Resenho do Artigo de Plácido Cali – Para uma Arqueologia Caiçara
Por: lucifragoso • 20/9/2019 • Resenha • 951 Palavras (4 Páginas) • 133 Visualizações
Resenho do Artigo de Plácido Cali – Para uma Arqueologia Caiçara
Esse artigo foi de encontro com o meu pensamento, acredito que deveria existir programas de incentivos ou mais trabalhos que ressaltassem e que se garantisse que a cultura dos nossos primeiros habitantes do litoral sejam eles caiçaras ou caboclos fossem registrados, documentados, guardados para que não se perca no tempo.
Ouvimos muito se falar em sambaqui, sabemos que é um amontoado de conchas que declara que ali existiram povos ou seres malacofágos, que suas dietas eram baseadas em moluscos, berbigões e ostras, mas não sabemos qual a cultura, qual o modo de vida, apenas cita nômade, é mais fácil falar que era andante do que tentar explicar o jeito com que viam e entendiam o mundo, quais eram seus costumes e crenças, como viviam.
Conforme mostra o vídeo que eu mesma fiz em visita a comunidade São Joãozinho(vídeo_1), o Sr. Sebastião nos fala de sua visão sobre sambaqui, onde ele relata que “o Sambaqui foi formado por ação do diluvio, que a bíblia conta – nos ,mas os homens estudados estão querendo mudar o pensamento que sempre tivemos.” Com os estudos realizados realmente, sabemos que não foi obra do diluvio as formações dos sambaquis, mas é necessário que se saiba explicar o nosso entendimento ou apenas saber entender, respeitar e registrar o entendimento deles, criar maneiras, formas de não querer impor e sim ouvir a versão que eles tem sobre isso.
As moradias antigas que hoje em dia são poucos os livros que nos mostram como eram, e até mesmo os caiçaras já se enquadraram no meio de vida no estilo Europeu e muitos perderam suas raízes. As casas eram feitas de pau-a-pique e coberta por folhas de palmáceas (palmeiras de guaricana, guamiova e indaiá), a base era quadrangular e o telhado de duas aguas, as folhas eram colocadas sobre ripões de jacatirão, as paredes laterais eram feitas de tabuas de pinho ou de taquara e a divisória interna feita de piri. As casas não tinham chaminé para que dessa forma a fumaça torna-se impermeável a parte interna dos telhados e não existia assoalho e sim o chão batido. A mobília da casa era escasso e rudimentar visto que eles não necessitavam de muito, pois suas atividades eram ligadas somente com o mar e a mata atlântica.
As praticas agrícolas dos caiçaras eram feitas sempre nas encostas dos morros, onde o teor de areia é menor, as populações praticavam uma atividade destrutiva em se falando do meio-ambiente, abria-se uma clareira na floresta utilizando o processo da derrubada e após a queimada. Plantavam durante dois ou três anos, esgotando assim os recursos do solo. Após isso deixavam a terra descansar por cinco anos o chamado “poiso”.
A agricultura de subsistência é utilizada até os dias de hoje e é baseada no cultivo da farinha de mandioca, que ao passar dos tempos foi substituído pelo aipim, a cultura da farinha é um marco, e desempenha um papel importante na alimentação de toda a região litorânea do paraná. O guajú, prática adotada pela maioria das populações tradicionais é um exemplo de como a comunidade é unida e cultiva às praticas integradas com a natureza e ao convívio comunitário baseado nas relações de solidariedade entre as famílias. Em todas as comunidades existem ao menos uma oficina ou fabrica que se destina ao preparo da farinha, geralmente são rudimentares e ficam à parte, designada de “casa da farinha ou farinheira”.
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