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Questões Sexo e Temperamento

Por:   •  18/7/2017  •  Ensaio  •  3.351 Palavras (14 Páginas)  •  436 Visualizações

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         margaret mead

                         SEXO

E TEMPERAMENTO

3. O NASCIMENTO DE UMA CRIANÇA ARAPESH

       Os Arapesh distingue 2 tipos de atividade sexual: O folguedo que não possui  intenção de gerar uma criança e a atividade sexual propositada que é dirigida para a criação de uma criança. Aqui a tarefa do pai é igual a da mãe pois é produto de sêmen do pai e do sangue materno combinados em atividade igual para formar o novo ser.

          A mulher logo que engravida e os sintomas da gravidez são evidenciados, ela deve se    resguardar do sexo, pois a criança precisa repousar em seu ventre e se alimentar.

    A mulher que deseja conceber deve ser tão passiva quando possível.

       Deve ter cuidados com a alimentação, pois existem algumas crenças como fé comer um rato-gigante pode ter dificuldade no parto, nem sapo pois a criança nascerá muito rápido. Se a mulher quer um filho homem as outras mulheres avisam para cortar nada ao meio pois nascerá uma mulher. Durante os nove meses de gravidez a criança dorme e só tem vida quando nasce, pois não admitem  que a criança tenha vida ante do nascimento. O pai não pode estar presente na hora do nascimento, em virtude das crenças Arapesh com relação a natureza antitética das funções fisiológicas femininas e das funções mágicas de obtenção de alimentos próprias dos homens. O sangue do parto como a menstruação é perigoso e a criança deve ser partejada habilmente fora do povoado. A gravidez é considerada um sacrifício pesado tanto para o homem como para a mulher, em razão da atividade sexual vigorosa e severa, exigido pelo pai nas primeiras semanas depois da menstruação. Quando a criança esta nascendo o pai fica a distancia, ao alcance da voz onde possa ouvir o grito das parteiras, respondendo “lavem-no” ou “não o lavem”. Se a resposta é “lavem-no” o filho deve ser criado. Quando nasce uma menina e já existem várias na família é abandonada e não lavada e cordão por cortar. Os Arapesh preferem menino, ele ficará com os pais e será a alegria de sua velhice. Se depois de pousar uma ou duas meninas, e for preservada uma outra, a chance de ter um filho é adiado. As vezes quando o alimento é pouco ou se tem muitas crianças, ou se o pai morre, a criança pode não ser poupada.

      Após todo o ritual de nascimento o pai vem compartilhar com a esposa a tarefa de cuidar o recém nascido. A nova vida torna-se, então, tão intimamente unida à sua como é a da mãe. O espírito da vida, que se agita suavemente sob o peito da criança e que ali permanecerá até a velhice, o espírito da vida pode derivar tanto do pai quanto da mãe, a alma pode vir tão facilmente de um genitor como de outro a semelhança fácil apenas indica de onde veio.

      O pai deita-se silenciosamente ao lado do filho recém nascido, e de vez enquanto dá pequenos conselhos à mãe. Ele e ela jejuam juntos no primeiro dia, não podem fumar, nem beber água. De tempo em tempo, realizam pequenos ritos mágicos que irão assegurar o bem estar da criança e sua capacidade de cuidarem-na. As esposas do irmão do pai são as enfermeiras oficiais.

      O pai de um primeiro filho se acha numa posição delicada, mais delicada do que a da esposa. No caso da mulher, as cerimônias são as mesmas para o primeiro filho, para o quinto, tanto para menino, tanto para menina, é o comportamento do pai que muda com as diferenças. O homem que tem o primeiro filho se vê em um estado tão precário como o menino recém iniciado ou o indivíduo que matou pela primeira vez numa luta. Somente poderá purifica-lo deste estado o homem que já teve filhos, o qual se tornará seu padrinho e executará a cerimônia necessária.

      Pode-se dizer que a cerimônia simboliza a reconquista da natureza masculina do pai depois sua importante participação nas funções femininas, mas, se é este o significado, não está mais explícito na mente dos nativos, que a consideram simplesmente um detalha ritual necessário na cerimônia.

      Todavia, suas tarefas maternais ainda não chegaram ao fim. Durante alguns dias seguintes, ele e sua esposa executam as cerimônias que os libertam de todos os tabus, exceto de comer carne. Fumo e noz de aréca  são distribuídos a todos a quem vem visitar o bebê – aos homens, pelo pai, as mulheres, pela mãe – e aqueles que recebem tais presentes das mãos dos novos pais se obrigam a ajuda-los em qualquer empreendimento futuro, e desta forma o bem-estar do bebê fica ainda mais garantido. Finalmente, o casal volta à sua casa e, um mês ou mais depois, dão uma festa que suspende o tabu de comer carne, e ao mesmo tempo fazem uma festa para a parteira e as outras mulheres que os alimentaram durante seu confinamento. O pai e  a mãe podem, então, andar tão a vontade quanto desejam, mas não é bom carregar o bebê enquanto ele não ri. Quando ri para o rosto do pai, recebe o nome, o nome do clã paterno.

      A vida da criança, entretanto, depende da atenção especial e constante, tanto do pai quanto da mãe. O pai deve dormir toda a noite com a mãe e o bebê,  e há um tabu rigoroso quanto às relações sexuais, não só com a mãe da criança, como também se tiver duas esposas, com a outra mulher. Todavia, embora se acredite ser a freqüência de relações entre seus pais necessário ao crescimento da criança durante as primeiras semanas de sua vida pré-natal, uma vez solidamente composta, todo contato com o sexo por parte de um dos progenitores é julgado prejudicial à criança, até que atinja aproximadamente um ano de idade. Se uma criança é franzina e doentia, ou se tem os ossos fracos e não anda cedo, é culpa dos pais, que não observaram o tabu. Raramente, porém admite-se terem os pais realmente infringido o tabu, quando escolhem conservar a criança, sabem o que implica educa-la.

      Os Arapesh guardam o tabu das relações sexuais até que a criança dá seus primeiros passos, quando é considerada suficientemente forte para suportar outra vez o contato penoso com a sexualidade dos progenitores. A mãe continua a amamenta-la até que atinja os três ou quatro anos de idade, se não engravidar outra vez. O tabu é suspenso após um período de retiro

Menstrual. A mãe volta da choça menstrual, e ambos, pai e mãe, jejuam durante um dia. Depois, podem manter relações e o esposo poderá dormir com a outra esposa, se o desejar; sua imediata presença todas as noites não é mais essencial à criança. É desejável que as mulheres não tenham filhos muito em seguida; além de desmamada porque outra virá logo depois. Quando a criança é desmamada gradativamente, a mãe não sente culpa ao dizer o seu rebusto rebento de três anos: você, nenê, já teve leite suficiente.

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