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SEMINARIO ANALISE DE CONTEUDO

Por:   •  13/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.396 Palavras (6 Páginas)  •  718 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

ALUNA: KARLA OLIVEIRA AMARAL R. DA CRUZ

DISCIPLINA: SEMINÁRIO DE PESQUISA

TEXTO: BAUER, Martin W. Análise de Conteúdo Clássica: Uma Revisão. In.  GASKELL, George; BAUER, Martin W. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2002.

  • Bauer inicia o texto afirmando que a grande maioria das pesquisas sociais se baseia na entrevista, sendo esta, estruturada ou não, um método conveniente e estabelecido de pesquisa social;
  • Os pesquisadores sociais têm a tendência de subestimar materiais textuais como dados;
  • Os métodos de pesquisa passam por moda e esquecimento. A vantagem é que a World Wide Web (transferência de dados online) e os arquivos online, criaram uma grande oportunidade para os dados em forma de texto;
  • Houve uma perda de interesse na coleta de dados, no entanto, um renomado interesse na ANALISE DE CONTEUDO (AC) e em suas técnicas, principalmente com o auxílio do computador;
  • “A ANALISE DE CONTEUDO é apenas um método de análise de texto desenvolvido dentro das ciências sociais empíricas. Embora a maior parte das análises clássicas de conteúdo culminem em descrições numéricas de algumas características do corpus do texto, considerável atenção está sendo dada aos “tipos”, “qualidades”, e “distinções” no texto, antes que qualquer quantificação seja feita. Deste modo, a análise do texto faz uma ponte entre um formalismo estatístico e a análise qualitativa dos materiais. No divisor quantidade/qualidade das ciências sociais, a análise de conteúdo é uma técnica hibrida que pode mediar esta improdutiva discussão sobre virtudes e métodos.”
  • A ANÁLISE DE CONTEÚDO reduz a complexidade de uma coleção de textos;
  • Bauer cita algumas características da AC: a) É uma técnica para produzir inferências de um texto focal para seu contexto social de maneira objetivada (refere-se a uma leitura singular dos textos). Esse contexto pode ser, temporariamente, inacessível ao pesquisador; b) Implica, muitas vezes, em um tratamento estatístico das unidades de texto; c) A codificação irreversível de um texto, o transforma, criando novas informações sobre esse texto; d) Sua validade é julgada, baseada na sua fundamentação e na congruência com a teoria do pesquisador (o corpus do texto oferece diferentes leituras, dependendo dos vieses que contém; e) A AC traça um meio caminho entre a leitura singular verídica e o “vale tudo”, não podendo nem avaliar a beleza e nem explorar as sutilezas de um texto particular;
  • A ANALISE DE CONTEUDO nos permite reconstruir indicadores e cosmovisões, valores, atitudes, opiniões, preconceitos e estereótipos e compará-los entre comunidades. Em outras palavras a AC é pesquisa de opinião pública em outros meios;
  • Através da reconstrução de representações, os analistas de conteúdo inferem a expressão dos contextos, e o apelo através desses contextos;
  • Essas representações são construídas em duas dimensões principais: a) Procedimentos sintáticos, as quais descrevem os meios de expressão e influencia – como algo é dito ou escrito. O frequente emprego de uma palavra que não é comum, pode indicar um tipo provável de público; b) Procedimentos semânticos, referindo-se com o que é dito em um texto, os temas e avaliações, tanto em um sentindo denotativo (sentido literal) ou conotativo (sentido figurativo);
  • A ANALISE DE CONTEUDO pode reconstruir “mapas de conhecimento” à medida que estão corporificados em textos. As pessoas utilizam a linguagem para representar o mundo como conhecimento e autoconhecimento.
  • A organização da AC -  A ANALISE DE CONTEUDO trabalha tradicionalmente com materiais textuais escritos, mas pode ser utilizado em imagens ou sons. O autor informa que há dois tipos de texto: a) textos construídos no processo de pesquisa, tais como transcrições de entrevista e protocolos de observação e b) textos que já foram produzidos para outras finalidades quaisquer, como jornais ou memorandos de corporações. Todos esses textos, podem ser manipulados para fornecer respostas às perguntas do pesquisador;
  • Definição e amostragem de unidades de texto – A AC, na maioria das vezes, emprega uma amostra aleatória para selecionar seus materiais, no entanto, torna-se necessário observar a sua representatividade, o tamanho da amostragem e a unidade de amostragem e codificação, a fim de evitar problemas.
  • A representação, o tamanho da amostra e a divisão da unidade dependem, do problema de pesquisa, que também irá determinar o referencial codificado;
  • Categorias e codificação – A codificação e a classificação dos materiais colhidos na amostra, é uma tarefa de construção, que carrega a teoria e o material de pesquisa; A AC interpreta o texto apenas a luz do referencial de codificação, que constitui uma seleção teórica que incorpora o objetivo da pesquisa.
  • A AC é um encontro objetivado através da sistematicidade e referenciacão para além de si, em direção a outros textos e atividades de pesquisa;
  • A AC é um sistema de codificação que implica valores teóricos.
  • A codificação concreta pode ser feita tanto com papel e lápis ou diretamente no computador (levantamento de dados planilhados no papel e repassados ao computador para análise de dados). Na codificação computadorizada o julgamento das codificações são realizadas diretamente pelo computador por meio de alguns sistemas;
  • Qualidade da análise de conteúdo – A AC é uma construção social. Leva em consideração alguma realidade, no caso o corpus do texto, sendo julgada pelo resultado. Esse resultado irá apresentar se análise produz interesse, levando em consideração sua qualidade;
  • Coerência – Necessário desenvolver um senso de beleza (um código que é coerente e simples, de tal modo que os demais fluem de um único princípio, trazendo ordem ao referencial de codificação.
  • Transparência – apresentar uma documentação detalhada do processo de codificação assegura uma prestação publica de contas e serve para que outros pesquisadores reconstruam o processo caso queiram dar continuidade;
  • Fidedignidade – é uma concordância entre os interpretes e implica esforço, onde uma segunda pessoa faz uma segunda interpretação depois de um intervalo de tempo. Nenhum analista de conteúdo espera fidedignidade quando estão implicados julgamentos humanos. Contudo, a fidedignidade está limitada a complexidade do referencial de codificação;
  • Validação – refere-se até que certo grau o resultado representa corretamente o texto ou seu contexto. Com relação aos dados devemos garantir que os códigos se refiram às palavras usadas no texto e que a amostra represente o corpo inteiro do texto.
  • Dilemas -  os pesquisadores de AC, enfrentam diversos dilemas como: a) Entre a amostragem e a codificação – equilibrar esforço colocado na amostragem e o tempo investido na codificação; b) Entre o espaço de tempo e a complexidade da codificação – quanto mais complexo a codificação menos tempo haverá para analisar tais dados; c) Entre a fidedignidade e a validade – a baixa fidedignidade não invalida uma interpretação. Uma codificação simplificada pode permitir resultados fidedignos.
  • Analise de conteúdo com auxílio do computador – o advento do computador estimulou os estudos sobre AC. O autor aborda três correntes: a) KWOC (Keyword Out of Context: palavras chave fora do contexto – contador de palavras) que classifica palavras singulares em conceitos – lista todas as palavras de um texto e agrupa em um dicionário. O problema deste é que no dicionário os símbolos podem ser relacionados a apenas um conceito; b) KWIC (Keywords in Context – palavras chave dentro do contexto) é a análise de concordância e co-ocorrencia; c) CAQDAS (Computer-assisted Qualitative Data Analysis Software – software para análise de dados qualitativos com auxílio de computador) – etiquetação, codificação, indexação de textos.
  • Computadores por mais uteis que sejam, são incapazes de substituir o codificador humano;
  • A AC permanece um ato de interpretação, cujas regras não podem ser realisticamente implementadas com um computador dentro de limitações práticas. O codificador humano é capaz de fazer julgamentos complicados rápida e fidedignamente, se auxiliado;
  • Forças e fraquezas da AC – A AC foi desenvolvida especificamente para análise de material impresso.
  • Vantagens da AC – é sistemática e publica; faz uso principalmente de dados brutos; lida com grandes quantidades de dados; presta-se para dados históricos; oferece um conjunto de procedimentos maduros e bem documentados;
  • Desvantagem da AC – separação de unidades de analise, produz inexatidões de interpretações; citações fora do contexto podem ser enganadoras; focaliza frequências, descuidando do que é raro ou está ausente; a categorização perde a sequencialidade da linguagem e do texto;
  • “O momento em que algo foi dito pode ser mais importante do que o que foi dito”.
  • A AC não conseguiu estimular um interesse acadêmico continuo, movendo-se para um “gueto metodológico”. Ela sofreu consequências de muitas pesquisas rápidas e nebulosas passando a impressão de que na AC pode-se provar tudo. 

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