SÍNTESE DO TEXTO CLASSES SOCIAIS, CLASSES POPULARES E MOVIMENTOS POPULARES.
Artigos Científicos: SÍNTESE DO TEXTO CLASSES SOCIAIS, CLASSES POPULARES E MOVIMENTOS POPULARES.. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: mariasocorro • 28/3/2015 • 839 Palavras (4 Páginas) • 620 Visualizações
Entende-se que na teoria marxista há o campo mais fértil para o estudo da concepção e do desenvolvimento das classes sociais, essa teoria se distingue das demais por superar aspectos preconizados pelas outras:
• Conceber as classes como simples categorias nominais construídas a partir de um esquema lógico-formal aplicável a qualquer sociedade;
• Admitir que a estrutura de classes decorre de mera diferença de renda, nível educacional, prestígio etc., quando na realidade, esses são os efeitos mais visíveis de determinadas estruturas de classes;
• Tomar a magnitude da fortuna e riqueza dos membros de uma sociedade como elemento fundamental da estrutura de classes (Cueva, 1987, p.83-84).
A teoria marxista antagônica a essa realidade mostra que o problema das classes sociais não pode ser estudado senão a partir de uma teoria geral da sociedade e da história, e que a estrutura social só pode ser pensado a partir da estruturação da sociedade em categorias opostas. Partindo do pressuposto de que as forças produtivas e as relações de produção constituem a base que determina a estrutura, a divisão de classes, a consciência, a ideologia e a cultura.
Porém há possíveis riscos na aplicação do método marxista: não captar a multiplicidade de determinações que constituem o concreto e aplicar o método mecanicamente. A divisão da sociedade em classes não é um pressuposto, mas o produto das relações antagônicas e de seus movimentos de reprodução. Conforme autor Oliveira, o problema fundamental na utilização da teoria marxista é privilegiar a esfera da produção. Para o autor esse reconhecimento ocorre no espaço da política, o que significa dizer que a constituição das classes se processa no movimento complexo da produção e da reprodução, fundando-se, simultaneamente, no operariado e na burguesia, num movimento de “subjetividade da objetividade”.
Entendemos que a complexidade das relações de produção e das relações sociais não nos permite falar de “classes puras” e que o estudo das classes sociais só se completa quando partimos de três perspectivas:
• O plano de fundo teórico mais geral e abstrato;
• O plano da materialidade sobre o qual se identificam as classes na realidade concreta;
• O plano de reconhecimento recíproco das classes.
Para o autor o conceito de povo se refere a um conjunto heterogêneo de classes e camadas subordinadas, cuja unificação se dá mais pela subordinação política e pela pobreza do que pela inserção comum no processo de produção, como é o caso do proletariado. (Vilas, 1986, p.80). Muitas vezes a categoria popular é referenciada com termos como marginais, pobres, carentes, dominados, que trazem sempre conotações negativas e carências: são os que não possuem casa, educação, saúde, trabalho etc. Entretanto, entendemos que o popular não é só caracterizado por carências, mas é também portador de contribuições como o folclore, a medicina natural, as tradições culinárias, uma forma de entender as relações entre o público e o privado, ou seja, é portador de “cultura popular” (Palma, 1987, p.57).
Entendemos que sob a hegemonia do capitalismo o campo popular é atravessado por valores e concepções da ideologia dominante. Ressaltamos aqui que o próprio conceito de popular já contém um componente político
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