Rolézinhos – A exibição do lado perverso do país
Artigo: Rolézinhos – A exibição do lado perverso do país. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ArturTeixeira • 15/5/2014 • Artigo • 293 Palavras (2 Páginas) • 197 Visualizações
Rolézinhos – A exibição do lado perverso do país
Após a triste notícia da morte do líder sul-africano Nelson Mandela, que lutou pelo fim do regime de apartheid na África do Sul, fomos surpreendidos no Brasil com a polêmica em torno dos rolézinhos - encontros marcados por jovens da periferia, na maioria negros, nos shoppings de São Paulo. Um fenômeno que tomou proporções nacionais e tem provocado manifestações hostis e abusivas por parte da elite conservadora do país, evidenciando, a partir do cerceamento da circulação de jovens nesses espaços, práticas de segregação expressas.
Os chamados rolézinhos são uma manifestação peculiar de jovens negros das periferias que ocupam tal espaço público com o desejo de se divertir, "badalar", "curtir", namorar, "dar um rolê". É uma iniciativa político-cultural em que a simples presença física de pessoas negras, em um lugar no qual elas não são esperadas, é suficiente para deflagrar os mais absurdos sentimentos de pânico e violência por parte dos empresários e usuários do setor.
Trata-se de um fenômeno em que setores que consomem nos shoppings sentem-se ameaçados pelas pessoas que, nas suas avaliações, não deveriam acessar ou consumir em lugares tidos como de maiores preços e maior prestígio social. São reações que envolvem discriminação racial e de classe e que explicitam o ressentimento daqueles que não suportam a construção de uma sociedade com dignidade.
Neste episódio o desafio é enfrentar o racismo e seguir por meio da garantia de direitos e oportunidades para a juventude através de iniciativas exitosas, como o Plano de Prevenção à Violência contra Juventude Negra, o Juventude Viva. Os rolézinhos denunciam a face perversa de um tipo de exclusão que persiste no país e que precisa ser enfrentada. É necessário continuar lutando para que tenhamos uma juventude negra viva e orgulhosa.
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