Psicosociologia Das Relações Públicas
Artigo: Psicosociologia Das Relações Públicas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 23/3/2014 • 1.711 Palavras (7 Páginas) • 287 Visualizações
Psico-sociologia das Relações Públicas
- Interesse Público:
Como nos encontramos numa sociedade cada vez mais globalizada e interconectada, a comunicação tem seu papel fundamental para a tal ligação.A partir disso, se é destacado o interesse público como ferramenta a se priorizar a fim de que se aja um desenvolvimento mutuo entre os interesses privados e públicos.
Porém a expressão interesse público segue como incógnita a ponto de autores como Ernest S. Griffith defender o seu objetivo como ação de bem comum entre público e privado.Por mais complexo que seja sua determinação, o interesse público aparece como solução aos negócios humanos e, deixando de lado interesses particulares, assim sendo, resultado de uma opinião pública.
Tanto o interesse público como a opinião pública, estão fixos a ideia de que para que se aja o conhecimento do interesse, a opinião deve ser determinada e decifrada.
As relações públicas entram de encontro com os interesses públicos no momento em que a profissão deve a seguir a qualquer custo(segundo a Conferência Interamericana de Relações Públicas realizada no Chile no ano de 1962).Com isso, a profissão tem na sua essência buscar saciar o interesse público e assim fixar a integração entre as pessoas.
Assim, pode-se dizer que o profissional de relações públicas tem plenas condições de unir,de forma concreta, os interesses privados e particulares com seus públicos.Para isso, a opinião pública deve ser identificada.
- Comportamento Coletivo:
Analisando o comportamento coletivo pode-se dizer que ela se divide em três categorias, segundo Herbert George Blumer: multidão,massa e público.Assim, estudando-os de forma separada temos os seguintes conceitos para multidão e massa.
Multidão: Classificada em ativa ou passiva.A primeira, responsável pela parcela agrupada da população que se movimenta e participa de movimentos de turbulência,sendo também, impulsiva e agindo estritamente com base em suas emoções.Já a multidão passiva, é a metaforicamente comparada a uma plateia ou ‘’aquelas pessoas na sala de jantar’’, sendo sujeita sim a tornar-se ativa, porém, estando dependente de estímulos e propósitos.
Massa: Sofre pela ambiguidade de seu nome sendo confundida com a própria multidão ou com o público, dependendo de sua conotação.Assim como as multidões, a massa também tem como predomínio de suas ações baseadas na emoção, porém a difere no quesito espaço, na qual, a massa é composta por pessoas espalhadas no mundo inteiro, e assim, seu grau quase nulo de organização e unidade.Os indivíduos pertencentes a essa massa possuem inúmeros motivos para serem diferentes um do outro,culturalmente,religiosamente,linguisticamente e etc, dificultando mais ainda uma ideia de uniformidade.
- Público e seu Conceito:
A denominação de público se difere de massa e multidão em alguns quesitos.Primeiramente, público é o conglomerado de pessoas que possuem como predominância de suas ações embasamentos racionais,ao contrário de massa e multidão.Assim, podemos comparar o público com pessoas adultas,com certo grau de conhecimento e embasamento teórico sobre os problemas colocados em discussão, enquanto os outros dois conglomerados agem de forma impulsiva e quase irracional.
Então, a definição de público parafraseando o livro trabalhado:
‘’O agrupamento espontâneo de pessoas adultas e/ou de grupos sociais organizados,com ou sem contiguidade física, com abundancia de informações,analisando uma controvérsia,com atitudes e opiniões múltiplas quanto a solução ou medidas a serem tomadas frente a ela;com ampla oportunidade de discussão e acompanhando ou participando do debate geral , através da interação pessoal ou de veículos de comunicação,a procura de uma atitude comum,expressa em uma decisão ou opinião coletiva, que permitira a ação conjugada’’( artigo O Público na Sociedade de Massas, p.40)
Assim, analisando historicamente a população global, pode-se dizer que vivemos numa Era de maior grau de participação e responsabilidade individual e social.Na qual, os indivíduos ao contrario de seus antepassados, hoje possuem maior liberdade (por mais desigual que seja nossa sociedade capitalista, nos séculos passados, as pessoas desfrutavam menos ainda dessa dádiva) e podem tomar certos tipos de decisões antes destinadas apenas a extrema minoria dominante do poder e do conhecimento.
- Opinião Pública:
A opinião pública, desde sempre discutida, é chegada através de forma democrática e guiada pela decisão majoritária.Para se chegar a ela é preciso que aja sua análise e pesquisa, assim como fez Lincoln, sabiamente, por exemplo,ao obervar seu povo e buscar realizar o que desejavam.
O importante é que se chegue numa discussão racional sobre o assunto(com um conhecimento prévio do assunto em pauta,claro) em plenas condições de debate e julgamento.
Com isso, para se obter uma opinião pública, o analisador precisa que os analisados utilizem da razão ao invés da emoção, para que assim aja o debate,a critica e a reflexão.
Porém, há de se destacar a presença de grupos de pressão responsáveis por manipulações/censuras/alienações à população, dificultando assim, o surgimento de público e depredando a opinião pública. Assim, já dizia Hitler ‘’Uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”, deixando assim, de forma intensa e sutil, nossa população dominada.
Esses grupos de pressão miram multidões e massas que possuem a emoção a flor da pele e ignoram a essência da razão, deixando assim, inconscientemente, o homem alienado.
Contudo, o público esta sujeito a esse grupo também.Como os donos dos meios de comunicação determinam a maneira como as transmite e o público também dependente dele para se informar, acaba-se assim, dificultando a construção concreta de uma opinião pública.
- Desenvolvimento da Opinião do Público:
O desenvolvimento da opinião pública se deve em quatro fases em seu processo de criação.
Primeiro: Surgimento de questões que não podem ser solucionadas com base em nossa cultura ou tradição, na qual, de primeira instancia causa estranhamento da sociedade.Contudo, de forma gradativa, é colocada para discussão pública e assim se busca sua solução com embasamento em quebra de paradigmas e novas ordens.
Segundo: Reconhecimento da problemática, é a fase em que se ‘’coloca as cartas na mesa’’ e se explora o debate e suas conversas, chamando a atenção da população com os peritos indo aos meios de comunicação e palestrando sobre a causa e suas soluções.
Terceiro: Iniciada a discussão pública, é nesta fase que se começa a real busca por alternativas e propostas sobre o assunto.O debate se generaliza entre a população e a aos poucos a razão vem a tona.
Quarto: Chega-se em um consenso, na qual, jamais agradará a população em sua totalidade.Sendo claro,coeso e imparcial, para que se assim se chegue num resultado racional e adequado.
Com isso, as opiniões e reflexões geradas pelo debate são levadas ao patamar de racionalidade e seguem a lógica do debate, sendo eles contraditos e discutidos.Porém, os argumentos devem ser de cunho imparcial e coeso para só assim se tornarem de escala pública.
Assim, cabe aos meios de comunicação exporem à população problemáticas ,discussões,debates,informações,notícias,especulações e até previsões sobre o assunto a ser debatido.Para que cheguemos assim,ao conhecimento da discussão com clareza.
A opinião do público deve ser exercitada, as escolas e seus professores devem ser de excelência, o pensamento deve ser posto em atividade e as trocas de ideias e soluções estimuladas.O jovem tem o papel fundamental para criação de valores e essências antes ditas como utópicas,sendo na educação a chave para a quebra desse paradigma.
Segundo o professor Hadley Cantril, a duas principais leis que regem a opinião pública:
1) A opinião pública é muito sensível aos acontecimentos importantes
2) Em geral, a opinião não precede às emergências, apenas reage a elas.
Sendo a opinião pública e o próprio público influenciado pelos fatos importantes que os rege. Na verdade, muito dos públicos são formados através de problemáticas e situações difíceis que se expressam em seus meios. Com a interpretação e analise dos fatos, o estopim para a formação de públicos e opiniões é dado.
A opinião pública, segundo o Cantril, é nada mais que as reflexões e pautas dadas pela população em vigor.Sendo mais coerente, a expressão substituída por opinião do público.
- Público em Relações Públicas:
É claro que o público é o principal objeto de estudo e analise do profissional de Relações Públicas, sendo foco de interesse e atuação.Porém há de se destacar a pluralidade de seus públicos.
‘’O público em geral é toda pessoa dentro da esfera de uma negócio.Algumas vezes, esta esfera está confinada aos limites de uma cidade ou de uma área local de mercado.Algumas vezes, é o extenso mundo’’ (William A. Nielander e Raymond W. Miller, p.74).
Sendo o público dito como consequência de um problematica e assim com o agrupamento(não necessariamente de forma física porém não universal, até por limites na falta do contato pessoal) de pessoas, com discussões e temas controversos em pauta, chegando em uma direção de opinião coletiva e conjunta.
- Classificação e Autenticidade dos Públicos
Segundo Harwood Childs, antes de tudo, o público deve ser estudado,definido e identificado, e assim, observar que:
- A existência de diversos públicos e todos com suas características diferenciadas.
-A relação feita pela instituição/empresa deve ser devidamente diferenciada de acordo com cada público, se adaptando a cada um deles.
-Seus programas devem ser abrangentes o bastante para conquistar seus diferentes públicos.
Sendo o público de uma empresa abrangente o bastante pra ser composta por: um conjunto de pessoas,acionistas,clientes,fornecedores,meios econômicos,administradores,políticos,impresa e todos os que podem influir nos resultados finais.
Desta forma, é dever do Relações Públicas de contribuir para que a informação chegue em todos esses públicos, de forma clara e coerente, fornecendo instrumentos para que a comunicação seja efetiva e eficiente.
Assim sendo, os públicos para nós são classificados em: interno, misto e externo.Sendo a primeira composta pelo funcionários e seus familiares; a segunda pela clientela e espectadores; terceira os instituições e grupos ligados direta ou indiretamente à ela.
De acordo com o professor Eugène Prost, é necessário que aja o contato da instituição com os seus grupos ligados utilizando a comunicação como ferramenta de aproximação e partir disso admitir o interesses neles.Sendo o Relações Públicas o responsável pela analise detalhada dos interesses de sua instituição e conhecer as atitudes e opiniões dos grupos e pessoas a quem se vai negociar e se envolver.
- Considerações Finais:
‘’Não existe motivo para nos preocuparmos com os erros, mais sim o fato de não saber reconhece-los, uma vez que os próprios equívocos são resultados do método dialético da busca da verdade’’(p.90)
‘’As Relações Públicas , dentro de princípios éticos e procurando harmonizar interesses, podem agrupar ponderáveis esforços no nobre propósito de estabelecer um clima que facilite a compreensão e o desenvolvimento social,contribuindo assim para superar todos os fatores negativos que geram a comunicação que caracteriza a atual sociedade de massa.’’ (p.99)
‘’A atividade de Relações Públicas consiste na execução de uma politica e um programa de ação que objetivam conseguir a confiança para as empresas,públicos ou privados, de seus públicos, de molde a harmonizar os interesses em conflito.’’(p.100)
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