Organizações E Métodos

REVELANDO A LÓGICA DA MUDANÇA: A ORGANIZAÇÃO

COMO FLUXO E TRANSFORMAÇÃO.

O universo é uma unidade que flui e é indivisível. O processo, fluxo e

mudança são fundamentais a este universo. Um estágio do universo, em qualquer

momento, reflete a realidade mais básica. Estas realidades mais básicas podem

chamar de ordem implícita (ou encoberta). A outra realidade que se manifesta no

mundo ao nosso redor, podemos chama-la de ordem explícita. A ordem implícita

é vista como um processo criativo, que gera força para as formas nas ordens

explícitas.

O mundo se cobre e se descobre de um momento para outro, como uma

forma de unidade pulsante. Cada momento da existência apresenta similaridade

com os momentos que o precederam, criando a aparência de continuidade em meio

à mudança.

Na ciência e na vida quotidiana há a tendência de se considerar a mudança

como um atributo da realidade e de se ver o mundo em mudança. Nesse contexto

existem processos ocultos subjacentes à superfície de nossa realidade, que

podemos denominar de “lógicas da mudança”.

Estas lógicas ajudam a explicar o estágio concreto do mundo em qualquer

parte do tempo considerado.

1 ORGANIZAÇÕES COMO SISTEMAS AUTO- REPRODUTORES

Em abordagens tradicionais á teoria das organizações são dominadas pela

ideia de que a mudança tem origem no ambiente, tendo em vista as organizações

como sistema aberto e em interação constante com o ambiente. Esta ideia básica é

desafiada pelas implicações de uma nova abordagem desenvolvida por Humberto

Maturana e Francisco Varela; A teoria da autopoiese.

Autopoiese: a lógica dos sistemas auto-referencial: Esta teoria

encoraja o entendimento da transformação ou evolução das organizações como

resultado de mudanças geradas internamente. Enfatiza principalmente a maneira

pela qual o sistema global de interações acaba por projetar seu próprio futuro. É

esse padrão, ou o todo, que evolui. A transação de um sistema com seu ambiente

são, na verdade, transações dentro de si mesmas. Caso nos coloquemos “dentro”

do sistema poderemos perceber que estamos dentro de um sistema fechado de

interação e que o ambiente é parte da organização do sistema, pois é parte do seu

domínio de interação essencial. Não há começo nem fim do sistema pelo fato de

este ser um ciclo fechado. São caracterizados por três aspectos principais:

autonomia, circularidade e auto-referência. Estas características lhe conferem a

habilidade de se auto-produzirem ou de se auto-renovarem.

Implicações para compreensão:

• As organizações estão sempre tentando atingir uma forma de

confinamento auto-referencial em relação aos seus ambientes,

interpretando esses últimos como projeções das suas próprias

identidades ou auto-imagem;

• Muitos dos problemas que as organizações encontram ao lidarem

com os seus ambientes se acham intimamente ligados com o tipo de

identidade que tentam manter.

• As explicações da evolução, mudança e desenvolvimento das

organizações devem dar basicamente atenção aos fatores que

determinam a identidade de uma organização e, consequentemente, as

suas relações com o mundo exterior.

Se uma organização realmente deseja entender o seu ambiente, deve

então começar tentando entender-se a si mesma, uma vez que a compreensão do

ambiente é sempre uma projeção de si própria. A auto-imagem de uma organização

é crítica para moldar quase todos os aspectos do seu funcionamento e, em

particular, o seu impacto no contexto do qual fazem parte; assim, organizações

devem dedicar considerável atenção para descobrir e desenvolver um apropriado

senso de identidade.

2 EGOCENTRISMO X SABEDORIA SISTÊMICA

O egocentrismo nas organizações é muito comum essas organizações

egocêntricas tendem a vera sobrevivência como dependendo exclusivamente da

preservação da sua identidade fixa e definida, desconsiderando a importância do

sistema como um todo.

Esse método podem surtir efeitos positivos em curto prazo, mas em longo

prazo a sobrevivência depende do bom relacionamento