Resumo "Política Como Vocação" de Max Weber
Por: Luana Carneiro • 28/6/2016 • Resenha • 1.248 Palavras (5 Páginas) • 5.462 Visualizações
Resumo: "A política como vocação", Max Weber
Em: Ensaios de sociologia
Max Weber fez seu nome enquanto um dos principais sociólogos clássicos, fazendo suas análises de indivíduo dentro de um mundo social - individualismo metodológico - e focando-se na racionalização das ações, entendendo os agentes enquanto seres econômicos. Em oposição a Durkheim, o autor buscava os sentidos pessoais das condutas sociais, e não um investigação quanto às instituições sociais. A sociologia seria para ele, portanto, seria a compreensão e interpretação destas ações.
Em seu ensaio "A política como vocação", Weber marca primeiramente a definição de política como "qualquer tipo de liderança independente em ação" (1918, p.55), sendo considerada também política a infuência sobre a liderança, e assim formando o que chamamos hoje de Estado. Já Estado, mais especificamente o Moderno, o autor cita Trotski e o caracteriza como "comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio legítimo do uso da força física dentro de um determinado território" (ibidem, p.56), Estado Moderno tal que instrumentaliza a política à “o conjunto de esforços feitos visando a participação do poder ou a luta para influir na distribuição do poder, seja entre Estados ou entre grupos dentro de um Estado” (ibidem, p.56). Ou seja, participar do Estado seria em si a busca pelo poder, pela dominação dos outros. Desta maneira, o Estado faz sentido enquanto "uma relação de homens dominando homens" (ibidem, p.56), se mantendo pela violência legítima e contando com a obediência dos dominados para com os detentores do poder, obediência essa determinada pelo medo de quem detém o poder e na esperança de recompensas, neste mundo ou noutro, além de interesses pessoais.
Posto isso, Weber classifica três tipos "puros" de legitimação dos domínios: o tradicional, como "autoridade do ontem eterno, orientação habitual para o conformismo" (ibidem, p.56), sendo o exemplo a dominação do príncipe ou do poder patriarcal; o legal, que afirma a convicçao no estatuto legal e competência funcional alicerçado nas regras racionamente produzidas preveamente, sendo o caso dos servidores modernos do Estado; e por fim o carismático, "autoridade do dom da graça" exepcional e particular a um idivíduo, sendo ele uma espécie de profeta, um "senhor da guerra eleito", um demagogo, um líder de partido, etc.
Os líderes carismáticos são o foco nesta obra, sendo a essência da vocação para a política. Weber aponta a particularidade da natureza dos demagogos, o qual se apresenta na conjuntura europeia na figura do líder parlamentar, porém nativos de uma cultura mediterrânea, e o lider partidário proveniente do Estado constitucional, sendo ambos presente fortemente no desenvolvimento da política no Ocidente.
Para a concretização da dominação, o autor aduz a necessidade de meios materiais e competência dos processos administrativos. Quando o âmbito administrativo se dá em separado, ou seja, um grupo de pessoas controla a administração dos meios materiais do Estado - sem a obtenção de sua posse - tais organizações recebem o nome de estamento. "Na associação dos 'estamentos', o senhor domina com a ajuda de uma 'aristocracia' autônoma e, portanto com ela divide seu domínio" (p. 58). E é nesta forma de domínio que encontram-se os estados burocráticos, próprio do Estado Moderno. Este Estado expropria os produtores independentes em um paralalo ao desenvolvimento das empresas capitalistas, sendo essencial em seu funcionamento a "separação entre o quadro administrativo, os funcionários administrativos e os trabalhadores, em relação aos meios materiais de organização administrativa" (p. 58), "uma associação compulsória que organiza a dominção" (p. 59) - isto é, trabalhadores do Estado que estão subordinados a gerência dos dirigentes, políticos que detém o poder de distribuir cargos
Nesse sistema de expropriação de expropriação política nascem os "políticos profissionais". A partir de um preceito econômico, dá-se a distinção entre viver para a política, dando sentido a vida em suas causas, e viver da política, lutando para que essa seja sua fonte de renda. O autor coloca que, exatamente pela necessidade do sustento, nem operários e nem empresários capitalistas estão disponíveis para viver da política integralmente, sem que exista renda via esse ofício. A consequência disso é o valor plutocrático na constituição da camada dirigente, ou seja, partido que tem mais recursos econômicos para disponibilizar políticos profissionais elege mais e tem mais poder, despontando a autenticidade do político profissional moderno.
A dinâmica que separa os funcionários do Estado e os meios de gestão estabelece uma luta por objetivos práticos e de cunho ideológico assim como intensifica a disputa pelo controle da distribuição do poder e, ou portanto,
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