Os Movimentos Sociais no Brasil
Por: CrisCastilho • 26/9/2015 • Dissertação • 1.243 Palavras (5 Páginas) • 567 Visualizações
INTRODUÇÃO
Em linhas gerais, o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais através do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por tensões sociais. Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. Por outro lado, conforme aponta Alain Touraine em seu livro “Em defesa da Sociologia” (1976), para se compreender os movimentos sociais, mais do que pensar em valores e crenças comuns para a ação social coletiva, seria necessário considerar as estruturas sociais nas quais os movimentos se manifestam. Cada sociedade ou estrutura social teria como cenário um contexto histórico (ou historicidades) no qual, assim como também apontava Karl Marx, estaria posto um conflito entre classes, terreno das relações sociais, a depender dos modelos culturais, políticos e sociais. Assim, os movimentos sociais fariam explodir os conflitos já postos pela estrutura social geradora por si só da contradição entre as classes, sendo uma ferramenta fundamental para a ação com fins de intervenção e mudança daquela mesma estrutura.
RESUMO
Os Movimentos Sociais no Brasil têm sua história marcada pelos grandes embates realizados contra os governos autoritários, sobretudo ainda nas lutas pela liberdade e democracia, na década de 70 e parte da década de 80 é considerada como inspiração no que diz respeito à ideologia que movia mentes e corações nesses movimentos. Nos anos 90 o Brasil se encontrava no auge do Neoliberalismo, na qual tinha como influencia diretamente por Ronald Reagan e Margareth Thatcher que foi tido como berço das lutas contra os aparelhos estatais, das ‘’privatarias’’, do desrespeito aos trabalhadores e as trabalhadoras do nosso país, pois estava ao lado das elites brasileiras e internacionais em nome do capital privado, sem levar em consideração o povo que vivia a margem da democracia então vivida.
As grandes revoltas dos movimentos sociais se deram pela luta de algumas décadas em busca da democracia, e quando esta chega ao fim, os governos ‘’democraticamente’’ eleitos não são necessariamente governos que tem em seu DNA a classe trabalhadora, a integração latina americana e as minorias organizadas ou não. Para entender o verdadeiro significado dos movimentos sociais na história do Brasil, é preceito principal se focar na consolidação da democracia e na garantia de várias das liberdades que temos hoje, e também compreender as ações e efeitos que tais movimentos possui nos dias atuais.
OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
A análise dos movimentos sociais no Brasil revela forte enfoque teórico proveniente do marxismo, sejam eles vinculados ao espaço urbano e/ou rural. Tais movimentos, quando se referiam ao espaço urbano possuíam um leque amplo de temáticas, como por exemplo, as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico. Quanto ao espaço rural, a diversidade de temáticas apresentou-se nos movimentos de boias-frias, de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários. Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, porém, todos expressavam as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.
No início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos ligados ao ambiente rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade por meio da realização de manifestações em espaços públicos. Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pelas Sociedades Amigos de Bairro e pelas Comunidades Eclesiais de Base. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte repressão policial, os movimentos não se calaram. Havia reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto. Em 1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já".
Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores.
Conjunto às ações coletivas que tocam nos problemas existentes no planeta, há a presença de ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mesmo tempo que apontam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), ações coletivas que denunciam o arrocho salarial, ações coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos, ações coletivas que têm espaço urbano como lócus para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de alternativas.
As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via Internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade.
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