Odontologia, Saude E Sociedade

PRIMÓRDIOS DA ONDONTOLOGIA

Hipocrátes, o “pai da medicina”, há 25 séculos já fazia referência aos dentes, tratando-os como elementos importantes para a conservação da saúde. Ele considerava a saúde como um estado de equilíbrio, de modo que quanto mais equilibrado for o individuo ao longo da vida, maiores suas chances de permanecer sadio.

Alguns séculos depois, no Império Romano, Celso no seu livro Sobre a Medicina, faz referência à higiene oral, tratamentos para dor de dentes, fraturas e estabilização dentárias. Nos achados arqueológicos desse período, foram encontradas dentaduras e cáries tratadas com ouro.

Anteriormente à ascensão da profissão de dentista, os chamados cirurgiões barbeiros dominavam o mercado da saúde bucal, usando de boticões, escamadores, torquetes, escarificadores e alçapremas. Seus métodos arcaicos resumiam-se às extrações dentárias como tratamento de escolha, de modo que a falta de preparo, conhecimento anatômico e cuidados com a higiene resultavam em graves infecções.

ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO

Relação Profissional-Paciente

O sucesso ou fracasso do tratamento odontológico não estão somente vinculados ao campo relacional, no entanto a interação é determinante para o interesse e motivação do paciente e para o tipo de atendimento do profissional.

Transferência e Contratransferência

A transferência é um acontecimento presente entre duas ou mais pessoas e está relacionada a vivências anteriores. No contexto dos atendimentos, pode se manifestar em atitudes positivas ou negativas em relação ao profissional.

A transferência positiva ocorre, por exemplo, quando os pacientes atribuem ao dentista propriedades onipotentes, como o poder de cura e solução de problemas. Já a transferência negativa, pode ser caracterizada por sentimentos de desconfiança, inveja, desprezo e irritação.

Em contrapartida, a contratransferência refere-se às emoções do profissional, também estão vinculadas a vivências anteriores, como resposta aos movimentos afetivos do seu paciente. Esta pode ser negativa ou positiva. Uma dentista, por exemplo, sendo assediada constantemente pelo paciente pode desejar concluir rapidamente o tratamento ou então desmarcar as consultas.

Os profissionais costumam evitar o contato com seus sentimentos em relação ao pacientes porque acreditam, que ao senti-los, não poderão mais controlá-los. Porém, não existe meio de controlar o que é essencialmente humano.

BIOÉTICA E HUMANIZAÇÃO

A proximidade, no caso da Odontologia, entre paciente e profissional e a invasão dos “espaços psíquicos” e dos “segredos escondidos na boca” tornam-se agravantes nos relacionamentos.

Ao termino do curso de graduação, o cirurgião-dentista é um excelente técnico e conhece muito bem sua área de atuação, a boca, porém esse profissional também deve estar preparado para tratar pessoas.

Deve-se pensar em bioética como a ética voltada para a persona, ou seja, como ética da vida da pessoa, uma vez que a aproximação física é o que torna a Odontologia completamente diferente de todas as outras profissões.

A odontologia também enfrenta o preconceito e a discriminação