Portfólio Desenvolvimento Capitalista e Serviço Social
Por: Rakel CCB • 9/8/2022 • Trabalho acadêmico • 1.039 Palavras (5 Páginas) • 147 Visualizações
Centro Universitário Internacional - Uninter
Curso: Bacharelado em Serviço Social
Classes Sociais e Movimentos Sociais no Brasil
Desenvolvimento Capitalista e Serviço Social
RAQUEL CUTRIM CUTRIM BARROS
RU: 3233534
O Racismo antigo diante de um novo vírus
No Brasil, as populações negras vêm apresentando vulnerabilidade maior com relação ao novo coronavírus em comparação a pessoas brancas. A desigualdade de índices sociais, econômicos e de acesso à saúde é o principal fator que explica as diferenças nas taxas de letalidade e infecção. Portanto, se “em tempos normais” as políticas públicas específicas são ferramentas necessárias contra as desigualdades sociais, em época de pandemia, é dever do Estado construir ações governamentais conforme as necessidades impostas por uma sociedade diversificada e plural pelas quais as nossas são formadas. População negra é a que mais sofre os abalos da crise sanitária e do consequente baque econômico. E esse fato não pode ser explicado apenas pela desigualdade socioeconômica.
DESENVOLVIMENTO
O imperativo de isolamento coincide com um novo reconhecimento de nossa interdependência global no novo tempo e espaço da pandemia.Mas como é possível que em países e sociedades com desigualdades profundas as populações sejam atingidas de maneira igualitária? Ao desembarcar no Brasil o novo coronavírus mostrou que não era bem assim, a propósito, a invisibilização da questão racial neste aspecto, seria um reflexo direto do racismo institucional, que a partir da indiferença com as particularidades raciais que marcam a cultura, a vida e as crenças da população negra, - impede a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. Deixar viver, deixar morrer, é desta forma que as sociedades estruturadas pelo racismo organizam as vidas de pessoas negras e brancas. O mundo tem essa estrutura, pois hierarquiza a humanidade, humanos: brancos/as e subumanos: negros/as e indígenas. Neste lugar o racismo estrutural se faz presente o novo coronavírus não discrimina, mas para os médicos em saúde pública que estão na linha de frente em resposta à pandemia já pode ser visto o surgimento de viés racial e econômico.
Quais são as consequências dessa pandemia no que diz respeito à reflexão sobre igualdade? O vírus não discrimina.
Ao mesmo tempo, contudo, o fracasso por parte de certos Estados ou regiões em se prepararem adequadamente de antemão. O sofrimento global, tudo isso atesta a velocidade com a qual a desigualdade radical ; o que inclui nacionalismo, supremacia branca, violência contra as mulheres e contra as populações pobres – e a exploração capitalista encontram formas de reproduzir e fortalecer seus poderes no interior das zonas de pandemia. Isso não deve ser surpresa nenhuma. É importante lembrar que o racismo que envolve o vírus ocorre tanto estruturalmente como a nível interpessoal. “As pessoas que são mais afetadas pelo racismo estão menos equipadas para se protegerem e protegerem o outros contra o coronavírus.
“A questão do racismo em tempos de COVID-19 e o Serviço Social”. Nesses territórios de extrema vulnerabilidade, atores demarcados por classe, gênero, sexualidade e sobretudo ‘raça’, em que são condicionados a sobreviver na miséria. O saneamento básico e a distribuição de água potável nas favelas e periferias jamais foram serviços efetivamente oferecidos no Brasil. Em tempos de quarentena, para sobreviver precisamos de procedimentos de higienização do corpo, mas antes o saneamento básico e a água potável são fundamentais, não só para limpeza, mas para o bem comum. Sabemos, no entanto, que o princípio da universalidade constituído ao bem comum não atende às demandas do povo. Nossa defesa histórica da importância da construção de políticas públicas para (mulheres, negros e negras, indígenas, idosos, juventude, entre outros), a partir da compreensão de que as desigualdades sociais afetam distintamente cada grupo social, comprova-se, nesta conjuntura, ser fundamental. Isso porque, apesar do Coronavírus ser uma ameaça humanitária global, a possibilidade de sua propagação afeta mais suscetivelmente uns do que outros.
O racismo, com todo seu cortejo de horrores e injustiças, é antigo e universal.
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