Suícidio De Getilo Vargas

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

A MORTE DE GETÚLIO VARGAS

Florianópolis

2014

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

A MORTE DE GETÚLIO VARGAS

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Direito da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para aprovação na matéria Ciência Política e Teoria Geral do Estado.

Orientador: Professor Valmir dos Passos

Florianópolis

2014

1 INTRODUÇÃO

Há exatos 60 anos suicidava-se o Presidente da República que ficou no poder por mais tempo. Por 19 anos, de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, Getúlio Dornelles Vargas governou a República Federativa do Brasil. Nascido em São Borja, Rio Grande do Sul, foi deputado estadual, deputado federal, ministro, governador do Rio Grande do Sul, presidente revolucionário, ditador e presidente pelo voto popular. Foi o brasileiro que mais decisivamente moldou a vida de seu país no século XX e foi a ponte entre o Brasil arcaico, rural e antigo e o Brasil moderno de hoje. (LAMOUNIER, 1988).

1.1 TEMA E PROBLEMA

Na manhã do dia 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas tirou a própria vida através de um tiro no peito. “Deixo a vida para entrar na história” constava na carta de despedida de Getúlio Vargas encontrada na mesinha de cabeceira do então presidente morto.

Na opinião de Araújo (2014, p. 7) Vargas tinha

razão. Ao escrever esse trecho já conhecido entre os brasileiros, Getúlio ficou na história. Isso porque poucos foram os presidentes de cunho revolucionário e emblemático que representaram o Brasil.

1.2 OBJETIVOS

Neste trabalho apontam-se os seguintes objetivos para sua realização:

1.2.1 Objetivo Geral

O trabalho tem como principal objetivo apresentar os motivos que levaram o ex-presidente da República Federativa do Brasil Getúlio Dornelles Vargas a cometer suicídio no dia 24 de agosto de 1954.

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1.2.2 Objetivos Específicos

Apresentar um breve histórico do presidente Getúlio Vargas;

Compreender a situação política do último governo presidencial de Getúlio Vargas;

Pesquisar os motivos pelo qual resultaram na morte do presidente Getúlio Vargas.

1.3 JUSTIFICATIVA PRÁTICA E TEÓRICA

Ao estudarmos a política brasileira nos deparamos com a Era Vargas, e destacamos a importância de Getúlio como Presidente da República.

Getúlio Dornelles Vargas deixou sua vida para entrar na história. Getúlio criou a Previdência Social e a CTPS (carteira de trabalho e previdência social), deu direito de voto às mulheres ainda no período de governo provisório em 1932. E por esses feitos, defendendo os trabalhadores, através da criação das Consolidações das leis de trabalho (CLT), ficou conhecido como pai dos pobres.

Getúlio também criou estatais como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a

Companhia Vale do Rio Doce, a Fábrica Nacional de Motores e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco. É durante o seu governo também que há a criação da Petrobras.

O Presidente Getúlio Vargas teve grandes feitos e avanços políticos no Brasil, sofreu golpes, foi deposto e retornou por eleições diretas. Mas a forte crise política em 1954 o fez tirar a própria vida na manhã do dia 24 de agosto do decorrente ano. Getúlio estava sendo ameaçado a renunciar o cargo de presidente devido ao atentado ocorrido na Rua Tonelero ao jornalista Carlos Lacerda e que trouxe a óbito o Major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz. As investigações apontavam como um dos mandantes do crime o chefe da sua guarda pessoal. Getúlio então decide reunir-se com seus ministros e fica acordado que o presidente iria tirar uma licença até que o caso fosse concluído. Os militares inconformados com a morte do Major não aceitam a licença do Presidente e querem a renúncia. Mesmo sendo popular com o povo brasileiro Getúlio afirmava que só sairia do Palácio do Catete morto, e assim durante a madrugada no seu quarto, Getúlio Dornelles Vargas dá um tiro no peito e se suicida. Como explicação para tal ato o presidente deixa uma carta testamento, que após alguns dias de sua morte surge uma outra versão datilografada pelo redator oficial de discursos do presidente, o jornalista José Soares Maciel Filho.

Carta manuscrita por Getúlio:

“Deixo à

sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.

Acrescente-se a fraqueza de amigos que não defenderam nas posições que ocupavam à felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa. Se a simples renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente,