Resenha do texto: Desenvolvimento local e novos arranjos socioinstitucionais: algumas referências para questão de governança. Caio Silveira
Por: Paulo Salgueiro • 25/5/2017 • Resenha • 1.698 Palavras (7 Páginas) • 660 Visualizações
Trabalho da Disciplina Educação, Trabalho e Meio Ambiente
Por: Paulo Salgueiro
Resenha do texto: Desenvolvimento local e novos arranjos socioinstitucionais: algumas referências para questão de governança[1]. – Caio Silveira
Sobre o Autor
Caio Silveira - Rede DLIS, sociólogo formado pela PUC.
Sobre este texto
Introdução – página 41 a 42
O autor aborda diferentes teorias e trajetórias de práticas sociais[2]na temática do desenvolvimento local. Apresenta as seções do artigo desde referenciais de desenvolvimento local, trajetória no Brasil dificuldades e caminhos para o seu fortalecimento.
Indicações Conceituais – página 42 a 51
Silveira inicia com conceitos para o entendimento do artigo como veremos a seguir.
- Lugares e Fluxos
Para balizamento da ideia proposta usaremos estes conceitos:
- Lugar: espaço vivido e dotado de significado, uma realidade intersubjetivamente construída com base na experiência concreta de indivíduos e grupos e não sinônimo de local ou um espaço qualquer, delimitado segundo critérios puramente “objetivos” (Souza, 2004).
- Fluxos: processos de trabalho criados para atender objetivos determinados.
Desenvolvimento local é um objeto de interpretações e julgamentos de valor diversos, estas interpretações trazem a concepção de que:
- Dinâmicas capitalistas globais tornam inconsistente a noção de desenvolvimento local;
- Visões do local como espaço de circulação alternativo aos fluxos mundiais;
- Ou inversamente, como espaço de inserção competitiva nestes mesmos fluxos;
- Enfoque que embora não seja homogêneo procura associar a emersão do local a uma globalização não excludente ou a uma outra globalização.
Trata dessas 3 diferentes abordagens do local no desenvolvimento:
- Desenvolvimento local seria uma noção teórica e conceitual inconsistente que trata essencialmente do acúmulo de capital na periferia do sistema não pensando no local como espaço de construção do desenvolvimento ou via de transformação social.
- Sistema econômico está longe de constituir um mercado único e globalizado, cabendo fortalecer o desenvolvimento.
- Inserir os territórios locais na globalização, isto é, inserção competitiva noe mercados mundiais. Oferecer vantagens como logística e infraestrutura no processo para implementar a produção.
Ainda neste capítulo, aborda a sociedade em rede[3] que atualiza o sentido analítico e prático do local como território de mudança estrutural (segundo Bocayuva, 1998).
Nesta abordagem de sociedade em rede, globalizada permite tanto fragmentar e segregar territórios como abrir novas oportunidades, inclusive emancipação territorial (caso cidade de Porto Real no Sul Fluminense).
- Questão de Escala
Aborda que o desenvolvimento local surge mais como uma construção de vínculos sociais (político e produtivo) do que uma questão de escala. Sob a ótica de escala são observadas três dimensões:
- Estritamente espacial ou de geografia social, desenvolvimento local em várias escalas de construção como bairros, municípios, microrregiões. O que baliza é o tamanho do lugar.
- Agentes e atores envolvidos nas dinâmicas de desenvolvimento local, relações entre níveis de governo, comunidades, agentes financeiros locais, nacionais e internacionais. O balizamento é pelaarticulação dos atores.
- Conteúdo e natureza das relações que podem ser desencadeadas, fala que os fluxos adensam os lugares e de lá se criam novos agentes e caminhos de mudança social, podemos citar como exemplo, o projeto Taça das Favelas criada e desenvolvida por Celso Athayde na CUFA[4].
- Democracia Participativa e Gestão Compartilhada
O autor apresenta a ligação entre democracia e desenvolvimento local, o papel de governantes que neste caso não passam pela escolha eleitoral, mas também não reduz o âmbito, a participação e a responsabilidade do estado. Envolvem a ampliação da esfera pública e dos espaços de participação social, a temática passa a ser a relação entre o Estado e Sociedade Civil, desenvolvendo o processo de cidadania que amplia a dimensão pública além do domínio do Estado.
O Estado é visto como articulador necessário, mas não como o promotor primordial e exclusivo do sistema. Em outras palavras o Estado articula junto com a Sociedade Civil e os agentes locais e a gestão para a ser da Sociedade Civil representada localmente que através da governança, criando novos padrões de organização (parceira e redes) e modos de regulação (espaços ampliados, dinâmicas participativas de planejamento e gestão) e presta contas ao Estado e Sociedade Civil e seus beneficiados criando o desenvolvimento local.
- Protagonismo Local e Dinâmicas de Rede
Segundo De Paula (2003, p4) “O protagonismo local é fenômeno pelo qual os agentes locais se reconhecem como sujeitos de seu próprio destino”, esta afirmativa apresenta o deslocamento da centralidade e da coordenação política dos processos de desenvolvimento para esferas públicas ampliadas de natureza local, significa a descoberta, do reconhecimento e valorização dos ativos local, isto é, das potencialidades dos vínculos criados em cada território.
O desenvolvimento local deve ser entendido como um processo construído de baixo para cima e de dentro para fora, seu desenvolvimento vem da essência e das necessidades básicas e locais.
O Autor aborda características das redes:
- Conectividade social – capacidade de de estabelecer conexões entre diferentes unidades ou componentes;
- Não linearidade – permite múltiplos laços de realimentação em de cadeias simples de causae efeito;
- Hierarquia – capacidade de produzir “ordem sem chefe”, muda de dependência para interdependente, da interação vertical para horizontal, autorganização ou autorregularão;
- Sistemas abertos e dinâmicos – conexões produzem conexões e novos pontos conectados;
- Existência de múltiplos caminhos, quanto mais conexões e densidade a rede tiver, menor será o caminho entre uma conexão e outra.
A trajetória recente da questão do desenvolvimento local no Brasil – página 51 a 55
No Brasil esta temática iniciou-se na década dos anos 1990 na forma de ações e projetos relacionados ao combate a pobreza, a desigualdade ou exclusão em campos estratégicos de políticas públicas com foco temático-setorial em nutrição, saúde, educação, trabalho e renda, meio ambiente, infraestrutura e moradia. Também surgiram outros de forma combinada com critérios etários, gênero ou étnicos.
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