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Resenha do livro:O suicídio de Émile Durkheim

Por:   •  8/6/2018  •  Resenha  •  2.172 Palavras (9 Páginas)  •  1.185 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC CAMPUS I

CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS (2018.1)

DISCIPLINA: SOCIOLOGIA CLÁSSICA

DOCENTE: SUELI MOTA

DISCENTES: ALBERTO SOUZA, ANA MARCELA NASCIMENTO, FRANCIELE SANTOS, KATARINE SOUZA, LARINE AQUINO, RAFAELA ANDRADE, TIAGO SIMÕES.

Resenha do livro “O suicídio” de Émile Durkheim

Livro I: Os fatores extra-sociais

Durkheim analisa vários casos de suicídio na Europa e faz um panorama geral sobre as possíveis causas dessas mortes. Para ele a concepção de suicídio é mais ampla: Todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente por um ato positivo ou negativo em que a vítima sabia o resultado do seu ato. Como por exemplo: a utilização de armas e venenos para o ato positivo, e a negação da alimentação para os casos negativos. Logo, busca a compreensão do suicídio a partir dos fatos sociais.

Percebe que a taxa de suicídio em decorrentes anos na Europa é constante, logo, a explicação psicológica e individual não explica por si só este fenômeno; Se cada indivíduo possui motivações particulares essa taxa deveria ser inconstante, mas permanece de forma constante fazendo crer que existe algo para além do indivíduo que corrobora no suicídio. Dessa forma divide sua obra em três partes principais, sendo, os fatores extra sociais, os tipos e causas do suicídio, e do suicídio como fenômeno social geral.

Durkheim Inicia abordando sobre dois tipos de causas extra sociais que influenciam a taxa de suicídio: disposições orgânico-psíquicas e a natureza do meio físico. O suicídio foi considerado uma monomania, ou seja, uma loucura distinta por muito tempo. O monomaníaco é um doente que tem a consciência sã, exceto em um ponto, apresenta apenas uma tara e claramente localizada; mas essa concepção foi extinguida pois percebeu-se a partir de estudos que não há a possibilidade de um comprometimento mental de tamanha ordem de forma isolada. Não há como não comprometer uma parte das funções psíquicas deixando as outras intactas ; logo, foi descartada essa explicação. Entretanto, o suicídio ainda permaneceu sendo visto como loucura, ou seja, como uma doença.

Ao observar o suicídio maníaco, melancólico, impulsivo e obsessivo Durkheim percebe que em todos os casos os motivos eram provenientes da imaginação (delírios e alucinações), entretanto muitas mortes voluntárias possuem motivos fundamentados na realidade, são sendo possível então ver um louco em todo suicida.

A segunda hipótese estudada por Durkheim foi a raça, através da hereditariedade. Primeiramente, ele afirma que é necessário apresentar o conceito adotado para raça, visto que o termo era muito utilizado, tanto vulgarmente quando cientificamente, de maneiras divergentes. Após excluir alguns conceitos de raça, ele adota o conceito que determina a raça como conjunto de indivíduos que apresentam características comuns transmissíveis por hereditariedade, não importando a origem parentesca. Isso poderia até ser possível se cada raça tivesse uma taxa de suicídio que lhe fosse própria. Se o suicídio realmente variasse com as raças, seria preciso reconhecer a existência de alguma disposição orgânica. A hipótese acaba não sendo plausível, porque entre as nações de mesma raça há extremas divergências em relação a quantidade e modos de suicídio. Por outro lado, se um povo comete suicídios mais que outro, a causa não está no sangue e sim no modo de vida da civilização. Por fim, Durkheim apresenta duas causas que, definitivamente, excluiria a raça do rol das hipóteses possíveis: a quantidade de suicídio, vinculada aos sexos e a maior incidência em adultos, defendendo que, se fosse hereditário, não haveria por que ter tais diferenças.

Relacionado aos fatores cósmicos dois principais foram estudados e destacados como influenciadores do suicídio, sendo eles, o clima e a temperatura. O primeiro a ser estudado foi o clima. Baseando-se nos estudos de Morselli em como os suicídios se distribuem no mapa da Europa segundo os graus de latitude, Durkheim observa que em países localizados em zona mais temperada há maior desenvolvimento do suicídio, entretanto essa hipótese é refutada pois esse fato não é constante em todos os países de clima temperado. Exemplo: Itália com a menor taxa de suicídio.

Posterior, estuda a temperatura sazonal e ao contrário do que até então era pensado no senso comum que no inverno devido ao isolamento social era quando a taxa de suicídio aumentava, foi constatado estatisticamente que no verão as taxas de suicídio eram maiores devido a excitabilidade do calor no ser humano provocando uma alienação mental.

Há ainda um último fator, a imitação. Durkheim trata a imitação como um fator psicológico, já que ocorre também entre indivíduos que não têm qualquer vínculo. Definindo, também, o conceito de imitação, ele explica que é diferente a repetição de algo sem consciência, do ato que visa ter algum tipo de chancela social. A partir daí, o autor cita três exemplos de imitações com sentidos diversos: a pura visão do ato e a sua repetição; a repetição para adequar-se e o que se faz simplesmente porque deve ser feito. Durkheim, então, adere ao primeiro conceito. Ele afirma que não há dúvida de que o suicídio é transmitido por contágio, mas isso não chega a afetar a taxa social, ou seja, não seria uma grande causa, portanto, não é relevante. Por fim, o autor busca dizer que, ainda que haja uma imitação, o suicida na verdade já tinha tendência para cometer o ato, visto que pessoas de espírito sadio não seriam contagiadas. Desta forma, por ser uma hipótese muito restrita, não produz efeitos sociais.

Livro II: Causas sociais e tipos sociais

Neste segundo livro, composto por seis capítulos (o maior de toda a obra), Durkheim faz extensas análises sobre os conceitos de suicídio: egoísta, altruísta e anômico, além de apresentar um método para determinar este fenômeno, assim como as formas individuais dos diferentes tipos de suicídio.

No primeiro capítulo, intitulado “Método para determina-los” procura-se definir que as causas do suicídio são específicas para cada caso, onde cada especificidade é importante. Para cada grupo social há uma tendência particular para o suicídio. Suas definições são seguidas de pesquisas feitas em países europeus (França e Saxônia, séc. XIX) com diferentes causas de suicídios relacionadas a profissões.

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