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Orientaões sobre leitura eficiente

Por:   •  6/4/2022  •  Resenha  •  1.621 Palavras (7 Páginas)  •  101 Visualizações

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ORIENTAÇÕES PARA UM ESTUDO EFICIENTE[1]

Sandra Maria Chaves dos Santos[2]*

Marina Atanaka dos Santos[3]**

Estudar não é apenas um verbo que refere uma ação. É um ato consciente e muito pessoal, portanto, cabe-lhe método, assim como cabe-lhe estilo. Na continuidade serão apresentadas algumaS indicações metodológicas para um processo de estudo mais eficiente e produtivo, a partir da experiência de alguns autores. Vale, no entanto, um alerta: oriente-se pela experiência acumulada por outros. Existem métodos que efetivamente aumentam a performance do estudante ou pesquisador e que nos são transmitidos pela experiência de outros, mas cada um de nós desenvolve seu próprio processo, uma maneira muito particular de aprender e apreender. Este pode ser o seu estilo. Desenvolva-o e desenvolva-se.

I - Indicações Metodológicas

1 - Delimitação da Unidade de Leitura

- A unidade de leitura pode ser um capítulo, uma seção, um livro inteiro ou qualquer outra subdivisão que o leitor identifique e que represente um “ setor do texto que forma uma totalidade de sentido”(SEVERINO, 1986, p. 125), permitindo ao leitor trabalhar sobre ele;

- Assumindo a delimitação da unidade de leitura entende-se que apenas após terminada a análise de uma unidade é que se passará à seguinte;

- Trabalhando a partir de unidades de leitura o leitor terá, ao final do processo, condições de refazer o raciocínio global do livro, do artigo ou da dissertação lida, sendo capaz então de sintetizar as idéias centrais do material;

- Importante nesta etapa é definir uma unidade de leitura que possa ser estudada de forma contínua, evitando-se intervalos de tempo que podem distanciar o leitor das idéias, conceitos e argumentos apresentados pelo texto.

2 - Leitura Global da Unidade de Leitura ou Análise Textual

- Nesta fase o leitor deve ser orientado por uma atitude de curiosidade e  de interesse em função de propósitos definidos;

- Realiza-se uma leitura atenta, mas ainda superficial, desde que não tem a intenção de esgotar a compreensão do texto. O objetivo deve ser o de ter um visão panorâmica da unidade, uma visão de conjunto do raciocínio do autor e um reconhecimento de seu estilo e método expositivo;

- Informações complementares podem se fazer necessárias, exigindo uma pesquisa anterior ao aprofundamento da leitura,  a exemplo das seguintes:

- vida, obra e pensamento do autor;

- esclarecimentos sobre vocabulário, visando eliminar toda ambiguidade que possa ameaçar a melhor compreensão do texto;

- esclarecimentos sobre fatos históricos, autores e doutrinas referidos pelo autor e desconhecidos do leitor;

- Ao final desta etapa o leitor poderá elaborar um esquema do texto lido, contemplando os seus três “momentos redacionais”: introdução, desenvolvimento e conclusão.

3 - Leitura Parcial da Unidade de Leitura ou Análise Temática

- Nesta fase o leitor deve ser orientado por uma atitude de concentração, análise  e crítica, visando a compreensão da mensagem global veiculada na unidade, o que implica num conjunto de processos mentais intercomplementares;

- Deve ser feita uma leitura demorada e refletida da unidade de leitura, buscando apreender, sem ainda intervir, o conteúdo da mensagem. Neste processo o leitor deve começar a formular suas questões sobre o texto de forma a identificar o tema ou assunto tratado, assim como a perspectiva adotada pelo autor. Já nesta fase o leitor pode assinalar as partes que considera mais importantes, tendo sempre em vista os propósitos da leitura. Observe que este tipo de anotação só deve ser feita se o material for de sua propriedade. Caso contrário, faça anotações em uma folha a parte;

- Após essa etapa de apreensão, o leitor deve buscar captar a problematização do tema, trata-se então de apreender o problema que “provocou” o autor, que nem sempre está explícito. Segundo Severino (1986), algumas questões podem colaborar neste processo, a saber: como o assunto está problematizado? Qual dificuldade deve ser resolvida ? Qual o problema a ser solucionado ?

- Reconhecido o problema, importa identificar como o autor responde à dificuldade apresentada.  Como ele enfrentou o problema? Que posição assume, o que defende, o que deseja demonstrar ? Estas respostas revelarão a idéia central, proposição ou tese fundamental do texto. Cabe destacar que na maioria dos casos um texto não contém apenas uma idéia central, mas sim um conjunto de idéias que se complementam. Identificá-las significa tornar o texto inteligível;

- Todo o texto logicamente estruturado parte de um problema, assume uma posição sobre ele e a defende de outras perspectivas possíveis. Desta forma, uma leitura produtiva deve também reconhecer o raciocínio desenvolvido pelo autor para demonstrar sua tese. A estes elementos denomina-se “argumentação”;

- Realizadas estas etapas o leitor estar apto a sintetizar o texto. A síntese representa uma sistematização das idéias e argumentos apresentados pelo autor. Observar que sintetizar não é resumir parágrafos, mas sim organizar de forma sucinta os pontos centrais trabalhados pelo  autor, desta forma o leitor usa suas próprias palavras para “reconstituir” o texto. Nesta etapa inicia-se  a “documentação” da leitura, que deve ser feita preferencialmente em fichas, contemplando breves transcrições, resumos próprios, conclusões tiradas, análises e críticas pessoais. Observar que uma documentação bem feita representa um “patrimônio” do leitor não apenas para aquele momento, mas também para o futuro. Daí que a qualidade desta síntese é fundamental, podendo ser aperfeiçoada com indicações de outras leituras realizadas que complementem, reforcem ou contrariem as idéias e argumentos ali registrados, o que é alcançado com uma análise interpretativa do material.

4- Leitura Global do Texto e Análise Interpretativa

- Até agora o leitor buscou uma compreensão objetiva do texto. No entanto, isto não basta. É preciso “interpretá-lo”. Segundo Severino (1986), “interpretar, em sentido restrito, é tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a fecundidade das idéias expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com o autor” (p. 130) (grifos do autor).

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