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Suicídio Anômico por Émile Durkheim

Por:   •  15/8/2018  •  Resenha  •  747 Palavras (3 Páginas)  •  306 Visualizações

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SUICÍDIO ANÔMICO

O suicídio anômico é aquele que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos, fazendo com que a normalidade social não seja mantida. Este estado caótico portanto, é o fenômeno social central do entendimento deste evento, e logo, foco dos estudos de Durkheim acerca desta dinâmica.

Por se tratar de um fenômeno puramente social e que pode ser observado se forma empírica, o autor formula conceitos importantes para os estudos de dinâmica social, como a coesão social e o grau de inserção do indivíduo na sociedade, com base em dados coletados em pesquisa de campo e profundamente analisados.

O primeiro objeto de estudo de Durkheim sobre as causas do aumento desse tipo de suicídio em uma sociedade foram as crises econômicas. Em sua obra, o autor exemplifica detalhadamente crises econômicas marcantes ao longo da história, como o craque na Bolsa de Paris em 1882, e estabelece relação direta com o aumento na taxa de suicídios no mesmo período e sociedade.

A priori, pode se estabelecer, então, que o aumento miséria é o causador do aumento da taxa de suicídios em uma sociedade. Entretanto, no decorrer de seus estudos, Durkheim reconhece uma taxa de suicídios muito baixas em regiões de extrema pobreza, caracterizando o “efeito protetor da miséria” descrito por ele. Além disso, ele estabelece relação direta entre a taxa de suicídios e a concentração de renda, principalmente na sociedade francesa do séc XIX.

A seguir, são analisados os fenômenos de desenvolvimento e prosperidade comercial e industrial vivenciados por diversas sociedades em períodos distintos da história humana. E, contrário ao que ao esperado, se constata um aumento significativo dos suicídios a medida que uma sociedade prospera, como nos casos da unificação da Itália e Alemanha no século XIX.

Em vista a esses fatos, Durkheim constrói uma base sólida de argumentação para descrever a dinâmica da taxa de suicídios como sendo dependente não somente de crises econômicas, mas sim de qualquer instabilidade da ordem social vigente, ou seja, qualquer desequilíbrio, seja positivo ou negativo, que um padrão social aceito possa sofrer.

Em sua linha de argumentação, uma característica central para essa dinâmica social é descrita: As necessidades humanas.

Diferentemente dos animais, segundo Durkheim, os seres humanos têm necessidades não apenas físicas e fisiológicas, mas por serem dotados de capacidade racional, essa reflexão abre margem para desejos e ambições, fins que querem alcançar.

O problema gira em torno do fato que o ser humano, de acordo com Durkheim, não é capaz de por si só fixar um limite para suas ambições legítimas, gerando um estado de perpétuo descontentamento por se produzir desejos ilimitados e insaciáveis, que provocam um descontrole da ordem social.

Portanto, de acordo com o autor, esses desejos e paixões humanas devem ser controlados por uma força externa ao indivíduo, representando uma disciplina moral que é socialmente imposta, considerada legítima e aceita por cada indivíduo de uma sociedade. Essa norma social dita quanto valem os diferentes serviços sociais, a remuneração relativa e a medida de conforto disponível a cada trabalhador, ou seja, representa

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