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Resumo Do Livro O Queijo E Os Vermes

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Por:   •  22/1/2015  •  825 Palavras (4 Páginas)  •  1.243 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO " O QUEIJO E OS VERMES"

[O mundo foi feito] "do mesmo modo como o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos."

Resumo: Domenico Scandella, vulgo Menocchio, nasceu em 1532 em Montereale na Itália. Casado e pai de 7 filhos, sustenta a família através de sua profissão de moleiro. Outro dado importante sobre Menocchio é que este sabia ler, escrever e somar.O moleiro era bastante conhecido na cidade e costuma já há muito tempo blasfemar durante conversas informais pela cidade. Todos escutavam aquilo e não levavam em consideração pelo fato de ele ser considerado uma “boa pessoa”. Entretanto, após algumas divergências com o pároco local, Menocchio começou a se confessar com na cidade vizinha, sendo então denunciado no dia 28 de setembro de 1583 ao tribunal do Santo Oficio por suas diversas heresias.Em suas conversas Menocchio sempre dizia ter vontade de falar a um rei, papa ou príncipe tudo o que achava que estava errado na religião e esta foi a sua chance. Criticou a igreja, a missa em latim, a santíssima trindade, os evangelhos, o poder da igreja, e apresentou aos inquisidores sua teoria de criação do mundo.Após meses de interrogatório, Menocchio foi condenado à prisão perpétua e a usar pelo resto de sua vida uma túnica com uma cruz no peito. Ficou então encarcerado por três anos, até que seu filho conseguiu por meios diversos uma espécie de segunda chance para seu pai. Onde este poderia sair da prisão, mas jamais tirar a túnica, sair da cidade ou voltar a blasfemar.E foi tudo o que Menocchio não fez saiu da cidade várias vezes para trabalhar, tirava a túnica, pois com esta não conseguia serviço, e aos poucos voltou a dizer heresias. Logo foi novamente denunciado,torturado, julgado, condenado e desta vez executado.

Comentário: A experiência cotidiana do surgimento de vermes do queijo putrefato servia para Menocchio explicar o nascimento dos seres viventes – os primeiros, os mais perfeitos, foram os anjos – do caos, da matéria “grande e indigesta”, sem recorrer à intervenção de Deus. Nos discursos de Menocchio, portanto, vemos emergir, como que por uma fenda no terreno, um estrato cultural profundo, tão pouco comum que e torna quase incompreensível. Esse caso, diferentemente dos outros examinados até aqui, envolve não só uma reação filtrada pela página escrita, mas também um resíduo irredutível de cultura oral. Para que essa cultura diversa pudesse vir à luz, foram necessária a Reforma e a difusão da imprensa. Graça à primeira, um simples moleiro pôde pensar em tomar a palavra e expor suas próprias opiniões sobre a Igreja e sobre e sobre o mundo. Graças à segunda, tivera palavras à sua disposição para exprimir a obscura, inarticulada visão de mundo que fervilhava dentro dele. Nas frases ou nos arremedos de frases arrancadas dos livros, encontrou os instrumentos para formular e defender suas próprias idéias durante anos, com seus conterrâneos num primeiro momento, e, depois, contra os juízes armados de doutrina e poder. Desse modo, viveu pessoalmente o salto histórico de peso incalculável que separa a linguagem gesticulada, murmurada, gritada, da cultura oral, da linguagem da cultura escrita, desprovida de entonação e cristalizada nas páginas dos livros. A vitória da cultura escrita sobre a oral foi, acima

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