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Resenha O Que é Sociologia

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Por:   •  13/11/2014  •  4.694 Palavras (19 Páginas)  •  345 Visualizações

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esenha de Sociologia

INTRODUÇÃO

O autor Carlos Benedito Martins em seu livro O Que é Sociologia procura demonstrar de forma geral e objetiva o contexto histórico no qual se fez possível o surgimento, a formação e o desenvolvimento da sociologia.

Procura em linhas gerais demonstrar que a sociologia, como ciência tensa e contraditória, sempre deu margem para diversas interpretações. Para algumas pessoas ela é uma poderosa arma a serviço da classe dominante , para outros serve de embasamento teórico para os movimentos revolucionários , como , por exemplo , o marxismo.

O livro procura tratar a sociologia como sendo resultado da compreensão de situações sociais novas provocadas pela sociedade capitalista. Porém adverte que a sociologia sempre foi algo maior que reflexões e teorias acerca da sociedade moderna. Esta ciência sempre teve aspirações e intenções práticas , desejando interferir nos rumos de nossa civilização.

A sociedade capitalista e os discrepantes interesses econômicos e políticos que a constituem sempre foram inspiração na formação do pensamento sociológico.

Portanto o autor procura discutir e analisar , até que ponto a sociologia se compromete nos embates de tal sociedade e em que medida seus conceitos e teorias são responsáveis em manter ou alterar as relações de poder e dominação existentes na sociedade.

O SURGIMENTO

A sociologia pode ser entendida como uma manifestação do pensamento moderno. O mundo social, que até então não havia sido incorporado a ciência, passa com a evolução do pensamento científico ser enfocado e estudado pela sociologia.

O surgimento de tal ciência se dá em um contexto histórico específico, que coincide com esfacelamento das bases da sociedade feudal e com o estabelecimento de uma nova ordem social , ou seja , a consolidação da sociedade capitalista. Nesse contexto , vários pensadores se empenham em compreender e analisar as novas situações vigentes em tal sociedade.

O século XVIII foi referencia para a história do pensamento social e para o surgimento da sociologia.

Este século foi testemunha de uma dupla revolução, a industrial e a francesa, que consistem na instalação da sociedade capitalista. As revoluções constituem dois lados de um mesmo processo e possibilitam o surgimento da sociologia, embora, essa palavra só venha ser usada um século depois, em 1930.

A revolução industrial representou a vitória da indústria capitalista que converteu grandes massas humanas em simples trabalhadores desprovidos de quaisquer privilégios.

Foram introduzidas novas formas de organizar as atividades sociais, houve um generalizado trauma sobre milhões de seres humanos que tiveram suas formas habituais de vida. Como exemplos das mudanças ocorridas, o autor sita a desaparição de pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho, etc.

O surgimento do proletariado foi sem dúvida um dos fatos de maior importância, principalmente o papel histórico que ele desempenharia na sociedade capitalista.

A sociedade se tornara em “problema” em “objeto” a ser investigado. Devido a profundidades das transformações a sociedade se colocara num plano de análise. Os pensadores ingleses que testemunharam estas mudanças não eram especificamente sociólogos, eram antes de tudo homens liberais conservadores e socialistas.

Tal fato significa que os precursores da sociologia foram recrutados entre militantes políticos,entre indivíduos que participavam e se envolviam profundamente com os problemas da sociedade.Podem ser citados como tais pensadores Owen (1771-1858) Willian Thompson (1775-1833), Jeremy Bentham (1748-1832).

A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial. É a formação de uma estrutura social muito específica – a sociedade capitalista – que impulsiona uma reflexão sobre a sociedade, sobre suas transformações, suas crises, seus antagonismos de classe.

O surgimento da sociologia como se pode perceber, prende-se em parte aos abalos provocados pela revolução industrial, pelas novas condições de existência por ela criada.

Quanto à revolução francesa de 1789 , seu objetivo não era simplesmente o de mudar a estrutura do Estado, mas abolir radicalmente as convenções e instituições tradicionais. Promoveu profundas inovações na política , na economia, na cultura , rompeu com costumes e hábitos arraigados na sociedade.

Durkheim, um dos fundadores da sociologia, afirmou certa vez que a partir do momento em que “a tempestade revolucionária passou, constituiu-se como que por encanto a noção de ciência social”. Durkheim,ao discutir a formação da sociologia na França do século XIX, refere-se a Saint-Simon. Depois o próprio Durkheim diz que essa ciência surge com interesses práticos e não como que por encanto “como antes afirmara”.

A recente ciência tinha como tarefa intelectual repensar o problema de ordem social, enfatizando a importância de instituições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade.

Para Comte, um dos fundadores da sociologia, esta deveria orientar-se no sentido de conhecer e estabelecer aquilo que ele denominava, as leis imutáveis da vida social, abstendo-se de qualquer discussão sobre a realidade existente, deixando de abordar, a questão da igualdade, da justiça, da liberdade.

A oficialização da sociologia foi em grande parte , mérito do positivismo, e assim constituída , procurará construir uma teoria intelectual do novo regime. Esta sociologia de inspiração positivista, procurará construir uma teoria social separada não apenas da filosofia negativa, mas também da economia política como base para o conhecimento da realidade social. Separando a filosofia e a economia política, isolando-as do estudo da sociedade, esta sociologia procura criar um objeto autônomo, “o social”, postulando uma independência dos fenômenos sociais em face dos econômicos.

A sociedade positivista não colocará em questão os fundamentos da sociedade capitalista e nem será nela que o proletariado encontrará a sua expressão teórica e a orientação para suas lutas práticas.

É no pensamento socialista que mais tarde o proletariado buscará embasamento e respaldo

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