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Problemas de Gênero e o Segundo Sexo - BUTLER e BEAUVOIR

Por:   •  28/4/2019  •  Resenha  •  517 Palavras (3 Páginas)  •  272 Visualizações

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Simone de Beauvoir defende que as ideias que atribuem uma diferenciação entre o homem é a mulher não são concebidas naturalmente, biologicamente. Quando se atribui certos comportamentos, com cuidar dos filhos, da casa, ser vaidoso com relação a aparência, tipicamente à conduta feminina, induz-se a conclusão que essa diferença é inata, e, portanto, imutável. A crítica de Beauvoir se constrói na percepção dessa diferenciação como algo construído socialmente e historicamente, a partir de experiencias pessoais. A definição do que é o gênero feminino não pode levar em consideração somente os fatores sexuais ou biológicos, uma vez que a própria consciência desenvolvida pela mulher a longo da sua vida sobre si é construída a partir da ideia da sociedade sobre o papel feminino. Logo, definem-se também o que seria o gênero masculino, que é visto como superior não por conta de sua anatomia masculina, mas pela identificação do não-feminino nela, o que lhe garantia certas prerrogativas sociais que não são atribuídas ao gênero feminino.

Dessa forma, se analisado no aspecto biológico, a diferenciação de gênero não possui embasamento, uma vez que o sexo não é uma medida eficiente para definir o papel feminino. Essas diferenças biológicas e pré-estabelecidas são utilizadas como subterfugio para negar ás mulheres inúmeros direitos, perpetuando o tratamento desigual para com o gênero feminino. Esse tipo definição implica a negar a mulher o protagonismo na sua própria construção de identidade, é um indivíduo com poder de escolha, e são por meio dessas escolhas que pode ser definido o indivíduo.

Judit Bultler argumenta que a concepção de gênero não advém do que nós somos, como nascemos, e sim do que fazemos reiteradamente. Os parâmetros estabelecidos que definem o gênero servem para limitar a liberdade de definição por cada indivíduo, uma vez que é impossível na sociedade atuar de socialmente fora desses parâmetros, colocando em questão a visibilidade desse indivíduo. Aqueles que optam por desempenhar identidades de gênero diversa do padrão cultural estabelecido, representa um desvio da norma e consequentemente são excluídos, é o que ocorre, por exemplo, com os homoafetivos e transexuais. A performatividade, que consiste na reprodução reiterada de atitudes tipicamente tidas como masculinas e femininas, condicionado as atitudes e decisões pessoais do indivíduo a uma dicotomia pré-estabelecida socialmente, toma uma proporção de extrema relevância no meio social, porque é através dela que se definem o padrão de normalidade impostos pelas relações sociais de poder. O gênero é definido através da ação resultando nas diversas identidades transitórias e a diferenciação da sexualidade. A performance é irregular, não significa a plena autonomia e domínio do indivíduo sobre si.

Pensar a figura humana para além da perspectiva de um indivíduo universal, homem, branco e heterossexual, é trazer a luz a constituição do sujeito e suas representações simbólicas, que ocorrem em contextos específicos e permeiam questões de gênero, de classe, etnia/raça e orientação sexual.

Referências Bibliográficas

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Tradução Renato Aguiar. 3. ed. Rio de Janeiro o: Civilização Brasileira, 2010.

BEAUVOIR,

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