Os Loucos Anos 20
Por: renatosilva2001 • 5/5/2017 • Resenha • 1.609 Palavras (7 Páginas) • 1.314 Visualizações
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INTRODUÇÃO
No início do século XX, a maioria da população pretendia esquecer os horrores da 1.ª Guerra Mundial. Queriam sair e divertir-se em clubes nocturnos e salas de dança, em cinemas e teatros. A folia foi de tal modo, que a década é muitas vezes designada pelos “Loucos anos 20”,
Os locais de convívio aumentaram e alteraram-se. Os teatros esvaziaram-se e os cinemas encheram-se. Cabarés, “night-clubs”, casinos e outras casas de espectáculos eram frequentados até de madrugada. Durante a tarde, os outros locais de convívio eram as leiteiras, as cervejarias, os cafés, as casas de chá e os restaurantes.
Todavia, este entusiasmo acabou subitamente no dia 29 de Outubro de 1929, com o “crash” da Bolsa de Valores de Nova Iorque. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afectando toda a economia dos Estados Unidos, e, consequentemente, do resto do mundo. Os anos seguintes, conhecidos como a Grande Depressão, ficaram marcados por falências, desemprego e desespero.
A CULTURA DE MASSAS
A melhoria do nível de vida que se verificou a partir do final do século XIX proporcionou o aumento dos tempos livres e um maior acesso à instrução. Tal melhoria permitiu a milhões de pessoas a aquisição de jornais, livros, revistas e aparelhos de rádio, assim como a frequência assídua das salas de cinema.
Variadas propostas culturais chegavam a todos os estratos sociais, o que contribuiu, decisivamente, para a formação da opinião pública e para a uniformização de comportamentos e modos de vida. O rádio, o cinema, a música popular e a imprensa avançavam rapidamente. Foi o início da chamada “Cultura de massas”, em oposição à cultura elitista burguesa da “Belle Époque”.
Também a música atingiu um público cada vez mais vasto; surgiram o charleston e o jazz. Também o desporto, incentivado a partir do século XIX, torna-se rapidamente um fenómeno de massas, com o renascimento dos Jogos Olímpicos em 1896 e a popularização de modalidades como o futebol, o ciclismo, o atletismo, o boxe ou o automobilismo.
O cinema
A década de 20 ficou marcada pelo espírito do pós-guerra e a diversidade das produções cinematográficas são um reflexo disso mesmo.
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Nos EUA, os talentos de Charlie Chaplin, Buster Keaton, dominam na comédia, Cecil B. De Mille continua a realizar melodramas. Realizam-se os primeiros filmes sobre gangsters, e também aparecem os primeiros documentários. O enorme interesse do público pelo cinema fez dele uma indústria. Surgem grandes firmas que se dedicam exclusivamente à produção de filmes, como por exemplo, a United Artists. Hollywood, em Los Angeles, torna-se a capital do cinema.
Na Europa, as experiências vanguardistas de artistas como Man Ray e Luis Buñuel marcam a França do pós-guerra e a Alemanha vive, na primeira metade da década, a era de ouro do expressionismo alemão.
O final da década marcaria para sempre a indústria cinematográfica; exibiu-se o primeiro filme sonoro: The Jazz Singer, realizada por Alan Crosland e interpretado por Al Jolson (um branco pintado de negro).
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O sucesso dos filmes sonoros foi tal que, por volta do final da década, perto de metade das salas de cinema americanas estavam preparadas para exibir este tipo de filmes. Apesar deste sucesso, o sonoro arruinou a carreira de alguns actores: uns não tinham a voz mais indicada para o novo registo cinematográfico, outros, como a actriz Mary Pickford, não conseguiram fugir à imagem que construíram durante a era do mudo e retiraram-se.
O Jazz
O jazz era a música mais popular desta década. Originária da cidade de Nova Orleães rapidamente propagou-se a outras cidades, como Nova Iorque e Chicago, e posteriormente ao resto do mundo. O jazz nasce da evolução e da mistura de várias tradições religiosas, em particular a afro-americana tendo como base duas vertentes da música negra americana: o ragtime e o blues.
O ragtime surge com a influência da música clássica europeia, da marcha e da polca. O blues nasce na área rural americana, nos campos de algodão próximos ao rio Mississípi. Surge como forma de desabafo do negro para suportar o trabalho pesado. As cantigas eram entoadas acompanhadas de harmónicas.
No início da década de 20, o jazz passa a ser tocado por orquestras, as chamadas big bands. Earl "Fatha" Hines e Louis Armstrong dominaram os clubes e as salas de dança.
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A Rádio
As primeiras emissoras de rádio surgem após a Primeira Guerra Mundial. Em 1920, Frank Conrad, um engenheiro da Westinghouse Electric, começa a transmitir notícias e músicas. A Westinghouse Electric era a empresa que fabricava os rádios utilizados pelos militares americanos durante a guerra e, após o conflito, viu-se com uma grande quantidade de equipamentos “encalhados”. Com o sucesso das transmissões de Conrad, a empresa decidiu investir nas transmissões e criou uma emissora: a KDK-A. Começa, também, a comercializar aparelhos de rádio para os milhares de cidadãos interessados em ouvir a sua programação.
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O impacto no público foi enorme e serviu de parâmetro para outras emissoras que a sucederam. Dois anos depois, em 1922, já existiam cerca de 300 emissoras. No mesmo ano surgiu a WEAF, emissora comercial criada pela American Telephone and Telegraph Company (AT&T).
No entanto, a evolução desta fonte alternativa de informações criou a ideia de que o rádio destruiria a indústria de jornais. Os editores jornalísticos, com receio desta nova concorrência, renovaram os formatos e conteúdos dos seus jornais, de forma a torná-los mais atraentes, aumentando o volume dos textos e diversificando o tipo de conteúdos.
Para além de transmitir notícias, o rádio era utilizado para os discursos políticos ou publicidade, e dava a conhecer ao grande público os novos ritmos e os últimos sucessos musicais.
Imprensa
A imprensa escrita conheceu um desenvolvimento sem precedentes. Jornais e revistas, cada vez mais numerosos e diversificados, incluíam artigos de informação e de opinião, entrevistas, astrologia, conselhos práticos, romances e folhetins, contos, publicidade, etc. Em 1919, surge o New York Daily News, o primeiro jornal em formato tablóide.
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