Resenha Critica Sejamos Todos Feministas
Por: Mariana Passos • 11/6/2019 • Resenha • 962 Palavras (4 Páginas) • 277 Visualizações
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. Ed. Companhia das letras. 2015.
O livro “Sejamos todos feministas”, é uma adaptação da palestra apresentada por Chimamanda em 2012 no TEDxEuston na qual foi convidada por amigos que organizaram o evento. De acordo com uma palestra ministrada pela mesma anteriormente tratando da forma como os estereótipos limitam e formatam o pensamento das pessoas principalmente quando se fala da África, a autora decidiu falar sobre o feminismo por que se familiarizava com o assunto.
O tema “Feminismo” é tratado de acordo com o contexto em que a autora vive em seu país de origem e de casos que conheceu no período em que viveu nos Estados Unidos da América. Nesse, ela utiliza de experiência vividas principalmente por ela e por pessoas de seu convívio social para exemplificar as situações do cotidiano em que pessoas são submetidas levando em consideração apenas o gênero ao qual foi determinado no nascimento.
Chimamanda inicia relembrando a primeira vez que foi chamada de feminista durante uma discursão com um amigo de infância. Comenta que a palavra foi utilizada como uma forma de ofendê-la por opiniões expressadas por ela referentes a livros que ambos haviam lido. Naquela ocasião, ainda não conhecia o significado da palavra.
Descreve que por conta do seu trabalho e por se intitular feminista em suas obras, passou por constrangimentos vindos pessoas que tinham informações distorcidas sobre o significado da palavra. Acreditavam que, mulheres feministas eram infelizes, não gostavam de homens e que o feminismo era antiafricano por “contrariar” a cultura africana.
Dessa vez Chimamanda volta a infância para contar a história de quando participou de uma seleção para ser monitora de classe. Lembra que sonhava com o cargo que naquela idade era importante para ela e, mesmo conseguido a maior nota da sala, não pode ser monitora por que a professora exigia que um menino monitorasse a classe. Ressalta que o menino selecionado não tinha o menor interesse no cargo que ela tanto queria, mas foi escolhido, por ser menino. Deixando claro que, independente do esforço exercido e do resultado obtido por uma garota, o menino sempre estará em vantagem, por ser do sexo masculino.
Em outro momento, a autora se mostra surpresa quando um amigo que ela admirava muito a questionou sobre seu posicionamento ao feminismo. O rapaz, que ela faz questão de enfatizar que era inteligente e visionário, acreditava que nos tempos atuais não há o que a mulher questionar sobre direitos iguais já que muito disso já foi conquistado. Nesse momento, ela percebeu que um homem dificilmente teria a percepção de que mesmo algumas coisas já terem mudado para as mulheres, ainda há muito mais a ser conquistado e isso se mostrou em outros momentos citados no livro em que ambos passeavam pela cidade natal dela. Como por exemplo, no momento em que ela paga um trabalhador que conseguiu uma vaga de estacionamento para eles e o manobrista agradeceu ao amigo já que subentendia que se a mulher tinha dinheiro, provavelmente provinha de um homem. A ficha do amigo caiu durante esse acontecimento.
Chimamanda frisa as diferenças biológicas entre homens e mulheres e de como, por muito tempo, isso foi utilizado como justificativa para determinar os espaços que cada um desses deveria ocupar e as atividades que podiam exercer na sociedade. Mas também observa que há exceções inseridas nessas regras como, por exemplo, os homens tem mais testosterona e na maioria das vezes é fisicamente mais forte que uma mulher, mas isso não é uma regra geral, pode haver mulheres fisicamente mais fortes que alguns homens. Sem contar as várias contradições existentes em discursos que problematizam e recortam regras de comportamento para cada um dos gêneros fazendo com que homens e mulheres tenham objetivos de vida traçados de forma totalmente diferente um do outro, sendo que, um desses é levado a objetivar uma vida conjunta ao sexo oposto.
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