OJuízo de Fato e Valor, Necessidade Desejo e Vontade

1. Juízo de fato e juízo de valor

Juízo de fato é uma descrição da realidade, uma afirmação sobre como as coisas são. Dizer por exemplo que o sol é a única estrela do sistema solar ou o maior corpo celeste do sistema solar; precisamos de oxigênio para respirar; pinguins são aves que não voam; todas essas frases exprimem um fato independente do que o locutor acha. Descrevem um aspecto da realidade.

Um juízo de valor avaliam coisas, pessoas, acontecimentos, etc. de modo a dar um aspecto bom ou ruim de acordo com quem enuncia. Dizer que algo ou alguém é belo, achar a promoção de um colega de trabalho injusta, ou dizer que pombos são animais do mal, são todos exemplos de juízo de valor. Tem a interpretação pessoal de alguém, transmitindo a forma como ela enxerga o mundo, dando valor.

A ética se dedica ao estudo de valor, pois os juízos éticos de valor carregam normas de como devem ser os sentimentos e comportamentos. Carregam obrigações de acordo com o critério do correto e do incorreto, de acordo com o valor das coisas. Geralmente podemos não perceber a origem dos valores éticos da cultura pois somos educados que estes são valores intrínsecos.

2. O "necessário” e o “possível”

O necessário é tudo aquilo que é regido pela Natureza, aquilo que não temos controle e será independente de nós. Para ter vida, o ser humano precisa respirar, se alimentar e beber água. As plantas necessitam de água para sobreviver. Precisamos da rotação do Planeta Terra e da presença do sol para a existência da vida aqui.

O possível é aquilo que depende de nós, que pode ou não ser, de acordo com nossa vontade e ação. Ser cooperativo no ambiente de trabalho, ser educado com as pessoas no trabalho é uma questão de ética trabalhista. Mas o ser humano pode ser não virtuoso e ser mal-educado. É possível. É uma ação que para acontecer depende de nós. Escolher ir para a faculdade de carro, a pé ou de ônibus são todas possibilidades que dependem de nós para acontecer.

A ética estuda o “possível”. Pois a possibilidade vem com a escolha, a vontade guiada pela razão que Aristóteles acrescenta como outro elemento fundamental da vida ética . A importância da vontade racional, deliberação e escolha (possível) faz com que Aristóteles considere virtude uma condição da prudência. Uma pessoa prudente, vai saber diante daquilo que depende da sua vontade e ação, julgar qual atitude terá como finalidade a ética; qual meio leva para um fim virtuoso.

3. “Necessidade”, “desejo” e "vontade".

A necessidade é o que precisamos para garantir a nossa sobrevivência. Por exemplo, comemos quando estamos com fome, bebemos água para acabar com a sede, convivemos com outras pessoas em sociedade e nos relacionamos com elas, nos agasalharmos propriamente no frio, dormirmos quando estamos com sono, e nos protegemos contra o perigo. Quando nossas necessidades são atendidas elas se tornam uma fonte de satisfação.

O desejo é quando pegamos essa satisfação de atender as necessidades e adicionar a elas o sentimento de prazer. O desejo dá sentido à nossa vida e é querer a satisfação imediata. O desejo de comer muitos doces incontrolavelmente, o desejo