Resenha

The internationalization process of Born Globals: a network view

D. Deo Sharma _, Anders Blomstermo

Aluno: André Luís Egreggio (ESPM PMDGI)

Tem-se observado que as empresas iniciam geralmente seu processo de internacionalização exportando produtos para países culturalmente semelhantes. No entanto, alguns pesquisadores argumentam que quanto mais tempo uma empresa demora em iniciar atividades internacionais, mais difícil será crescer internacionalmente. Embora sua premissa comportamental seja a mesma do modelo de Uppsala (JOHANSON; VAHLNE, 2003), as decisões acerca do processo de internacionalização serão determinadas direta ou indiretamente pelas relações das chamadas redes de negócios.

Enquanto a teoria de Uppsala pregava um envolvimento incremental com os mercados externos, existem evidências que mostram o surgimento de empresas que já na sua criação estão voltadas aos mercados internacionais, não passando por um processo gradual de envolvimento (DIB; ROCHA, 2008). Este fenômeno é conhecido como Born Global.

O artigo de Sharma e Blomstermo (2003) tem o objetivo de explicar o processo de internacionalização dos chamados Born Globais, partindo do princípio que as empresas que atuam internacionalmente com parceiros globais podem desfrutar de uma “vantagem” de internacionalizar que as empresas que somente trabalham com parceiros locais, isto é porque os laços que as empresas têm no exterior podem ajudá-los com os clientes e mercados, portanto através da exposição aos mercados internacionais, as empresas acumulam conhecimento do negócio e se internacionalizam.

O trabalho começa com um exemplo de caso ilustrativo da empresa Helax que usa da teoria do Networks que por esta visão, começa a se internacionalizar não como um movimento explícito de busca de mercado, mas sim para acompanhar suas conexões, sejam elas clientes, parceiros de negócios ou mesmo competidores. Pode-se considerar no exemplo a teoria de um “empreendedor técnico” que iria atender a demandas não solicitadas, geradas devido à sua posse de processos, produtos ou tecnologias inovadores.

Achei o artigo interessante e bem contemporâneo, já que o conceito de Born Global é bem atual e vemos cada vez mais exemplos de empresas que possuem um processo de internacionalização acelerado, realizando atividades internacionais desde a sua criação, ou após poucos meses depois disto, talvez um exemplo, seja o caso da Starbucks que vimos em classe. A internet também possibilitou o surgimento de outros tipos de empresa, como e-commerce web sites, como a Amazon.com e Netshoes no Brasil, que vendem produtos através internet. Mesmo lojas que não eram virtuais sentem a necessidade de ter seu e-commerce, uma vez que podem perder o seu espaço, como o caso da Livraria Saraiva.

REFERÊNCIAS

JOHANSON, J.; VAHLNE, J. E. The Internationalization Process of the Firm: A Model of Knowledge and Increasing Foreign Market Commitment. Journal of International Business Studies, v. 8, n. 1, p. 23-32, 1977.

DIB, Luís Antônio. Caracterizando o processo de internacionalização born global: discussão sobre a conceituação empírica do fenômeno e hipóteses de pesquisa. In: ENCONTRO DA ANPAD, 32, 2008, Rio de Janeiro.