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Resenha comparatativa redistribuição e reconhecimento

Por:   •  18/4/2017  •  Resenha  •  1.153 Palavras (5 Páginas)  •  894 Visualizações

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Resenha comparativa entre o texto “Reconhecimento sem ética? “ de Nancy Fraser e o documentário “Democracias ente la ficcion y la esperanza y Nuevos movimientos sociales”

Mayara Cristina Colombo e Luana de Almeida

O texto de Nancy Fraser “Reconhecimento sem ética? ” nos mostra que atualmente as forças das políticas progressistas se dividem em dois grupos, os partidários da redistribuição que prezam pela alocação mais justa de recursos e bens e os partidários do reconhecimento que prezam por uma sociedade que seja amigável para com as diferenças, e isto ocorre segundo ela por que se criam falsas antíteses entre esses dois campos, pois para a autora as duas reivindicações  fazem parte de um mesmo campo e não deveriam ser excluídas por outra se ao invés de colocarmos cada uma em um campo da filosofia, como a redistribuição sendo uma questão de justiça social portanto estaria no campo da moralidade, enquanto o reconhecimento sendo uma questão de boa vida e portanto alocado no campo ético, mas sim se integrarmos estas duas reinvindicações em uma noção ampla de justiça. Onde o reconhecimento retorne ao campo da moralidade se ao invés de um modelo de reconhecimento pautado na identidade, mas sim em um modelo de status, pois neste modelo o que exige reconhecimento não é a identidade de grupo, mas sim a condição de membros do grupo.

Entender o reconhecimento como uma questão de status significa examinar os padrões institucionalizados de valoração cultural em função de seus efeitos sobre a posição relativa dos atores sociais. Se e quando tais padrões constituem os atores como parceiros, capazes de participar como iguais, com os outros membros, na vida social, aí nós podemos falar de reconhecimento recíproco e igualdade de status. Quando, ao contrário, os padrões institucionalizados de valoração cultural constituem alguns atores como inferiores, excluídos, completamente “os outros” ou simplesmente invisíveis, ou seja, como menos do que parceiros integrais na interação social, então nós podemos falar de não reconhecimento e subordinação de status. (FRASER, 2007,p.108)

Neste novo modelo de status o não reconhecimento surge quando as instituições estruturam as interações de acordo com normas culturais que impedem a Paridade de Participação, portanto compreende o reconhecimento fora do campo da ética e é compatível como a prioridade do correto sobre o bem e assim pode-se combinar redistribuição e reconhecimento.

Para Fraser é necessário que um conceito ampliado de justiça ultrapasse os padrões de valoração cultural e examine também as estruturas do capitalismo, é necessário que para que a Paridade Participativa possa existir que existam condições objetivas de paridade participativa, seriam as condições pautadas no campo material/econômico e condições intersubjetivas de Paridade Participativa, pois nenhuma dessas condições sozinhas é suficiente para Paridade Participativa real.

Ao final Nancy nos apresenta algumas particularidades onde em alguns casos o reconhecimento das particularidades se faz necessário e nestes casos seria necessário um retorno a ética, mas como ela diz muitas vezes o reconhecimento pela ética pode trazer algumas problemática e por isso e necessário antes de retornar a ética deve-se realizar o exercício de raciocínio deontológico para que se permaneça no campo da moralidade.

O documentário democracias entre a ficção e a esperança e novos movimento sociais traz a perspectiva de uma América Latina que passou por ditaturas terríveis durante a década de 60, 70 e 80 por inúmeras razões, mas principalmente por questões que fugiam de sua alçada geopolítica, mas a influenciam enormemente como a Guerra fria e a Revolução Cubana que causam mudanças e receios na ordem mundial e a América Latina sendo de grande valor na geopolítica mundial acaba sendo influenciada por isto. Um dos entrevistados diz que os Eua podem ter vindo a intervir na política da AL pelo medo e receio que Cuba e sua revolução trazem ao gigante representante do capitalismo como único sistema possível perante a gigante URSS e seu socialismo utópico que estava fazendo escola na AL e isto poderia vir uma espécie de revoluções em massa.

 Na década de 80 começam os processos de redemocratização na AL e por consequência a presença de novos movimentos sociais que reivindicam sobretudo nesse período por justiça pelas vidas perdidas e maculadas, estes movimentos vivem até hoje e acabam por agregar novas pautas, mas sem nunca esquecer da pauta inicial como é o caso das Mães de Maio na Argentina. Outra coisa que o documentário nos mostra é o que ocorre após o processo de redemocratização na década de 90, como esse processo por estar pautada em uma lógica digamos que liberal acaba por gerar uma democracia fraca onde a paridade participativa seria extremamente fraca ou nula e acaba por gerar revolta da população, aqui percebe-se que não se tem nem a redistribuição como tão pouco o reconhecimento de grupos e pessoas que se vem renegados do sistema e acabam por criar movimentos que reivindicam direitos de reconhecimento como os Zapatista no México e redistribuição como o MST no Brasil, mas que também vê se uma mescla pois em uma fala de um integrante do MST ele nos diz (citação não totalmente correta) “uma vida de um assentado ela é boa, porque a gente permanece organizado, então se nós tivesse como objetivo único e exclusivo a terra e ser assentado e largar a organização eu creio que nós seriamos excluídos da sociedade hoje, mas como a gente permanece organizados a gente permanece de forma grupal ainda[...](1h e 23 min de vídeo) parece que essa fala está relacionada a um conceito de paridade participativa como Nancy Fraser o descreve, pois vemos a necessidade de redistribuição como forma desses campesinos trabalharem de forma justa e poderem ter acesso ao mínimo necessário para que aja uma condição objetiva justa e também ele necessita de reconhecimento não apenas como um grupo, mas como um indivíduo participante do grupo e assim aja condição para que sua condição intersubjetiva não seja prejudicada pelo processo.

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