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OS JOVENS NO CAMPO: TRAJETÓRIAS, PROJETOS DE FUTURO E REALIDADES EDUCACIONAIS VIVIDAS

Por:   •  5/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.391 Palavras (6 Páginas)  •  269 Visualizações

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“OS JOVENS NO CAMPO: TRAJETÓRIAS, PROJETOS DE FUTURO E REALIDADES EDUCACIONAIS VIVIDAS”

Alaisy Regina Onofre Lima Xavier

Endrica Sanarine Tomas Büger

Felipe Vieira Littig

Fernanda Rodrigues Pereira

Jacira Brasil Martins

Vanilda Borges Ribeiro.

INTRODUÇÃO

Onde começa e onde termina a juventude? Discussões infindáveis sobre a definição dessa fase do desenvolvimento humano trazem à luz divergências entre estudiosos do assunto. Em senso comum defende-se a ideia de que a juventude é uma fase caracterizada pela passagem à vida adulta e que começa após a adolescência, sendo igualmente atravessada por alterações em diversos níveis: físico, mental e social, representando para o indivíduo um processo de distanciamento de formas de comportamentos e privilégios típicos da infância e de aproximação da aquisição das habilidades cuja sociedade acredita que o capacitarão a exercer os desafios da idade adulta.

O início e o fim da juventude variam culturalmente de nação para nação, e entre cultura e legislação: no Brasil, por exemplo, definiu-se juventude como a fase entre 15 e 29 anos de idade, sendo aberta a possibilidade de diferentes nações definirem o termo de outras formas. Entretanto, Bourdieu (1983 apud GUIMARÃES, 2009, p. 21) afirma que:

[...] o fato de falar dos jovens como se fossem uma unidade social, um grupo constituído, dotados de interesses comuns, e relacionar estes interesses a uma idade definida biologicamente já constitui uma manipulação evidente.

Dialogando com Castro (2009) percebemos que:

Neste sentido, “juventude” é, além de uma categoria que representa identidades sociais, uma forma de classificação social que pode ter múltiplos significados, mas que vem se desenhando em diferentes contextos como uma categoria marcada por relações de hierarquia social (p. 3).

Nas comunidades campesinas essa mudança repentina na juventude também tem suas características próprias, em função do meio social que está inserido.

Essa concepção de “juventude”, portanto, deve ser pensada sempre assim entre aspas, visto que, por detrás de cada trajetória singular de cada um desses jovens, existem complexas redes de relações sociais que fazem deles sujeitos sociais, seres distintos em cada configuração social na qual estão em constante interação (GUIMARÃES, 2009, p. 20).

Esses conflitos e anseios do jovem do campo, que vêm se constituindo por várias tensões e refletem uma realidade inquietante pela percepção de não se sentir parte da realidade campesina, nos levaram a buscar informações sobre como é a rotina do jovem do campo.

O presente trabalho tem como objetivo analisar instrumentos que permitam conhecer o jovem do campo nos aspectos psíquico, físico e sociocultural, tendo como base as práticas diárias desses sujeitos, desveladas através de uma pesquisa qualitativa que objetivou desvendar seus saberes e fazeres, levando à compreensão das diversas formas histórico-culturais pelas quais o sentido de suas vidas adquirem significado e o que o despotencializa como cidadão do campo. Deve o jovem desenvolver a capacidade de se reconhecer como sujeito inserido no contexto da comunidade campesina, com as especificidades que lhe são próprias, possibilitando assim lidar com a diversidade e trabalhar numa perspectiva de busca por sua autonomia.

Para obter as devidas informações sobre os jovens no campo, suas trajetórias, projetos de futuro e realidades educacionais vividas, foi usada como instrumento de coleta de dados questionários abertos de cunho qualitativo, em que os sujeitos da pesquisa foram 12 jovens com faixa etária de 16 a 23 anos, residentes das comunidades De Todos Os Santos - Guarapari, Aracê e Sede - Domingos Martins, Araguaia - Marechal Floriano e Centro - Anchieta.

A título de referencial teórico destacamos a utilização dos textos Processo De Construção Da Categoria Juventude Rural Como Ator Político: Participação, Organização e Identidade Social, da autoria de Elisa Guaraná De Castro, apresentado na 26º reunião brasileira de antropologia entre os dias 01º e 04 º de junho de 2009 em Porto Seguro – Bahia; Trajetórias de Vida e Projetos de Futuro de Jovens de Classes Populares: Um Estudo de Caso de Agentes Jovens do Município de Vitória/ES, dissertação de mestrado de Alessandro da Silva Guimarães apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, em 2009.

ANÁLISE DE DADOS

Analisando as respostas obtidas através de questionários aplicados aos jovens de cinco comunidades campesinas do Espírito Santo, percebemos de modo geral que os respondentes apreciam sua vida no campo devido ao contato direto com a natureza, sem intervenções humanas. No entanto, afirmam que possuem um interesse de modificar certos espaços de sua comunidade, como possibilidades de lazer, para adequá-la às suas necessidades sociais e, assim, relacionar aos momentos de interação com a família e amigos. Ao resgatar os processos de socialização que geram os laços com a terra, observa-se uma afinidade mais requente dos jovens com seus espaços de convívio e habitação (CASTRO, 2005).

Embora se sintam pertencentes ao campo e relatem que possuem interesse em permanecer em suas localidades, pois gostam de onde vivem, também acreditam que para alcançar seus objetivos precisam se deslocar para outras regiões. Notamos, aqui, o discurso de inferioridade do campo frente a todas

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