Resumo Analítico do Livro A dialética do Esclarecimento
Por: Erivaldo Júnior • 22/3/2021 • Resenha • 911 Palavras (4 Páginas) • 347 Visualizações
Erivaldo Ferreira Lial Junior
ADORNO, Theodor W, HORKHEIMER, Max. A dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.
No primeiro capítulo “O conceito de esclarecimento”, de "Dialética do Esclarecimento", Adorno e Horkheimer realizaram uma análise completa do papel e do status do iluminismo na sociedade atual. Eles acreditam que o ser humano tem procurado controlar a natureza e utilizar a razão como meio, principalmente na busca de alternativas aos mitos, que é uma forma de buscar respostas mais específicas e colocar todos os fundamentos governantes no corpo humano. Não um ser superior. (ADORNO; HORKHEIMER, 1995). Assim, “o esclarecimento tem perseguido sempre o objetivo de livrar os homens do medo e de investi-los na posição de senhores” (ADORNO; HORKHEIMER, 1995, p.16).
O preço que se paga pela identidade de tudo com tudo é o fato de que nada, ao mesmo tempo, pode ser idêntico consigo mesmo. O esclarecimento corrói a injustiça da antiga desigualdade, o senhorio não mediatizado; perpetua-o, porém, ao mesmo tempo, na mediação universal, na relação de cada ente com cada ente. (ADORNO; HORKHEIMER, 1995, p.22).
O esclarecimento tornou-se uma ferramenta que coloca o homem na posição de mestre, em vez de estar subordinado à natureza. Como usado anteriormente no pensamento mitológico, o esclarecimento pode prevenir o medo e a dor, então a iluminação e a racionalidade tornaram-se “substituição da herança mágica, isto é, das antigas representações difusas, pela unidade conceptual que exprime a nova forma de vida, organizada com base no comando e determinada pelos homens livres.” (ADORNO; HORKHEIMER, 1995, p.24)
Porém, esse esclarecimento deveria teoricamente melhorar a condição humana perante a natureza, mas começa a se tornar autodestrutivo ao nivelar os homens. Esse fenômeno agrava a perda de subjetividade, pois a razão é o mais importante, o que leva a uma das principais críticas de Adorno e Horkheimer nas obras: o esclarecimento autodestrutivo:
O preço da dominação não é meramente a alienação dos homens com relação aos objetos dominados; com a coisificação do espírito, as próprias relações dos homens foram enfeitiçadas, inclusive as relações de cada indivíduo conseguem mesmo. (ADORNO; HORKHEIMER, 1995, p. 34)
Nesse sentido, o esclarecimento pode levar à desconexão do mundo. Em certo sentido, o esclarecimento deveria ter a capacidade de libertar as pessoas do medo e colocá-las na posição de mestres, mas em um mundo iluminado, as pessoas se encontram em um desastre. Médio (ADORNO; HORKHEIMER, 1995). Existe um medo constante do regresso, que fez com que “o esclarecimento ‘pusesse’ de lado a exigência clássica de pensar o pensamento (...) o procedimento matemático tornou-se, por assim dizer, o ritual do pensamento” (ADORNO; HORKHEIMER, 1995, p. 32). Dessa forma “o que importa não é aquela satisfação que, para os homens, se chama “verdade”, mas a “operation”, o procedimento eficaz” (ADORNO; HORKHEIMER, 1995, p.17). Em suma, o que ocorre é:
O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objetividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este os conhece na medida em que pode manipulá-los. (ADORNO; HORKHEIMER, 1995, p.20).
O que acontece é que a mitologia é o ponto de partida e o fim do esclarecimento, pois “quanto mais o mecanismo do pensamento obedece ao que existe, mais cegamente se contenta com essa duplicação”. Vale destacar que a própria mitologia já é uma espécie de esclarecimento porque é usado como uma explicação. Uma maneira de ser natural e reduzir o medo, assim:
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