Ruth Landes - Matriarcado cultural e homossexualidade masculina
Por: Nathália Dias • 3/5/2018 • Resenha • 487 Palavras (2 Páginas) • 466 Visualizações
- A homossexualidade masculina ocorre com muita frequência, mas o ponto em que se torna um problema social varia com as atitudes que diferentes culturas tomam em relação a ela.
- Uma dessas atitudes especiais é a que distingue rigorosamente o homossexual ativo do passivo.
> Um ou outro pode ser objeto de vigorosa condenação social e, em consequência, viver como um proscrito, enquanto ao outro se reconhece um papel na sociedade.
- Entre certas tribos de índios americanos do século passado, o berdache, ou homossexual passivo, era protegido, encorajado a adotar os papeis social e sexual das mulheres e por vezes assumir responsabilidades sagradas e, menos frequentemente, lhe era permitido adotar, com aprovação social, a conduta licenciosa que atribuímos às prostitutas profissionais. O seu “marido” não era considerado homossexual, mas apenas um homem que não podia conseguir partido melhor. Era, porém, objeto de desprezo o homossexiual ativo, que buscava jovens parceiros.
- Na comunidade negra da Bahia, circunstâncias incomuns encorajam certos homossexuais passivos a forjar um novo e respeitado status para si mesmos.
- Disso resultaram mudanças individuais e sociais importantes e fáceis de observar; mas os eu especial interesse para a psicologia reside no demonstrar o modo pelo qual um grupo proscrito fez nova adaptação, tirando vantagem das novas circunstâncias.
- No Brasil, a condenação aos homossexuais passivos os coloca no grupo proscrito, enquanto os seus parceiros passam despercebidos e são, muitas vezes, homens importantes. Contudo, não são perseguidos.
- Contudo, é esta classe que hoje dá líderes aos cultos predominantes (candomblés) da Bahia. A fimde tornar compreensível a mudança que está ocorrendo, é necessário esboçar as características principais desses cultos e o papel que desempenham na Bahia.
- Candomblé é um culto fetichista africano organizado em cerca de 80 casas de culto, que inclui entre os seus membros a maior parte das várias centenas de milhares de negros da cidade e das matas em volta.
- O culto gira em torno de uns dez deuses do oeste africano; e cada casa de culto influencia toda a vida dos seus adeptos.
- Os baianos ligam os maiores candomblés aos ioruba, os nagô segundo a fala da Bahia, uma das maiores tribos da Nigéria, que forneceu muitos escrevos no passado.
- Esse sacerdócios nagô são quase exclusivamente femininos.
- A tradição afirma que somente mulheres estão aptas, pelo seu sexo, a tratar as divindades e que o serviço dos homens é blasfemo e desvirilizante.
- A explicação mais fácil para o aumento no número de pais caboclos é a de que os homens que desempenham o papel de sacerdotes se esforçam pela unidade com a figura da mãe.
- A maioria desses pais e filhos é de notórios homossexuais passivos, que antes batiam as ruas.
- O relaxamento dos rigorosos tabus nos cultos não-nagô e, em especial, o fato de que as barreiras tenham caído para os homens, não derrubaram o princípio fundamental de que somente a feminilidade pode servir aos deuses. Todos os homens considerados normais na Bahia continuavam excluídos.
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