Resumo O Condomínio do Diabo

Larissa Silva Lopes

Faculdade Santa Marcelina – Curso Moda 1ºB

Resumo “O Condomínio do Diabo”

      O livro consiste basicamente no estudo da violência nas áreas pobres do Rio de Janeiro, falando sobre trabalhadores e bandidos, marginalidade, armas e o tratamento dessa população pelos demais indivívuos e policiais.

      O tratamento daqueles que moram nessa comunidade são iguais, tanto para desempregados quanto para trabalhadores, não importando se são honestos ou não. Cada vez mais há dificuldade de encontrar empregos, o mercado está farto de profissionais desempregados porque não há cargos suficientes para todos, principalmente para essa população que muitas vezes precisa de seu ganha-pão mas não o conseguem porque não são considerados qualificados para executar tal posto. Em função disso, existem muitas crianças que saem nas ruas vendendo balas para ajudar em casa, não tendo uma educação apropriada devido a quase ausência dos pais. Muitas vezes esses jovens acabam criando leis próprias para sua sobrevivência e podem ir de usuários a comerciantes de narcóticos, podendo aumentar muito a utilização da violência. A partir da visão que esses jovens tem do trabalho de seus pais e de não conseguirem um emprego bom, com um salário decente e sem precisarem trabalhar o dia todo e todos os dias, eles acabam adotando uma visão negativa e se recusando a trabalhar a favor desses patrões, muitas vezes opressores. Eles então começam a trabalhar contra esse mercado de trabalho, aplicando golpes contra tais empresários, porém vão ficando cada vez mais agressivos, o que antes era “a lei do mais valente”, hoje é “a lei do mais armado”. Nem todos concordam com toda essa violência porém, se sentem incapazes de contê-la e “assistem a à queda da moral e à ascensão do ferro, da máquina”. O respeito, muitas vezes, é imposto por armas na cintura e ter disposição para matar ou já ser um matador.

      Normalmente há duas opções para seguir, o trabalho honesto, porém mal pago e desinteressante para eles ou a “vida perigosa, aventurosa e curta de bandido”. Esses jovens diferenciam o bandido e o malandro por meio da morte, sendo bandido aquele que “arma sua própria morte” e malandro aquele que foge da mesma, sobrevivendo. Muitos deles morrem cedo, após terem poder, fama, dinheiro, porém todos desonestos, e os que acabam preferindo o trabalho honesto, reclamam do seu modo de viver, desejando uma vida melhor.

      A relação deles com os policiais é definida pela falta de respeito, ética e moral de ambos os lados, A figura do mesmo é definida por eles como temida, mas desprezada e odiada.

      Dentro desse “Condomínio do Diabo” há mais de uma quadrilha e de tempos em tempos pode haver uma guerra entre elas, todos os moradores dependem da defesa da quadrilha que domina aquela região em que moram. Há regras básicas que devem ser cumpridas e não atacar nem ferir ninguém se sua região, é uma delas. Alguns bandidos são considerados heróis pela região porque roubam de pessoas que não sentirão falta do que foi roubado. Uma vez dentro desta rede, dificilmente há uma saída, além da morte. O bandido permanece vinculado a várias situações, uma vez que seu rosto já foi exposto, ao tentar sair, ainda teria que continuar pagando algumas pessoas e policiais corruptos para manterem “a boca fechada”, e provavelmente esses pagamentos não seriam cobertos com um salário fora dessa rede organizada.

      A convivência com aqueles que escolheram participar da rede organizada é inevitável, mas da violência diária não há como fugir, seja ela de policiais ou de outras classes, foi construída uma imagem de que o pobre é bandido e muitas pessoas sofrem com isso, sem nem ter relação direta com o crime, somente por fazer parte de uma população pobre.

      O preconceito se revela muito presente no âmbito do trabalho, muitas empresas deixam de contratar pessoas que fazem parte dessa comunidade por “ameaçar” e amedrontar os mesmos dessa empresa. Mais uma vez a imagem que a mídia passou sobre algumas pessoas, acaba acarretando toda a região e indivíduos que de algum modo com a aparência ou vestimenta são relacionados a tal lugar.