizar que a condição de Secretaria Extraordinária na verdade pode estar
indicando um retrocesso já que essa acarreta uma estrutura frágil, do ponto de
vista político e econômico que se reflete na insuficiência de recursos humanos e
materiais. Portanto, essa fragilidade estrutural vem acarretando sérias incertezas
quanto à continuidade e consolidação dos projetos desta Secretaria Extraordinária,
não obstante, o reconhecimento dos idosos como um dos principais alvos da
proteção Social Básica e da proteção Social Especial, conforme a PNAS em
vigência.
Como os projetos da área social são definidos a partir de uma política de
assistência social, eles são caracterizados a partir de um processo contraditório
onde o reconhecimento de um direito fica subordinado à disponibilidade de
recursos e de investimentos. Este é o retrato das ambigüidades da política de
assistência social desenvolvida no município do Rio de Janeiro, que não apresenta
muita diferença da que acontece no restante do país. Cercada de práticas
conservadoras e assistencialistas, onde na maioria das vezes, a preocupação com a
inclusão social se reduz em uma mera transferência monetária. Conforme
declaração de Faleiros (Informação verbal)29 “A inclusão que se oferece hoje é a
inclusão capitalista, é a inclusão para o consumo [...]. Precisamos é de uma
inclusão cidadã, ou seja, pensar na efetivação de direitos, redução das
desigualdades, criar oportunidades [...]”. Nessa ótica, a da inclusão para o
29 Informação fornecida por Vicente FALEIROS, assistente social e gerontólogo, durante a 32ª
Conferência Internacional de Bem Estar Social, em Brasília em julho de 2006.
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consumo, o idoso que está na situação de vulnerabilidade social, sofre duas vezes.
Primeiro, em relação ao preconceito existente na sociedade com o idoso e depois
por ser este um usuário da política de assistência social, que ainda não é encarada
como uma política de direito e sim uma política secundária e marginal. Segundo
Yazbek (2003), a cultura assistencialista e tuteladora que permeia as ações da
política de assistência social brasileira acaba não favorecendo o protagonismo
daqueles que se utilizam de seus serviços. Ainda assim, devemos reconhecer que
ela, através de suas ações, é, para muitos, o principal meio de acesso aos serviços
sociais. Yazbek (2003) mostra como aspectos contraditórios do campo
assistencial, a sua contribuição na constituição dos subalternizados como sujeitos
por falta de estratégias eficazes na perspectiva emancipatória. E o PAE, enquanto
um projeto limitado no tocante a sua abrangência, tenta romper com essa
tendência ao criar condições para que os Agentes Experientes se reconheçam
como cidadãos.
Apesar das dificuldades aqui levantadas, os dados apontam que o principal
objetivo da DSS da SEQV em relação ao PAE, consiste no combate ao processo
de exclusão social. Entendemos que o trabalho dos Agentes Experientes, de uma
forma ou de outra, contribui para o processo de socialização de seus Agentes e de
outros idosos, embora acreditemos que este projeto ainda precise de mudanças e
adaptações.
A pesquisa envolvendo dois grupos de idosos que participam do PAE na 2ª
CAS, mostrou que esse projeto tem potencial para viabilizar medidas de inclusão
social, não só dos próprios Agentes Experientes, como também daqueles que se
beneficiam de suas ações. Como a pesquisa revela o PAE, na 2ª CAS, na sua
essência, busca o envolvimento do idoso por inteiro através do reconhecimento da
cidadania, fortalecimento da auto-estima e das relações sociais.
O pressuposto do projeto procura tirar o idoso de sua passividade, visto
que ser um Agente significa, literalmente, aquele que “age”, “se movimenta”,
“que produz”, tornando-se protagonista da história de sua própria inclusão. Nesse
sentido, ele toma consciência de que é preciso agir para que a sociedade tenha
uma visão modificada da velhice, principalmente
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