Os Impactos dos Rompimentos de Barragens
Por: oaraujo22 • 17/6/2019 • Resenha • 668 Palavras (3 Páginas) • 194 Visualizações
Resenha do artigo: “O desastre na barragem de mineração da Samarco - fratura exposta dos limites do Brasil na redução de risco de desastres”
Após a tragédia dos rompimentos de barragens pelo Brasil, ficou notório os diversos impactos acarretados direta e indiretamente pelas regiões. Afetou a saúde dos moradores, o ambiente e a economia desses locais, trazendo mais dificuldades aos habitantes. Nesse artigo, é focado na barragem de mineração Fundão, da empresa Samarco, localizada no município de Mariana, MG.
O Governo do Estado de Minas Gerais classificou os efeitos do desastre em duas escalas, a primeira: microrregional, referente aos impactos com maior efeito destrutivo, por extrapolar a calha dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce atingindo quatro municípios mineiros: Mariana, Barra Longa, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado em um trecho de aproximadamente 77 km. E a segunda escala: macrorregional relacionada aos impactos nos municípios ao longo de mais de 570 km da calha do rio Doce até a foz no oceano Atlântico, envolvendo comunidades de outros 31 municípios em Minas Gerais e 3 municípios no Espírito Santo, incluindo uma reserva indígena de etnia Krenak.
No tocando dos impactos ambientais, na escala microrregional, a enorme quantidade de lama comprometeu o solo, a cobertura vegetal e os rios. Ocorreu a degradação da qualidade do solo. Mesmo que os rejeitos não sejam tóxicos, quando são sedimentados, interferem na infiltração de água e no nível de matéria orgânica necessário para a vida microbiana do solo, afetando as condições para a germinação de sementes e o desenvolvimento das plantas. Levando em consideração a área rural de Barra Longa, a mais diretamente afetada, a reconstituição do solo pode levar até centenas de anos. Houve aumento nos processos erosivos resultante do ravinamento (depressão do solo), elevando o risco de possíveis deslocamentos de terra no período chuvoso, podendo intensificar o processo de assoreamento nos rios, para além da própria lama que atingiu os mesmos. Além disso, aconteceu o assoreamento dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e parte do rio Doce até a barragem de Candonga (numa extensão de 77 km), comprometendo áreas de preservação permanente nas faixas marginais deles. Na escala macrorregional, há longo prazo, as alterações físicoquímicas no rio Doce impactaram toda a biodiversidade. Em relação aos contaminantes inorgânicos contidos na lama de rejeitos, foram aferidos elevados teores de óxido de ferro, manganês e sílica. E elevações significativas nas concentrações de metais pesados como alumínio, arsênio, cádmio, cobre, cromo, manganês e níquel. Com isso, os processos ecológicos sofreram danos que podem ser ainda maiores considerando que os peixes e crustáceos estavam no período de reprodução, podendo gerar a extinção de algumas espécies típicas do rio.
Em relação aos impactos na saúde da população, foram dezenas de óbitos e centenas de lesionados e feridos. Devido aos impactos ambientais, ficou comprometido os serviços de provisão de alimentos e água potável, o clima ficou desregrado, tudo contribuindo para epidemias de doenças como dengue, chikungunya, zika, doenças respiratórias e contaminação dos organismos com a transformação da lama de rejeitos em grande fonte de poeira inalado pelas pessoas. E o choque mental, alterando
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