Classes sociais e movimentos sociais
Por: Francisco Soares • 20/9/2016 • Artigo • 2.384 Palavras (10 Páginas) • 1.740 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL DOCENTE: Nádia Fialho DISCENTE: Ailime Suianne Lisboa e Silva DISCIPLINA: Movimentos Sociais no Brasil e na Amazônia DATA: 19 de setembro de 2016
Resumo: Classes sociais e Movimentos sociais. GOHN, Maria da Glória.
Belém-PA
2016
CLASSES SOCIAS E MOVIMENTOS SOCIAIS.
Dois conceitos fundamentais e de grande importância, nas ciências sociais, com interpretações e significados distintos, segundos os diferentes paradigmas teóricos - explicativos e análise da realidade social.
- CLASSES SOCIAIS:
O conceito é o mais polemico. Existem autores que tratam no campo predominantemente econômico. Outros o estudam no campo da estratificação social, e outros ainda no universo do modo e estilo de vida das pessoas. Nas teorias clássicas de analise sobre o social, encontra-se quatro grandes blocos explicativos:
1 - Teoria Marxista clássica: Marx trata as classes como uma estrutura objetiva de posições sociais. Classes explica todas as formas de hierarquia e dominação social, não é possível entender as classes sem tratar de lutas de classes, pois a lógica que rege suas relações é de conflito, dominação e exploração. Classes se constituem segundo a oposição que os indivíduos ocupam no processo de produção.
2 – Teoria da ação social de Max Weber (1864 – 1920): é construída de forma de uma teoria da ação social. Elaborando baseado em três elementos básicos: Poder, Riqueza e Prestígio. Classe social é uma das estruturas da sociedade, a estrutura da ordem politica, o poder. Segundo Weber, uma classe se define pela posse de meios para edificar uma fortuna ou para constituir um capital. Classes são posições comuns dentro de um mercado.
Weber identificou quatro classes sociais: Classe trabalhadora, Pequena burguesia, os Intelectuais e profissionais liberais (sem propriedade), e a classe privilegiada e educada que controla a propriedade.
3 – Teorias funcionais norte-americanas: onde as classes sociais são vistas como o estilo de vida que os indivíduos têm na sociedade. Classifica os indivíduos na sociedade de consumo. Os principais indicadores para classificar os indivíduos eram: Renda, Educação e Ocupação.
4 – Classes sociais no campo de força: A sociedade estaria organizada em círculos concêntricos, e cada circulo corresponde a uma classe social. As que estão no centro do circulo são as mais instruídas, as mais ricas e as mais integradas. As classes operarias se encontram na periferia.
Concepções Contemporâneas:
1 – Teoria Marxista Contemporânea: As classes sociais se constituem na historia segundo suas lutas e ações coletivas. A experiência adquirida e as tradições culturais herdadas são importantes para a constituição da classe. Se formam por meio das relações que os indivíduos e grupos estabelecem.
2 – Teoria de Pierre Bourdieu: Dois conceitos são fundamentais em sua obra: Campo e Habitus. A classe social é vista numa sociedade constituída por um conjunto de campos sociais. Para Bourdieu, os indivíduos adquirem durante o processo de socialização habitus de classe e a partir deles estruturam seus comportamentos e produzem sentimentos de pertencimento de classe, eles também elaboram estratégias de reprodução e com isso montam o acervo de recursos e capitais que utilizam em dados campos sociais travando lutas simbólicas entre dominantes e dominados, cada classe social é definida por um modo de vida (bens de consumo, praticas culturais etc.) e por um acervo especifico de recursos em termos de capital econômico e cultural. Bourdieu agrupa as classes em: Dominante, pequena burguesia e classe popular
3 – Teorias norte-americana contemporânea: Primeiro, as classes sociais são definidas não apenas pela quantidade de dinheiro ou bens que possuam mas também pelos: sistema de comportamento (atitudes), conjunto de valores e modo de vida. Segundo, baseada numa visão pluralista de diversos grupos de interesses e de pressão na sociedade, a classe é analisada num sistema politico de democracia representativa.
- MOVIMENTOS SOCIAIS:
No cenário internacional, dentre os autores que tem dado as maiores contribuições para o estudo dos movimentos sociais destacamos Alberto Touraine, Manuel Catells, Sidney Tarrow e Charles Tilly Melucci destaca a questão da identidade coletiva como categoria central em sua abordagem. Ele afirma que a análise dos movimentos sociais oferece uma chave teórica e metodológica que pode ser aplicada para além do campo emporico das ações coletivas.
Touraine, em 1988, definiu os movimentos sociais como ações coletivas que combinam “a defesa de interesse com a designação de um opositor. Luta-se contra um adversário social em nome de valores culturais”. Segundo ele, há três de conflitos envolvidos nos movimentos sociais, um localizado na esfera da mudança social e o terceiro na esfera cultural.
Manuel Castells os redefiniu como “ações coletivas propositivas as quais resultam, na vitória oi no fracasso, em transformações nos valores e instituições da sociedade”.
Sidney Tarrow (1994) sonsidera os movimentos como forma de opnião de massa. Conceituando um movimento social como fenômeno de opinião de massa lesada, mobilizada em contato com as autoridades.
- MOVIMENTO-CLASSE: Uma visão Integrada
Movimento social refere-se à ação dos homens na história. Esta ação envolve um fazer – por meio de um conjunto de práticas sociais – e um pensar – por meio de um conjunto de ideias que motiva ou dá fundamentos à ação.
- Movimentos sociais são ações coletivas de caráter sociopolíticos, construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas sociais. Eles politizam suas demandas e criam um campo político de força social na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios criados sobre temas e problemas em situações de: conflitos, litígios e desputas. As ações desenvolvem um processo social e político cultural que cria uma identidade coletiva ao movimento, a partir de interesses em comum. Esta identidade decorre da força do princípio da solidariedade é construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos compartilhados pelo grupo. (Gohn, 1997b)
No que se trata a tipos, pode-se ter movimentos de diferentes classes e camadas sociais. O tipo de ação social envolvido é que será o indicador do caráter do movimento. Podem ter movimentos transformadores, reformistas, redentores e alternativos. Giddens (1993) aglutina os movimentos entre as ações que são geradas por tensões estruturais, crenças generalizadas, distúrbios e violências, e movimentos que são deflagrados por situações de controle social. Touraine (1989), apresenta um leque maior de registros históricos de movimentos sociais, subdividindo-os em messiânicos, camponeses, de defesa comunitária, de defesa da identidade, lutas urbanas, novos movimentos sociais, movimentos históricos, movimentos políticos e lutas culturais.
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