Resumo MACHADO, Arlindo. A Arte Do vídeo. 3 Ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
Exames: Resumo MACHADO, Arlindo. A Arte Do vídeo. 3 Ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: romeromecan • 7/3/2015 • 1.920 Palavras (8 Páginas) • 2.229 Visualizações
Resumo
MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
Nas “Preliminares”, Arlindo Machado alerta o leitor que não faz distinção entre vídeo e televisão e que tratará da imagem eletrônica. Seu trabalho consiste em verificar como funcionam as mensagens transmitidas por esta forma de comunicação e detectar as modificações que os sistemas simbólicos de natureza eletrônica provocam na cultura do homem deste século. “A imagem eletrônica está destilando uma outra sensibilidade, ao mesmo tempo que coloca novos problemas de representação, abala antigas certezas a nível epistemológico e exige a reformulação de conceitos estéticos”. Segundo o autor, este fim de século pode vir a ser conhecido como “a época de uma explosão criativa na área do vídeo”, cujo guru é o coreano Nam June Paik, que transformou a TV em vídeo-arte.
No capítulo “Uma introdução à videosfera”, o autor destaca que a tecnologia da TV não resultou de um “feliz acidente científico”, mas da “acumulação de capital na área do entretenimento de massa”. Trata também da sua homogeneização política e da sua pasteurização cultural, além das suas contradições da mídia eletrônica, que amplia o alcance da TV planetária e faz o inverso com as Tvs locais. Sobre isso Machado defende que os canais de TV devem considerar a diversidade cultural do país para que exista a democracia. Analisa a questão dos investimentos e a concentração das redes de transmissão e comenta a introdução de novas tecnologias, a substituição do analógico pelo digital (que faz desaparecer a diferença entra a imagem original e a cópia e ampliar as possibilidades dos efeitos especiais), e a utilização de satélites para distribuir programas de TV pelo mundo e, desta forma, vir a constituir a chamada “aldeia global”.
No segundo capítulo “O retalhamento da figura”, o autor compara a imagem cinematográfica com a televisual e conclui que as suas semelhanças não vão além da sua constituição pelas lentes e que a diferença básica é que a primeira é gravada em quadro fixo e de uma só vez, em fotogramas separados, enquanto a segunda é “escrita” por linhas de varredura durante um intervalo de tempo, retalhando a imagem em retículas e deixando à mostra o processo genético de sua constituição. Destaca a linguagem metonímica utilizada pela imagem eletrônica, que toma a parte pelo todo, sem que ele possa ser revelado de uma só vez. “Em resumo, se for possível dizer que a televisão perpetua a imagem figurativa do Renascimento, ela o faz de forma indicial, operando uma verdadeira limpeza do código até reduzir a figura ao seu mínimo significante. O que já é o primeiro passo para a abstração e a sintetização da imagem”. O autor compara ainda o comportamento do espectador de cinema, que é como a de um voyerista, como o de TV, que é de distração.
No capítulo “Definição e pregnância da imagem”, Machado discute a questão da alta e da baixa definição, comparando a imagem fotográfica com a de vídeo, sendo que a primeira mostra um recorte muito exato e possui maior quantidade de tons, enquanto a segunda é mais evanescente, de recorte pouco definido e a sua quantidade de tons é menor. Assim, pode-se dizer que a tela de cinema é ‘transparente’ e a do vídeo, ‘opaca’. “Em se tratando de sistemas figurativos, como é o caso da fotografia, do cinema e do vídeo, a forma pregnante consiste na ‘figura’, ou seja, na referência a seres e coisas familiares do mundo visível”. No entanto, os modelos visuais de alta definição impõem a forma pregnante com maior ênfase do que os de baixa definição. “A percepção das formas e a combinação de cores no vídeo dependem, portanto, de certo empenho do espectador no sentido de fazer emergir a configuração plástica final”. Além disso, o autor discute a diferença entre o espectador de cinema, que tem um papel mais ativo, e o de televisão, que não a dedica atenção exclusiva, distraindo-se com outras atividades. Assim, as imagens da segunda não consegue exercer fascínio sobre o espectador como acontece com as do primeiro, que o faz “mergulhar inteiramente no espaço-tempo diegético da narrativa”. Arlindo encerra este capítulo apontando a possibilidade de surgimento de um ‘cinema eletrônico, que estaria entre o cinema e a TV.
Em “O eterno presente”, Machado trata do constante desejo de se preservar um momento, o que realizou-se com a fotografia. No caso do cinema, este ‘presente’ seria simulado, é um “pseudopresente, que se desmascara tão logo as luzes da sala de exibição se acendem”. Assim, “só o vídeo pode restituir o presente como presença de fato, pois nele a exibição da imagem pode se dar de forma simultânea com a sua própria enunciação. O autor explana também a questão das ‘impurezas’, tanto no cinema, onde são eliminadas, exceto em alguns filmes de Godard e Bressane, quanto na TV, onde são aproveitadas, marcando o chamado improviso. Também destaca o ‘erro’, referindo-se à “perda da coerência narrativa e é sempre uma fatalidade em qualquer transmissão direta”, reconhecendo que isso se choca com interesses financeiros na TV comercial. Assim, distingue duas modalidades de programação: os programas de informação e os programas de fantasia. Outro destaque é para o fato de que “a TV se inseriu de tal forma na vida cotidiana que hoje é quase impossível pensar os eventos sem a sua presença”.
No capítulo “Processos abertos em andamento”, o autor discorre sobre os processos de enunciação, sobretudo na transmissão direta, em que predomina o improviso. Como ele próprio cita, McLuhan já havia previsto os processos abertos da tevê que reclamam o preenchimento do decodificador. Por isso, na área de vídeo e TV não há ‘obra-prima’, nem ‘autores’ e Machado expõe a definição de Fernando Meireles deste processo: “é uma mistura de tudo e está sempre mudando, é uma obra em movimento”. O autor também trata da relação da relação entre política e TV, sobre a qual afirma que não há melhor caricatura dos regimes autoritários do que as suas televisões, considerando ilusão a idéia de que a mídia eletrônica possa aliciar o seu público com a mesma eficácia com que o faz o cinema ou que ela consiga inflamar multidões com a mesma força da voz dos líderes carísmáticos através do rádio, justamente por ser caracterizada pela intervenção ativa do espectador. Discute ainda a relevância dos debates políticos na TV, que pode acabar decidindo eleições e leva a concluir que às vezes “a imagem é a mensagem e não necessariamente o que se diz”.
Em “Acaso e controle na edição”, Machado trata do problema do ‘corte’
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