Resenha do livro: A Revolução dos Bichos
Por: Almir Vidal • 15/3/2016 • Resenha • 546 Palavras (3 Páginas) • 397 Visualizações
Resenha do livro A Revolução dos Bichos
Escrito por George Orwell, A Revolução dos Bichos mostra-se na forma de uma sátira à face negra da história moderna. Ao analisar o livro, o leitor ver-se emerso em um sentimento de angústia causado pela incapacidade dos pobres animais de perceberem o ciclo ao qual estão sendo submetidos. Afinal, a Granja dos Bichos, anteriormente chamada de Granja do Solar, já fora um lugar de submissão, onde animais serviam aos homens, porém tornara-se um santuário onde todos com quatro patas por lei são iguais (ORWELL, 2007), infelizmente alguns mais iguais que os outros.
Instigados pelas belas palavras do velho Major, Orwell (2007, p. 14) alerta:
[...] E lembrai-vos, camaradas, jamais deixarei fraquejar vossa decisão. Nenhum argumento vos poderá desviar. Fechai os ouvidos quando vos disserem que os homens e os animais têm interesses comuns, que a prosperidade de um é a prosperidade dos outros. É tudo mentira [...]
E pela canção Bichos da Inglaterra, os animais da Granja do Solar começam a alimentar um sentimento de insatisfação. Afinal, porque deveriam trabalhar até a morte para que o homem se alimentasse bem, enquanto eles mesmos passavam fome? Assim plantou-se a semente da revolução, acontecimento esse que não tardaria a acontecer. Pobre senhor Jones, mal sabia o que o aguardava com a revolução dos bichos, mal sabia que em poucas semanas sairia correndo da própria granja escorraçado pelos bichos que antes eram escravos de sua vontade.
Trabalhar para se sustentar, ter mais folga, mais comida, uma vida digna e sem explorações, parece um ótimo rumo a se tomar, mas para tudo funcionar eram necessários líderes. Ao menos foi isso o que os espertos porcos disseram, e como as palavras que iniciaram o movimento vieram de um porco, nada mais justo que um porco na liderança. Sim justo, porém o velho Major não mais estava vivo e seu senso de igualdade infelizmente morrera com ele. Um líder aqui outro ali, nunca se sabe quem está certo e nem a quem escutar, mas sobre a liderança uma das coisas que se sabe bem é que quem a tem, não gosta de compartilhar.
Líder por natureza na granja haviam dois, Napoleão, pouco falante, mas com reputação de ter grande força de vontade e Bola de Neve, de palavra fácil, mas imaginoso, porém sem boa reputação quanto à solidez do caráter. Daí está criada a disputa, Bola de Neve versus Napoleão, a granja se divide diante de suas opiniões, mas a disputa não dura muito. Napoleão muito esperto logo escorraça o rival. Sem concorrência, Napoleão estratifica socialmente os pobres animais da granja, que desprovidos de inteligência voltam pouco a pouco a ser escravos, porém agora não do homem, mas sim dos “inteligentes” porcos.
Com isso, vê-se que o livro de Orwell faz uma crítica severa denunciando o mito Soviético numa história que se fosse fácil de compreender por qualquer pessoa. A manipulação das massas, o poder absoluto, a degradação do bem-estar social, todos estes fatores mostram-se em perfeita consonância com à situação que ocorria na União Soviética, afinal de contas olhando para o falido socialismo soviético, percebe-se claramente uma espécie de Granja do Solar implícita num regime que prometia igualdade enquanto disseminava miséria.
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